terça-feira, 20 de maio de 2014

Arqueólogos descobrem restos de templo de 2,2 mil anos no Egito

Templo é da época do rei Ptolomeu II, que viveu entre 246 e 282 a.C.
Vestígios foram descobertos em escavações a cerca de 110 km do Cairo.

Da EFE
Foto divulgada nesta segunda-feira (19) mostra o local onde partes de um templo da época do rei Ptolomeu II foram descobertas em Beni Suef, no Egito. (Foto: AFP Photo / HO / Egyptian Ministry of Antiquities )Foto divulgada nesta segunda-feira (19) mostra o local onde partes de um templo da época do rei Ptolomeu II foram descobertas em Beni Suef, no Egito. (Foto: AFP Photo / HO / Egyptian Ministry of Antiquities )

O vestígio foi descoberto nos trabalhos de escavação na zona arqueológica de Jabal-al Nour, localizada a leste do rio Nilo, a cerca de 110 km do Cairo, precisou o ministro.
Especialistas egípcios descobriram os restos de um templo da época do rei Ptolomeu II (246- 282 a.C) na província de Beni Suef, ao sul da capital do Egito, informou nesta segunda-feira (19) o ministro egípcio de Antiguidades, Mohammed Ibrahim.
Ibrahim destacou que esta é a primeira vez que se localiza um templo da época de Ptolomeu II em Beni Suef, o que possibilitará a descoberta de mais informações históricas e detalhes geográficos sobre seu período.
 Detalhes na parede do templo recém-descoberto no Egito (Foto: AFP Photo / HO / Egyptian Ministry of Antiquities)Detalhes na parede do templo recém-descoberto
(Foto: AFP Photo / Egyptian Ministry of Antiquities)
De acordo com o ministro, o templo pertenceu a um dos monarcas mais importantes da dinastia Ptlomaica, que reinou durante mais de 36 anos.
As primeiras inspeções da parte descoberta do templo indicam que, provavelmente, o lugar era dedicado ao culto da deusa faraônica Ísis - a deusa da maternidade e do nascimento no Egito Antigo - cuja adoração se estendeu ao período Ptolomaico.
Ibrahim ressaltou a necessidade de prosseguir com as escavações da região para revelar mais detalhes e elementos arquitetônicos do templo. Os arqueólogos egípcios alcançaram em sua análise o segundo nível do edifício, que contém várias salas, de acordo com o chefe do Departamento de Egiptologia do Ministério de Antiguidades, Ali al Asfar.
Dentro do templo foram encontrados um conjunto de vasilhas e fragmentos de cerâmica que levam os nomes de Ptolomeu II. "Os muros externos do setor leste destacam-se por desenhos que mostram o rei junto ao deus do rio Nilo, Hapi", disse al Asfar.
O período dos Ptolomeus se iniciou no Egito com a conquista do país por Alexandre Magno, no ano 332 a.C, e finalizou com a tomada de Alexandria pelos romanos, 30 anos antes de Cristo, quando Cleópatra VII governava o país.
Escavações foram feitas na região de Beni Suef, no Egito (Foto: AFP Photo / HO / Egyptian Ministry of Antiquities)Escavações foram feitas na região de Beni Suef, no Egito (Foto: AFP Photo / HO / Egyptian Ministry of Antiquities)

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Povos da América são descendentes da Sibéria

Cidade do México - O estudo do mais antigo fóssil humano encontrado na América confirma que os seres humanos que moram no continente descenderam de povos da Sibéria e não da Ásia, como se acreditava anteriormente. Os ossos encontrados são de uma adolescente que morava há cerca de 12 a 13 mil anos na região de Yucatan, no México. Batizada de Naia, o corpo foi descoberto em 2007 em uma caverna no fundo do mar e está sendo estudado por especialistas do Instituto Nacional de Antropologia e História (Inah) do México.

    A menina tinha entre 15 e 16 anos e morreu antes do último período glacial na Terra. Os seus restos incluem o crânio praticamente intacto. Segundo a vice-diretora de arqueologia do Inah, Pilar Luna "para nós a descoberta se tratou da possibilidade de encontrar o elo faltante para confirmar que os primeiros habitantes do continente vieram da Sibéria e não de qualquer outra parte". Ela explicou que é possível chegar a essa conclusão por uma sequência exclusiva de DNA que só existem em habitantes da América e ainda perdura em tribos indígenas de todo o continente. Ela salientou que "existem teorias em que os americanos chegaram da Ásia meridional, mas agora podemos confirmar que as primeiras populações americanas, os paleoamericanos, vinham da Sibéria e atravessaram o estreito de Bering para depois andar por todo o continente". (ANSA)


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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Arqueólogo diz ter achado carcaça que seria de caravela de Colombo

Pintura de Michael Zeno Diemer ilustra a caravela Santa Maria, uma das naus usadas por Cristóvão Colombo
no descobrimento da América, em 1492 (Foto: Michael Zeno Diemer/Wikimedia Commons)
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O arqueólogo especializado em exploração submarina Barry Clifford afirma ter encontrado no fundo do mar do Caribe, perto do Haiti, uma carcaça de embarcação que, segundo ele, pode ser da caravela Santa Maria, uma das três naus comandadas por Cristóvão Colombo no descobrimento da América em 1492 (as outras eram Pinta e Nina).
Clifford disse em entrevista à rede de TV CNN que encontrou a carcaça na área exata onde Colombo afirmava ter encalhado a Santa Maria. O naufrágio está preso em um recife ao largo da costa norte do Haiti, de 10 a 15 metros de profundidade.
"Todas as caracteristicas geográfica e topografia subaquática, além das evidências arqueológicas, sugerem fortemente que este naufrágio é famosa capitânia de Colombo , a Santa Maria", disse o líder de uma recente expedição de reconhecimento ao local.
Ele usou outros estudos feitos por arqueólogos sobre a provável localização do forte onde Colombo ficou instalado. Com esta informação, ele usou dados do diário do navegador genovês para descobrir onde os destroços da embarcação poderiam estar.
Um objeto encontrado junto à carcaça leva Clifford a acreditar que o navio é a caravaela Santa Maria: trata-se de um canhão com características típicas dos fabricados no século XV.
Segundo a CNN, o arqueólogo Charles Beeker, da Universidade de Indiana, passou várias horas debaixo d'água no local e também estudou a documentação do Clifford . "Eu me sinto Barry tem provas muito convincentes ", disse Beeker. " Barry pode ter finalmente descoberto a 1492 Santa Maria."
O explorador agora negocia com o governo do Haiti uma autorização para poder fazer escavações no fundo do mar para poder colher partes da carcaça. Por enquanto Clifford e sua equipe fizeram apenas registros fotográficos do local.
Santa Maria foi uma das embarcações usadas na pequena frota de Colombo, que partiu da Espanha em agosto 1492, sob o patrocínio do rei Fernando II e da rainha Isabel I.
A viagem teve como objetivo encontrar uma rota para a Índia e a China, mas em outubro do mesmo ano os navegantes chegaram ao Haiti, onde estabeleceu um forte.
Em dezembro daquele ano, o Santa Maria acidentalmente encalhou ao largo da costa da ilha. Algumas tábuas e provisões do navio naufragado, que era cerca de 117 pés (36 metros) de comprimento, foram utilizados pela guarnição no forte, de acordo com a Encyclopaedia Britannica. Colombo partiu de volta para a Espanha com os dois navios restantes, a Nina e a Pinta, em janeiro de 1493.
Do G1em São Paulo


quinta-feira, 8 de maio de 2014

Arqueólogos encontram túmulos de chefes militares faraônicos do Egito

Descoberta foi feita a vinte quilômetros ao sul do Cairo.
Achados confirmam que antiga cidade de Memphis era centro importante.

Da France Presse
 

Arqueólogo trabalha no interior de tumba encontrada a 20 km do sul do Cairo, no Egito (Foto: Khaled Desouki/AFP) 
Arqueólogo trabalha no interior de tumba encontrada a 20 km do sul do Cairo, no Egito
 (Foto: Khaled Desouki/AFP)
 
O Egito revelou pela primeira vez nesta quinta-feira (8) a descoberta de túmulos de mais de 3 mil anos pertencentes a dois líderes do exército dos faraós na famosa necrópole de Saqqara, vinte quilômetros ao sul do Cairo.

Estas descobertas da Universidade de Arqueologia do Cairo são uma nova confirmação de que a antiga cidade de Memphis, próxima a Saqqara, "continuou sendo um importante centro administrativo e militar quando Luxor (sul) se converteu na verdadeira capital" do Império Novo (1550-1070 antes de Cristo), estimou o ministro das Antiguidades, Mohamed Ibrahim.
 
O primeiro túmulo, construído em pedra calcária, data do fim do período ramséssida e corresponde a Passer, chefe dos arquivos militares e emissário do faraó no exterior, explicou aos jornalistas o chefe da missão, Ola el Aguizi.

Os coloridos em baixo-relevo em seu interior representam o tribunal do além presidido pelo deus Osiris, encarregado de julgar a alma dos mortos no Egito faraônico, assim como a esposa e os filhos do falecido.

O segundo mausoléu, de tijolos de terracota, pertencia a Pthames, chefe do exército e da tesouraria com Seti I e Ramsés II, um dos faraós mais famosos por suas proezas militares e pelos ostentosos monumentos construídos durante seu reinado, acrescentou Aguizi.

Os desenhos neste túmulo, do qual se tem conhecimento desde o século XIX, representam cenas de pesca pintadas de vermelho, assim como o cargo dos falecidos inscritos com hieroglifos.


do G1.globo.com

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Le linee di Nazca perdono il primato

Le piste di Nazca non sono le più antiche, scoperte in Perù piste tracciate almeno tre secoli prima (fonte: Martin St-Amant)    
Le piste di Nazca non sono le più antiche, scoperte in Perù piste tracciate almeno tre secoli prima (fonte: Martin St-Amant) 
 
Le linee di Nazca in Perù hanno perso il primato di antichi disegni impressi nel terreno ad opera dell'uomo. Nella stessa zona sono stati infatti scoperti dei geoglifi, come vengono chiamate queste piste, che risultano essere più antichi di almeno tre secoli. Ad annunciarlo, sulla rivista dell'Accademia delle Scienze Americane (Pnas), è il gruppo di internazionale coordinato da Charles Stanish, del dipartimento di Antropologia dell'Università della California a Los Angeles.

Ricerche archeologiche sulla costa meridionale del Perù hanno portato alla scoperta di complessi geoglifi che risalgono al tardo Paracas, il periodo che va dall'800 al 100 avanti Cristo. Si tratta di 5 tumuli cerimoniali da cui si irradiano 71 linee che coprono una superficie di circa 40 chilometri quadrati.

Tutte le linee convergono verso il punto del tramonto del solstizio estivo, che cade il 21 giugno. Questi segni indicano quindi che la popolazione che popolava la valle Chincha, in Perù, avesse già delle forti conoscenze astronomiche. Il complesso di Chincha precede così le più note linee dei Nazca, situate più a Sud, di almeno tre secoli e permette di comprendere meglio lo sviluppo e l'utilizzo dei geoglifi e dei tumuli sepolcrali.


www.ansa.it

Arqueólogos encontram túmulo de 5.600 anos no Egito

Túmulo é anterior ao século 31 antes de Cristo, segundo arqueólogos.
Bom estado de conservação vai ajudar a estudar rituais funerários.

Da France Presse
 

Arqueólogos encontraram no sul do Egito um túmulo e uma múmia bem conservados de 5.600 anos, anunciou nesta quarta-feira (7) o ministério de Antiguidades do país. O túmulo é anterior ao reinado de Narmer, fundador da Primeira Dinastia, que unificou o Alto e o Baixo Egito no seculo 31 a.C., declarou o ministério em um comunicado.

O túmulo foi encontrado na região de Kom al-Ahmar, entre Luxor e Assuã, onde se localizava Hierakonpolis, a principal cidade e capital do reino do Alto Egito. Os arqueólogos encontraram a estátua de um homem com barba, feita com marfim, e a múmia, que parecia ter morrido na adolescência, segundo o ministério.

O bom estado de conservação do restos mortais permitirá obter informações sobre os rituais funerários pré-dinásticos, destacou Renee Friedman, à frente da equipe arqueológica multinacional que realizou as escavações.

Na cidade de Hierakonpolis foram encontrados há anos os túmulos dos reis Narmer e Ra, um faraó pré-dinástico que facilitou a unificação do Egito.


do www.g1.globo.co

sábado, 3 de maio de 2014

Cientistas explicam técnica de egípcios para construir pirâmides

Pesquisadores descobrem que operários antigos molhavam areia do deserto para arrastar pedras e esculturas gigantes.

Da BBC

 

Para construir as pirâmides, egípcios teriam umidificado a areia sobre a qual os trenós deslizavam (Foto: BBC) 
Para construir as pirâmides, egípcios teriam umidificado a areia sobre a qual os trenós deslizavam (Foto: BBC)
 
 
Elas foram construídas há milhares de anos, quando não havia escavadeiras ou gruas.

Porém, continuam maravilhando o mundo - e os cientistas - pelo enorme esforço e pelos engenhos usados na sua construção.

Para construir suas imponentes pirâmides, os egípcios tiveram que transportar gigantescos blocos de pedra e estátuas que pesavam toneladas pelo deserto. Para fazer isso eles usavam grandes trenós de madeira.

As grandes quantidades de operários que se mobilizaram em grandes projetos dá uma ideia do grande conhecimento técnico e organizacional desta civilização, que se baseou em métodos simples.

Especialistas em física da Fundação para a Investigação Fundamental sobre a Matéria e da Universidade de Amsterdã disseram recentemente ter descoberto um truque simples e efetivo que pode ter sido utilizado pelos egípcios para facilitar a passagem dos trenós de madeira carregados com pedras. Eles umidificariam a areia sobre a qual os trenós deslizavam.

Ao usar a quantidade adequada de água, segundo os cientistas, eles conseguiriam reduzir pela metade o número necessário de operários para arrastar os trenós.

"Demonstramos de forma experimental que a fricção deslizante sobre a areia se reduz muito ao se adicionar um pouco - mas não muito - de água" diz o estudo realizado por um grupo liderado pelo professor Daniel Bonn e publicado na revista especializada Physical Review Letters.
 
Castelos de areia
Quem já construiu castelos de areia poderá entender facilmente o que propõe os cientistas: é praticamente impossível manter a forma de um monte de areia seca. Quando ela está saturada de água, a dificuldade é semelhante.

A chave está, como nos castelos de areia, na quantidade adequada de umidade.

E os pesquisadores afirmam que para facilitar a tração dos pesados trenós pelo deserto, o mais provável é que os egípcios fizeram justamente isso: molhar a areia em frente ao trenó.

Esses cientistas realizaram experimentos para mostrar que a quantidade adequada de umidade reduz à metade a força necessária para empurrar um objeto.

Em um laboratório, criaram uma versão do trenó egípcio e a colocaram sobre uma superfície de areia. 

Assim determinaram a força necessária e a firmeza da areia de acordo com a quantidade adicionada de água.

Para medir a firmeza eles usaram um reômetro, instrumento que mede o escoamento de líquidos ou misturas líquidas quando submetidas a forças externas. Com ele, determinaram que a força necessária para mover o trenó diminuía de maneira proporcional à firmeza da areia.

A razão é que quando se adiciona água à areia surgem as chamadas pontes capilares, pequenas gotas de água que unem os grãos entre si.

Na presença da quantidade correta de água, a areia úmida do deserto é cerca de duas vezes mais firme que a areia seca, segundo os físicos.

Dessa forma, um trenó desliza com muito mais facilidade sobre a areia firme simplesmente porque ela não se acumula em frente ao veículo - como acontece com a areia seca.
 
Pista encontrada
Segundo os cientistas, os construtores egípcios conheciam esse truque útil. Eles baseiam sua afirmação em uma pintura encontrada em uma das paredes da tumba de Djehutihotep, governante de uma das regiões do Alto Egito durante os reinados de Amenemhat II, Sesostris II e Sesostris III (1914-1852 a.C.). Ela mostra claramente uma pessoa parada na parte dianteira do trenó jogando água sobre a areia.

Mas além de revelar mais um aspecto da destreza daquela civilização antiga, esses resultados também são interessantes para suas aplicações modenas, segundo os pesquisadores.

Até hoje não se entende completamente o comportamento físico dos materiais granulares - mesmo dos mais comuns, como a areia, o asfalto, o concreto e o carvão.

Os cientistas acreditam que essa descoberta pode ser útil para otimizar o transporte e o processamento de material granular, que atualmente representa cerca de 10% do consumo de energia do mundo.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

'Atlântida' entre Reino Unido e Europa sumiu sob o mar após tsunami de 5 m

Doggerland, que um dia conectou a Grã-Bretanha à Europa continental, desapareceu após ser atingida por onda causada por delizamento de terra debaixo d'água.

Da BBC
 

Doggerland, que um dia conectou a Grã-Bretanha à Europa continental, desapareceu após ser atingida por onda causada por delizamento de terra debaixo d'água (Foto: BBC) 
Doggerland, que um dia conectou a Grã-Bretanha à Europa continental, desapareceu após ser atingida por onda causada por delizamento de terra debaixo d'água (Foto: BBC)
 
Uma 'Atlântida' pré-histórica no Mar do Norte pode ter sido abandonada após ser atingida por um tsunami de 5 metros há 8,2 mil anos, sugere um estudo britânico. A onda foi causada por um deslizamento de terra de grandes proporções ocorrido debaixo d'água na costa da Noruega.

Analistas acreditam que o tsunami invadiu Doggerland, uma massa de terra que desde então desapareceu sob as ondas. 'Foi abandonada por tribos mesolíticas há cerca de 8 mil anos, que foi quando ocorreram os três Storegga slides (os deslizamentos debaixo d'água no limite da plataforma continental norueguesa, que estão entre os maiores deslizamento de terra conhecidos)', disse Jon Hill, do Imperial College em Londres.

A onda pode ter levado os últimos habitantes das ilhas.

A pesquisa foi divulgada na publicação científica "Ocean Modelling", e está sendo apresentada na Assembleia Geral da União Européia de Geociências em Viena, Áustria, nesta semana.

Objetos pré-históricos foram encontrados no Mar do Norte (Foto: BBC)Objetos pré-históricos foram encontrados no Mar
do Norte (Foto: BBC)
 
Simulação
Hill e seus colegas do Imperial College Gareth Collins, Alexandros Avdis, Stephan Kramer e Matthew Piggott usaram simulações criadas em computador para explorar os possíveis efeitos do deslizamento de terra norueguês.

Ele disse à BBC: 'Nós fomos os primeiros a criar um modelo do tsunami Storegga levando em conta a presença de Doggerland. Estudos prévios utilizaram a profundidade atual do oceano.'

Dessa forma, o estudo fornece o conhecimento mais detalhado até o momento sobre os possíveis impactos do grande deslizamento e sua enorme onda que atingiu essa terra perdida.

Durante a Era do Gelo, os níveis do mar eram muito mais baixos, e, em sua extensão máxima, Doggerland conectava a Grã-Bretanha à Europa continental. Era possível para caçadores andarem desde o que hoje é o norte da Alemanha até o leste da Inglaterra. Mas há 20 mil anos, os níveis do oceano começaram a subir, gradualmente inundando a região.

Este objeto foi encontrado na região onde um dia esteve Doggerland (Foto: BBC)Este objeto foi encontrado na região onde um dia
esteve Doggerland (Foto: BBC)
 
Jardim do Éden
Há cerca de 10 mil anos, a região ainda tinha uma das mais ricas áreas para caça, pesca e caça de aves selvagens na Europa. Uma grande bacia de água fresca ocupava o centro de Doggerland, alimentada pelo rio Tâmisa pelo oeste, e pelo rio Reno no leste. Suas lagoas, pântanos, e áreas alagadas eram um refúgio da vida selvagem.

'Em tempos mesolíticos, era o paraíso', explicou Bernhard Weninger, da Universidade de Cologne na Alemanha, que não participou do estudo recente.

Mas 2 mil anos depois, Doggerland se tornou uma ilha pantanosa de baixa altitude que correspondia à uma área do tamanho do País de Gales.

Barcos pesqueiros no Mar do Norte retiraram do fundo do mar ossos pré-históricos pertencentes a animais que um dia vagaram por esse 'Jardim do Éden' préhistórico.

As águas também forneceram uma pequena quantidade de restos humanos e artefatos através dos quais cientistas puderam obter uma datação por radiocarbono, que usa a ocorrência natural de carbono-14 para determinar a idade de materiais carbonáceos até cerca de 60 mil anos. Eles também mostraram que nenhuma dessas relíquias datam de depois do tsunami.

Evento catastrófico
Este machado do período mesolítico foi encontrado no Mar do Norte por um pescador holandês em 1988 (Foto: BBC) 
Este machado do período mesolítico foi encontrado no Mar do Norte por um pescador holandês em 1988 (Foto: BBC)
 
O deslizamento Storegga envolveu o colapso de cerca de 3 mil quilômetros cúbicos de sedimento. 'Se você pegar esse sedimento e colocar sobre a Escócia, cobriria o país e o deixaria a uma profundidade de 8 metros', disse Hill.

Dado que a maior parte de Doggerland tinha nessa época menos de 5 metros de altura, esse pedaço de terra pode ter sofrido inundações.

'É plausível que o deslizamento Storegga foi de fato a causa do abandono de Doggerland durante a Era Mesolítica', escreveu o time de cientistas na publicação Ocean Modelling.

Hill disse à BBC: 'O impacto em qualquer pessoa que estava vivendo em Doggerland na época teria sido enorme, comparável ao do tsunami no Japão em 2011.'

Mas Bernhard Weninger suspeita que Doggerland já havia sido evacuada quando o deslizamento ocorreu. 

'É possível que pessoas chegassem de barco para pescar, mas eu duvido que haviam moradores permanentes', ele explicou. 'Eu acredito que já estava tão alagado nesta época que os dias de glória de Doggerland já haviam passado.'

Registro escasso
Vince Gaffney, arqueólogo da Universidade de Birmingham, na Grã-Bretanha, disse: 'Eu acho que eles (os pesquisadores) estão provavelmente certos, porque o tsunami teria sido um evento catastrófico.'

Mas ele ressaltou que o registro arqueológico era escasso, e lembrou que dois machados do período neolítico (após Storegga) foram retirados da área de Brown Banks no Mar do Norte.

É possível que eles tenham sido jogados de um barco, acidentalmente ou como oferenda em um ritual, no entanto não é claro exatamente quando Doggerland finalmente sucumbiu às ondas.

'Mesmo depois de grandes erupções vulcânicas, as pessoas voltam, às vezes porque é impossível não voltar, mas também porque os recursos estão lá', disse Gaffney, o autor do livro, Mundo Perdido da Europa: A Redescoberta do Doggerland.

O tsunami também teria afetado o que é agora a Escócia e a costa leste da Inglaterra, bem como a costa norte da Europa continental.

Estima-se que a onda que atingiu a costa nordeste da Escócia teria 14 metros de altura, embora não esteja claro se esta área era habitada na época.

Mas ondas que mediam cerca de 5 metros de altura teriam atingido a costa leste da Inglaterra, e há fortes evidências de que humanos habitavam essa região há 8 mil anos.

Grande parte dessa região também era baixa, sugerindo que o impacto sobre as pessoas da Era Mesolítica que dependiam substancialmente dos recursos costeiros, tais como moluscos, teria sido também bastante significante.
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