sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Joias de jade são encontradas em túmulo de rei maia na Guatemala

Cemitério real pode ser o mais antigo da civilização, dizem especialistas.
Naquela época, pedra era considerada detentora de propriedades sagradas.

Do G1, em São Paulo*


Arqueólogos encontraram joias de jade no túmulo de um antigo rei maia na Guatemala. O achado foi feito em junho, mas divulgado apenas agora. Os especialistas acreditam que esse seja o cemitério real mais velho dessa civilização pré-colombiana.

A região fica próximo de um centro de produção de jade, e a descoberta poderia ajudar a esclarecer as técnicas primitivas e o comércio dessa pedra, que era considerada pelos maias como tendo propriedades sagradas.

Maias jade (Foto: Parque Arqueologico Nacional Tak’alik Ab’aj/AFP) 
Pedras de jade foram descobertas em túmulo maia
 (Foto: Parque Arqueológico Nacional Tak’alik Ab’aj/AFP)
 
As joias estavam enterradas no sítio arqueológico Tak'alik Ab'aj, no departamento de Retalhuleu, sul do país. Foi encontrado também um colar com pingente esculpido em forma de cabeça de abutre, símbolo de poder econômico e status, e usado por homens mais velhos e respeitados.

A equipe, então, apelidou o governante de K'utz Chman ("avô abutre"), que reinou por volta de 700 a.C e também foi um líder religioso. Segundo o arqueólogo do governo Miguel Orrego, esse sacerdote era o "chefão" da época e teria sido o primeiro líder a introduzir elementos que definiram a cultura maia, como a construção de pirâmides.

Maias jade (Foto: Parque Arqueologico Nacional Tak’alik Ab’aj/AFP) 
Pingente de colar maia tem a cabeça de abutre
 (Foto: Parque Arqueológico Nacional Tak’alik Ab’aj/AFP)
 
Os arqueólogos não encontraram restos humanos no local, mas os artefatos passaram por uma avaliação de carbono que sugere que o rei tenha sido enterrado entre 770 e 510 a.C.

A Guatemala está repleta de ruínas da civilização maia, que prosperou entre 250 e 800 d.C. e se estendeu de Honduras até a região central do México. Bem antes disso, por volta de 400 a.C., o império pré-colombiano olmeca começou a desaparecer, e os maias cresceram e assumiram o controle das rotas de comércio. Influências olmecas estão presentes na área em volta do sítio Tak'alik Ab'aj, o que indica possíveis ligações entre as duas culturas.

Maias jade (Foto: Parque Arqueologico Nacional Tak’alik Ab’aj/AFP) 
Pedras estavam em túmulo maia sem restos mortais
 (Foto: Parque Arqueológico Nacional Tak’alik Ab’aj/AFP)

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Cientistas simulam 'caminhada' de estátuas gigantes da Ilha de Páscoa

Transporte de moais de pedra é mistério que intriga arqueólogos há anos.
Situada no Oceano Pacífico, ilha abriga cerca de mil estátuas de pedra.

Do G1, em São Paulo

Cientistas da Universidade do Estado da Califórnia, nos EUA, simularam, com uma réplica, uma das hipóteses de como os habitantes da Ilha de Páscoa, território chileno no Oceano Pacífico, moveram grandes estátuas de pedra conhecidas como moai pelo território (Veja o vídeo).

O estudo, publicado na revista "Journal of Archaeological Science", mostra que os gigantes de pedra podem ter "caminhado" há séculos atrásao serem puxados de um lado e de outro pelos habitantes, de forma similar ao que é feito para mover uma geladeira, apontaram os cientistas ao site da revista "Nature".

Pesquisadores simulam transporte de réplica de moai, grande estátua de pedra da Ilha de Páscoa (Foto: Reprodução/YouTube) 
Pesquisadores simulam transporte de réplica de moai, grande estátua de pedra da Ilha de Páscoa (Foto: Reprodução/YouTube)
 
O transporte das grandes estátuas, algumas com até 74 toneladas, é um mistério que intriga arqueólogos há vários anos. Para os pesquisadores, seu estudo derruba a ideia de que os monumentos de pedra foram deitados e levados em toras de madeira, o que teria contribuído para a destruição de florestas da ilha. "É uma história interessante, mas evidências arqueológicas não a corroboram", disse o arqueólogo Carl Lipo, o líder da equipe que propõe a "caminhada" dos moais.

Até hoje a ilha abriga aproximadamente mil estátuas, algumas com até dez metros de altura, em um espaço de 163 km². A posição de estátuas citadas como incompletas no estudo indica que elas não poderiam ser transportadas horizontalmente, dizem os cientistas.

Outra evidência apontada no estudo de que o transporte ocorreu na posição vertical são moais quebrados, que podem ter sido deixados ao longo de estradas pelos habitantes da ilha.



Pascoa 2 (Foto: AP) 
Imagem mostra moais encontrados na Ilha de Páscoa, no litoral do Chile (Foto: AP)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Britânicos dizem estar perto de traduzir escrita antiga não decifrada

Equipe pede ajuda do mundo para desvendar segredos de texto.
Peça foi escrita por civilização que viveu há 5 mil anos no Oriente Médio.

Da BBC
 
A luta de estudiosos para desvendar segredos de cinco mil anos guardados na escrita mais antiga do mundo ainda não decifrada pode estar chegando ao fim.

Um projeto internacional de pesquisa, liderado pela Oxford University, na Inglaterra, já lança luz sobre uma sociedade perdida que viveu na Idade do Bronze, no Oriente Médio, cujos trabalhadores escravos viviam com rações mínimas de alimento, à beira de morrer de fome.

A proto-Elamita foi usada na região sudoeste do Irã, dizem especialistas (Foto: Divulgação) 
A proto-Elamita foi usada na região sudoeste do Irã, dizem especialistas 
(Foto: Divulgação)
 
"Acho que estamos finalmente a ponto de romper a barreira", disse Jacob Dahl, acadêmico do Wolfson College da Oxford University e diretor do Ancient World Research Cluster.

A escrita usada por essa civilização é chamada de proto-Elamita e foi usada entre 3200 AC e 2900 AC em uma região que corresponde hoje ao sudoeste do Irã.

A arma secreta de Dahl para decifrar o código é um aparelho capaz de ver a escrita com uma clareza nunca conseguida antes.

A máquina tem forma de uma abóbada e emite flashes de luz sobre objetos que contêm amostras da escrita.

Os flashes fazem parte de um sistema computadorizado que usa uma combinação de 76 tipos de luzes para captar cada pequena ranhura ou sulco na superfície dos objetos.

Assim, os cientistas conseguem produzir uma imagem virtual que pode ser vista de todos os ângulos possíveis.

A análise está sendo feita no museu Louvre, em Paris, onde está a maior coleção de amostras desse tipo de escrita do mundo.

Conjunto de 76 luzes é usado na leitura das placas escritas (Foto: Divulgação) 
Conjunto de 76 luzes é usado na leitura das  placas escritas (Foto: Divulgação)
 
 
Esforço ColetivoDahl e sua equipe pretendem disponibilizar as imagens pela internet. O objetivo é que o público e outros acadêmicos ajudem na decodificação dos textos.

"Estamos enganados quando achamos que quebrar um código tem a ver com um gênio solitário que de repente entende o significado de uma palavra. O que funciona com mais frequência é o trabalho paciente de uma equipe e o compartilhamento de teorias. Colocar as imagens na internet deve acelerar esse processo."

Até agora, Dahl já decifrou 1.200 sinais mas disse que, depois de mais de dez anos de estudos, muito ainda se desconhece - mesmo palavras básicas como vaca ou gado.

"É um território desconhecido da história da humanidade", ele disse.


Escrita adulteradaMas por que essa escrita seria tão difícil de interpretar?

Dahl acha que sabe, em parte, a resposta. Ele descobriu que os textos originais parecem conter muitos erros - e isso dificulta o trabalho de encontrar padrões consistentes.

Ele diz acreditar que isso se deva à ausência de estudo e aprendizado naquela sociedade. Os estudiosos não encontraram evidências de listas de símbolos ou exercícios para que os escribas aprendessem a preservar a precisão da escrita.

Isso teve conseqüências fatais para o sistema de escrita, que foi sendo adulterado e depois desapareceu após apenas 200 anos.

"A falta de uma tradição de estudos significou que muitos erros foram cometidos e o sistema de escrita pode ter se tornado inútil", disse Dahl.

O que dificulta ainda mais a decodificação é o fato de que esse é um estilo de escrita diferente de qualquer outro daquele período.

Além disso, não foram encontrados textos bilíngues - recurso que auxiliaria muito o trabalho dos pesquisadores.

Segundo Dahl, a escrita proto-Elamita foi elaborada a partir de uma língua da Mesopotâmia que foi alterada.


Vida duraAs placas usadas para o registro dos símbolos da escrita revelam detalhes íntimos dos escribas: algumas trazem as marcas das unhas dos autores.

Os pequenos símbolos e desenhos, gravados no barro de forma ordeira e cuidadosa, são claramente o produto de uma mente inteligente.

Embora ainda envoltos em mistério, os textos permitem que vislumbremos um pouco da realidade vivida por esse povo.

Segundo Dahl, os textos incluem um sistema de numeração, o que indica que muitas das informações contidas nas placas são de natureza contábil.

A sociedade era agrícola e bastante simples. Havia uma camada de líderes, figuras poderosas de nível médio e trabalhadores - que eram tratados como se fossem "gado com nomes".

Os líderes tinham nomes que refletiam seu status - o equivalente a alguém ser chamado de "Senhor Cem" para indicar o número de pessoas que estavam abaixo dele.

Dahl disse que é possível saber qual era a dieta dos trabalhadores: cevada, possivelmente triturada para formar um mingau e cerveja fraca. A quantidade de alimento que eles recebiam ficava pouco acima do limite da sobrevivência.

Aqueles de status mais elevado comiam iogurte, queijo e mel. Eles também criavam cabras, carneiros e bois. "Sua expectativa de vida pode ter sido tão longa como a de hoje", disse Dahl.

Dahl tem esperanças de que, com apoio suficiente, os segredos dessa última grande escrita, remanescente dos primórdios da nossa civilização, poderão ser finalmente desvendados.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Visitantes de museu nos EUA podem ver restauração de múmias egípcias

Laboratório na Filadélfia repara múmias de homens, animais e sarcófagos.
Frequentadores podem 'dar uma espiada' no trabalho dos funcionários.

Do G1, em São Paulo

Um novo laboratório instalado no Museu Penn, na cidade americana da Filadélfia, vai permitir que os visitantes acompanhem o trabalho de restauração de múmias do Egito Antigo.

Além de múmias de homens e animais, os funcionários reparam sarcófagos e outras relíquias.

Na foto abaixo, aparece o pé de uma garota que viveu no Egito durante o período Ptolomaico-Romano, entre 332 a.C. e 395 d.C.

Múmia Egito (Foto: Jacqueline Larma/AP) 
Múmia de garota que viveu no Egito Antigo faz parte dos itens que serão tratados
 (Foto: Jacqueline Larma/AP)
 
Nesta outra imagem, está um sarcófago de madeira que receberá tratamento no Laboratório de Artefatos do museu.
Múmia Egito (Foto: Jacqueline Larma/AP) 
Sarcófago de madeira é visto por visitantes por trás de vidro do laboratório 
(Foto: Jacqueline Larma/AP)

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Após restauração, pirâmide é reaberta ao público



A segunda maior pirâmide do Egito foi reaberta ao público, nesta quinta-feira. O local passou por um longo período de restauração.

Após três anos fechada, a pirâmide de Khefren foi aberta para visitação. O local, na Necrópole de Gizé, foi contruído pelo faraó Khefren, da quarta dinastia, que reinou entre 2 mil 520 e 2 mil 494 antes de Cristo.
Majestosa e imponente, a pirâmide é revestida de pedra calcária e granito vermelho e foi denominada pelos antigos egípcios como a Grande Khefren.

Além do local, as autoridades egípcias anunciaram ainda a abertura de 6 tumbas na mesma necrópole, incluindo uma tumba que armazenava documentos reais.

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Restos de antigo galeão espanhol são descobertos no mar na Itália

Policial fazia mergulho na costa da Sicília e percebeu canhão na areia.
Para comandante, peças de navio poderiam ser expostas em museus.

Da France Presse

Um mergulhador da polícia financeira italiana encontrou restos bem preservados de um antigo galeão espanhol no mar próximo à costa da Sicília, anunciaram nesta quinta-feira (11) as autoridades da Itália.
O mergulhador, que não estava em serviço no momento, percebeu um canhão escondido na areia e chamou colegas para ajudar na descoberta de outras partes do navio, segundo um comunicado da polícia.

Canhão pertencente a galeão espanhol encontrado no mar da Sicília (Foto: Guardia di Finanza Press Office/Reuters) 
Canhão pertencente a galeão encontrado no mar da Sicília 
(Foto: Guardia di Finanza Press Office/Reuters)
 
"É excepcional porque o navio está totalmente conservado", disse o tenente-coronel Costanzo Ciaprini, comandante do departamento aeronaval da polícia financeira na Sicília, para agências internacionais.
Para Ciaprini, a área poderia facilmente ser transformada em um sítio arqueológico submarino. Ele informa que a areia conservou os canhões e as partes de madeira do galeão, de modo que a descoberta é como "uma fotografia de três séculos atrás".

O comandante do departamento aeronaval sugere outra hipótese, de que uma parte do galeão poderia ser levada para à superfície para ser exposta em museus.

"O chefe do serviço arqueológico local nos disse que o naufrágio poderia ter acontecido em 1718, durante a batalha de Capo Passero", afirma o comandante. A batalha, ocorrida no extremo-sul da principal ilha da Sicília, envolveu frotas britânicas e espanholas na época e terminou com a derrota da Espanha.

Segunda maior pirâmide do Egito é reaberta ao público


 
 
 

Pesquisadores dizem ter encontrado local exato da morte de Júlio César

Da EFE

Uma equipe do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC), da Espanha, afirma ter encontrado o ponto exato onde Julio César foi apunhalado, dentro do que hoje são as ruinas conhecidas como Curia di Pompeo, em Roma, enquanto presidia uma reunião do senado romano, informou nesta quarta-feira (10) a instituição.

Vários textos antigos descrevem o assassinato de Júlio César, ocorrido no ano de 44 a.C. na Curia de Pompeo, fruto de um complô de um grupo de senadores que queriam eliminar o general, o que desembocaria na formação do segundo triunvirato e na explosão final das guerras civis.

Uma estrutura de concreto de 3 metros por 2 metros, que foi colocada por ordem de Augusto, filho adotivo e sucessor de Julio César, era a chave que faltava aos cientistas para descobrir o local de sua morte.

Retângulo indica o local que os pesquisadores acreditam ser o ponto exato do assassinato de Júlio César (Foto: CSIC/Divulgação) 
Retângulo indica o local que os pesquisadores acreditam ser o ponto exato do assassinato de Júlio César (Foto: CSIC/Divulgação)
 
O achado, segundo os pesquisadores, confirma que Julio César foi apunhalado no centro da Curia di Pompeo, enquanto presidia a reunião. Atualmente, os restos do edifício estão localizados na área arqueológica de Torre Argentina, em pleno centro histórico da capital italiana.

"Sempre se soube que Júlio César foi assassinado na Curia di Pompeo, em 15 de março de 44 a.C., porque os textos clássicos nos informam sobre isso, mas até agora, não havia nenhum testemunho material do fato, tantas vezes representado na pintura histórica e no cinema", explicou o investigador do CSIC Antonio Monterroso.

As fontes clássicas dizem que anos depois do assassinato, a Curia foi fechada e em seu lugar foi construída uma capela-memória.

"Sabemos com segurança que o lugar onde Julio César presidiu aquela sessão do Senado e onde foi apunhalado foi fechado com uma estrutura retangular. O que desconhecemos é se esta estrutura significa que o edifício deixou de ser totalmente acessível", disse Monterroso.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Dedão de múmia pode ser prótese mais antiga do mundo, diz estudo

Objeto achado em múmia egípcia data de 950 a 710 anos antes de Cristo.
Testes de pisada com réplica de dedão foram bem-sucedidos, diz cientista.

Do G1, em São Paulo

Cientistas da Universidade de Manchester, na Grã-Bretanha, estudaram um dedão de múmia feito com couro e madeira para descobrir se ele poderia de fato servir como prótese e ajudar uma pessoa a andar. O objeto, que data de 950 a 710 anos antes de Cristo, foi encontrado em uma múmia feminina enterrada próximo à cidade de Luxor, no Egito.

O objeto pode ser a prótese mais antiga do mundo, afirmou o pesquisador Jacky Finch ao site da instituição. O dedão de couro apresenta sinais de uso e características que sugerem que ele não servia apenas para a aparência, disse o cientista.

Dedão de couro e madeira encontrado em múmia feminina no Egito (Foto: Divulgação/Museu Egípcio do Cairo/"The Lancet") 
Dedão de couro e madeira encontrado em múmia feminina no Egito 
(Foto: Divulgação/Museu Egípcio do Cairo/"The Lancet")

Para um teste, Finch contou com dois voluntários que não possuem o dedão direito.

Réplicas exatas da prótese egípcia foram feitas para cada um deles, junto com sandálias semelhantes às usadas no antigo Egito. Os voluntários usaram suas réplicas e caminharam dez metros em três situações distintas: sem calçado, com as sandálias egípcias e usando seus próprios sapatos.

Os movimentos foram medidos usando dez câmeras em posições diferentes, afirma o site da universidade. A pressão das pisadas foi medida usando um equipamento especial.

Réplica de prótese de dedão egípcio usado em teste por cientistas (Foto: Divulgação/Universidade de Manchester) 
Voluntário usa réplica de prótese dedão em teste
  (Foto: Divulgação/Universidade de Manchester)
 
O cientista disse ter sido surpreendido com o saldo positivo dos testes. Segundo ele, as pisadas do pé direito de cada um dos voluntários, onde foi colocada a prótese, foi de 60% a 87% similar às pisadas com o pé esquerdo.

A principal variação na caminhada ocorreu de acordo com o calçado utilizado. A habilidade de andar com a prótese de dedão foi maior quando os voluntários usaram as sandálias, afirma Finch.

"Foi muito animador ver que os dois voluntários foram capazes de andar usando as réplicas. Agora que temos estas informações, nós podemos afirmar que há evidências de que o artefato original [o dedão encontrado na múmia] possuía uma função de prótese", relatou o pesquisador ao site da Universidade de Manchester.

Cientistas anunciam ter descoberto túmulo de antiga rainha maia

Restos de 'Kalomt'e K'abel' estavam com oferendas, dizem pesquisadores.
Sítio dentro de templo era local sagrado para os maias na Guatemala.

Agencia EFE

Túmulo encontrado na Guaemala (Foto: Projeto El Peru Waka/Divulgação) 
Túmulo encontrado na Guatemala
(Foto: Projeto El Peru Waka/Divulgação)
 
Um grupo de arqueólogos guatemaltecos e americanos afirma ter descoberto no sítio arqueológico de 'El Perú-Waka', no norte da Guatemala, um túmulo real com os restos de uma antiga rainha maia.

O diretor do sítio, o americano David Frieldel, explicou em entrevista coletiva que a rainha foi identificada como 'Kalomt'e K'abel'. Friedel sustentou que "esta é a descoberta mais importante" que fez durante os seus 43 anos de trabalho como arqueólogo na Reserva da Biosfera Maia na Guatemala.

Os restos estavam em "um local muito sagrado para os maias antigos dentro do templo mais importante da cidade" do sítio arqueológico, afirmou. Segundo Friedel, "Kalomt'e K'abel" foi esposa do rei de Wak, identificado como "K'inich Bahlam II".

Os restos da rainha foram transferidos para um laboratório da capital guatemalteca para pesquisas. A antiga rainha maia aparece ao lado de seu marido retratada na Stela 34, monumento maia de 692 a.C. em exibição no museu de Cleveland (EUA). Ela também está representada em objetos encontrados em "El Perú-Waka" em 2006.

Os restos da antiga rainha maia, que era uma guerreira, foram descobertos pela pesquisadora mexicano-americana Olivia Navarro e pela guatemalteca Griselda Pérez. Olivia explicou à Agência Efe que a descoberta aconteceu no dia 9 de junho dentro de uma estrutura do sítio arqueológico conhecida como "M13-1".

As pesquisas no sítio arqueológico, que se encontra na Reserva da Biosfera Maia em Petén, foram iniciadas em 2003. Segundo Olivia, durante a escavação foi detectado o cômodo principal do edifício denominado "la adosada", que funcionava como um centro de adoração do fogo.

Debaixo de "la adosada" descobriu-se o túmulo onde estavam os restos da antiga rainha maia, com oferendas elaboradas, como vasilhas de cerâmica datadas do final do século 7 e início do século 8.
Também foi encontrada uma considerável quantidade de joias de jade e milhares de lascas e navalhas de obsidiana.

"Uma das oferendas mais importantes é um pequeno copo de alabastro com tampa talhado em forma de caracol do qual emerge um indivíduo de idade avançada" e que foi a peça-chave para a identificação de "Kalomt'e K'abel", destacou a arqueóloga.



Copo de alabastro é uma das oferendas mais importantes encontradas  (Foto: Projeto El Peru Waka/Divulgação) 
Copo de alabastro é uma das oferendas mais importantes encontradas
 (Foto: Projeto El Peru Waka/Divulgação)


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Cientistas identificam alta emissão de gás metano na Antiguidade

Aumento coincide com auge do Império Romano e da dinastia chinesa Han.
Desmatamento voltado à agricultura foi principal responsável.

Da Reuters

Um período de 200 anos cobrindo o auge do Império Romano e da dinastia Han, na China, observou um grande aumento na emissão dos gases do efeito estufa, de acordo com um estudo que contesta a visão de que a mudança climática provocada pelo homem começou apenas por volta de 1800, com a Revolução Industrial.

Um registro da atmosfera presa no gelo da Groenlândia indicou que o nível de metano subiu há cerca de 2 mil anos e permaneceu nesse nível mais alto por cerca de dois séculos. O metano provavelmente foi liberado durante o desmatamento para liberar terra para agricultura e pelo uso do carvão como combustível, por exemplo, para fundir metal a fim de fazer armas, disse a autora principal do estudo, Celia Sapart, da Universidade Utrecht, na Holanda.

"Eles já emitiam bastante per capita no Império Romano e durante a dinastia Han", disse a pesquisadora sobre os achados de uma equipe internacional de cientistas na edição de quinta-feira (4) da revista "Nature".

coliseu (Foto: AP)


Coliseu de Roma, anfiteatro construído na cidade sede do Império Romano em 65 d.C.  (Foto: AP)
Maior parte dos gases foram lançados após Revolução Industrial

Os índices de desmatamento "apresentam uma redução por volta de 200 d.C., que está relacionada ao declínio drástico da população na China e na Europa seguindo-se à queda da dinastia Han e ao declínio do Império Romano", escreveram os cientistas.

As emissões provocadas pelo homem há 2 mil anos, quando a população mundial era estimada em 300 milhões, eram perceptíveis, mas minúsculas, quando comparadas com os níveis atuais causados por uma população de 7 bilhões.

Sapart estimou que as emissões de metano até 1800 foram cerca de 10% do total dos últimos 2 mil anos, enquanto 90% ocorreram depois da Revolução Industrial. O metano é gerado por fontes humanas, incluindo a queima de florestas e de combustíveis fósseis, plantações de arroz, pecuária ou aterros sanitários. Entre as fontes naturais, estão os pântanos, os incêndios florestais e os vulcões.

As descobertas do grupo de Sapart questionam a posição de um painel da ONU de cientistas do clima, segundo o qual a mudança climática provocada pelo homem começou na esteira do uso de combustíveis fósseis durante a Revolução Industrial. "A era pré-industrial não foi uma época natural para o clima -- ele já era influenciado pela atividade humana", afirmou ela.

"Quando fazemos previsões climáticas para o futuro, temos de pensar sobre o que é natural e sobre o que acrescentamos. Temos de definir o que de fato é natural", afirmou. Os cientistas, localizados na Holanda, na Suíça, na Dinamarca, nos Estados Unidos e na França -- observaram um segundo aumento no metano na Idade Média, coincidindo com um período quente registrado entre 800 e 1200, que também observou a economia da Europa sair da Idade das Trevas.
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