terça-feira, 5 de novembro de 2013

Faraó Tutancâmon pode ter morrido atropelado por carruagem, diz estudo


Líder egípcio morto aos 19 anos teve ferimentos compatíveis com acidente.
Pesquisa completa será divulgada domingo (10) em documentário britânico.

Da EFE
 

Máscara de ouro do faraó Tutancâmon no Cairo, Egito (Foto: Guido Alberto Rossi/TIPS/Photononstop/Arquivo AFP) 
Máscara de ouro do faraó Tutancâmon no Cairo
(Foto: Guido Alberto Rossi/TIPS/Photononstop/AFP)
 
 
Cientistas britânicos acreditam ter resolvido o mistério que durante milênios cercou a morte do faraó egípcio mais famoso, Tutancâmon, que pode ter morrido aos 19 anos atropelado por uma carruagem.

Essa é a conclusão à qual chegou um estudo da Sociedade de Exploração do Egito, cujo conteúdo completo será revelado no próximo domingo (10), em um documentário da rede de televisão britânica "Channel 4".

A pesquisa revela que os restos do chamado "faraó menino" apresentam ferimentos similares aos que poderia produzir uma colisão com uma carruagem, segundo divulgou à imprensa o diretor da sociedade, Chris Naunton.

O cientista também acredita que a mumificação de Tutancâmon fracassou, a julgar pelas evidências de carne carbonizada encontradas em um exame legista de seus ossos feito pelo antropólogo Robert Connolly na Universidade de Liverpool, em 1969.
 
O descobridor do túmulo do faraó em 1922, Howard Carter, e seu mecenas Lorde Carnarvon já advertiram que o corpo de Tutancâmon apresentava misteriosos sinais de queimaduras, o que foi confirmado por Connolly em suas pesquisas.

O antropólogo conseguiu, ainda, determinar por meio de provas químicas que a carbonização da carne aconteceu dentro do sarcófago, quando os óleos de embalsamar entraram em combustão pelo contato com o oxigênio e as telas.

A reação submeteu o cadáver a temperaturas superiores a 200° C e explica, em parte, outro dos mistérios que rodeiam o faraó: ele é o único encontrado sem coração.

Com todas essas provas, Naunton trabalhou com o Instituto Médico Legal Cranfield para realizar uma "autópsia virtual" e voltar a analisar os traumatismos da múmia. Em um cenário simulado por computador, as feridas de Tutancâmon foram comparadas com as que provocariam o impacto de uma carruagem.

O resultado aponta que o veículo se chocou contra o faraó enquanto ele estava de joelhos, o que esmagou sua bacia e pressionou as costelas contra os órgãos vitais.

"A carbonização e a possibilidade de que a mumificação fracassada tenha provocado a combustão espontânea do corpo pouco após o enterro é algo totalmente inesperado, como uma revelação", declarou Naunton.

Tutancâmon, da dinastia XVIII, reinou no Antigo Egito durante um curto período da primeira metade do século 14 a.C., e o fato mais relevante de seu mandato foi a devolução da influência e do poder aos sacerdotes de Amón, após a experiência monoteísta de Akenatón.

O líder sempre será lembrado, no entanto, por sua suposta maldição contra aqueles que perturbassem seu descanso eterno, o que dizem ter levado à morte repentina do mecenas Lorde Carnarvon, no Cairo.

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