quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Drone varrerá Amazônia em busca de civilizações antigas



O avião não-tripulado que será enviado para a região é equipado com um laser que analisa e procura por áreas onde podem ter existido construções há milhares de anos.
O objetivo do projeto é determinar qual era o tamanho destas comunidades milenares e até que ponto elas alteraram a paisagem local.
Os pesquisadores anunciaram a iniciativa durante a reunião anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), na cidade de San Jose, na Califórnia.
O projeto, uma parceria entre agências e instituições do Brasil e Europa, já conseguiu uma verba de US$ 1,9 milhão (cerca de R$ 5,3 milhões) do Conselho Europeu de Pesquisa.
Dependendo dos dados obtidos, eles também podem ser usados para a elaboração de políticas de uso sustentável da floresta.
Mas a questão mais importante é tentar compreender a escala e as atividades das populações que viveram na Amazônia no final do período antes da chegada dos europeus à América, ou seja, os últimos 3 mil anos antes de 1490.

Padrões no solo

A equipe internacional vai tentar encontrar na Amazônia os chamados geoglifos, que são desenhos geométricos grandes feitos no chão.
Foto: Xmobots
O drone usado no projeto carrega um instrumento a laser que pode examinar áreas que não foram desmatadas
Mais de 450 destes geoglifos, em vários formatos geométricos, foram encontrados em locais onde ocorreu desmatamento.
Mas até hoje ninguém sabe exatamente o que estes círculos, quadrados e linhas representam - há indícios de que fossem centros cerimoniais.
No entanto, o que se sabe é que eles são provas de um comportamento coletivo.
"É um debate acalorado agora na arqueologia do Novo Mundo", afirmou José Iriarte, da Universidade de Exeter, na Grã-Bretanha.
"Enquanto alguns pesquisadores acreditam que a Amazônia foi habitada por pequenos grupos de caçadores-coletores ou então por pequenos grupos de cultivavam apenas para a subsistência, que tiveram um impacto mínimo no meio ambiente, e que a floresta que vemos hoje foi intocada por milhares de anos, há cada vez mais provas mostrando que este pode não ser o caso."
"Estas provas sugerem que a Amazônia pode ter sido habitada por sociedades grandes, numerosas, complexas e hierárquicas que tiveram um grande impacto no meio ambiente; o que nos chamamos de 'hipótese do parque cultural'", disse o cientista à BBC.

Drone e satélite

O projeto de Iriarte prevê o sobrevoo do drone por algumas áreas da floresta que servirão de amostra.
O laser acoplado ao drone vai procurar geoglifos estão escondidos em regiões ainda não desmatadas.
Parte da luz deste laser, chamado de "lidar" ("light-activated radar", ou radar ativado pela luz, em tradução livre) consegue ultrapassar a barreira das folhas das árvores.
Serão feitas várias inspeções e, se a existência dos geoglifos for confirmada, os cientistas vão tentar determinar mudanças específicas que foram deixadas no solo e na vegetação pelos antigos habitantes.
Estas "impressões digitais" poderão ser buscadas por imagens de satélites, possibilitando uma busca em uma área muito maior da Amazônia, maior do que com o pequeno drone.
PPS/Embrapa/US Forest Service
Em imagens aéreas normais, apenas os topos das árvores são visíveis
PPS/Embrapa/US Forest Service
O instrumento a laser do drone faz o mapa digital da vegetação destes topos de árvores
PPS/Embrapa/US Forest Service
Este mapa pode então ser removido e deixar apenas o sinal do laser que conseguiu ultrapassar a vegetação e chegar ao chão
E, a partir deste projeto será possível avaliar como a Amazônia pode ser gerenciada de forma sustentável. Segundo Iriarte, não é possível especular quais seriam as mudanças futuras aceitáveis na Amazônia se não existir uma compreensão completa de como a floresta foi alterada no passado.
"Queremos ver qual é a pegada humana na floresta e então formar uma política (de uso), pois pode ser o caso de que a biodiversidade que queremos preservar seja o resultado de uma manipulação no passado desta floresta", explicou.
Foto: José Iriarte
Ainda não se sabe quantos outros geoglifos o chão da Amazônia esconde

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Múmias são encontradas no esgoto no Egito

Múmias foram encontradas em um córrego poluído no Egito (Foto: AFP)

Da BBC - Duas múmias egípcias foram encontradas flutuando no esgoto de um vilarejo ao sul do Cairo, informou a imprensa local.

As múmias, que estavam embrulhadas em vários lençóis e dentro de seus sarcófagos de madeira, foram encontradas pela polícia em um córrego poluído num vilarejo perto da cidade de Minya, 240km ao sul do Cairo, informou a revista online CairoScene.
Acredita-se que elas sejam do período greco-romano (332 aC a 395 dC), mas o Ministério de Antiguidades disse que pouco restava dos corpos.
"Apesar dos caixões estarem decorados com desenhos coloridos, eles não tinham nenhuma inscrição egípcia antiga ou hieróglifos", disse o ministério em comunicado. Um terceiro sarcófago também foi encontrado, mas vazio.
Não se sabe como as múmias chegaram ao córrego, mas Yusuf Khalifa, funcionário do ministério, disse ser provável que elas tenham sido descobertas por pessoas que realizam escavações ilegais.
Há fortes restrições a escavações no Egito - em outubro de 2014, sete pessoas foram presas em Giza, nos arredores do Cairo, após uma escavação ilegal ter descoberto os restos de um templo antigo.
Especialistas tentam, agora, restaurar os restos das duas múmias. Elas deverão ser expostas junto com seus sarcófagos no museu de Minya, disse o ministério.
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