quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Cultura & Humanismo


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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Brasileiro comemora vitória no Ig Nobel, o Nobel da pesquisa bizarra

Arqueólogo da USP mostrou que tatus bagunçam sítios pré-históricos.Sem dinheiro, ele não foi à premiação, mas continua estudos.


Reinaldo José Lopes Do G1, em São Paulo

"Deve ter gente que fica constrangida com o prêmio, mas eu achei muito legal", declarou ao G1 o arqueólogo Astolfo Gomes de Mello Araujo, da USP, no dia seguinte à sua consagração como um dos vencedores do Ig Nobel. O prêmio, organizado pela revista de humor científico "Annals of Improbable Research" (Anais da Pesquisa Improvável), vai para "pesquisas que não podem, ou não devem, ser reproduzidas" e para experimentos que "primeiro fazem as pessoas rirem e depois as fazem pensar". O primeiro Nobel da pesquisa esdrúxula vencido por um brasileiro é fruto do trabalho de dois arqueólogos, vários tatus e uma multidão de crianças empolgadas.



O arqueólogo Astolfo Araujo, primeiro vencedor brasileiro do Ig Nobel (Foto: Arquivo pessoal)


Crianças? Sim, porque o experimento de Araujo e de seu colega José Carlos Marcelino, do Departamento do Patrimônio Histórico de São Paulo, aconteceu em pleno Zoológico de São Paulo, à luz do dia e em dia de visitas. A dupla simplesmente enterrou pedras lascadas e pedaços de cerâmica no recinto ocupado pelos tatupebas (Euphractus sexcinctus) e esperou 50 dias para reescavar o local e ver o resultado. "As crianças não paravam de gritar 'Tio, o que é isso?' enquanto a gente escavava. Foi uma bagunça", recorda Araujo, que acaba de passar em concurso para integrar a equipe do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP.

O resultado foi conclusivo: os arqueólogos deveriam fugir dos tatus como o diabo da cruz. Isso porque aparentemente os mamíferos escavadores bagunçam totalmente a estratigrafia, ou seja, a sucessão de camadas que constituem um sítio arqueológico. Isso é uma potencial dor de cabeça porque a estratigrafia ajuda os arqueólogos a estimar a idade relativa dos artefatos encontrados num dado local. As garrinhas do tatupeba podem muito bem fazer com que uma ponta de flecha de 200 anos pareça ter 2.000 anos, digamos.



Tatupeba: o vilão dos sítios arqueológicos finalmente desmascarado (Foto: Reprodução)


Segundo Araujo, a equipe do IgNobel já estava dando sinais de que ele seria um dos ganhadores desde junho. "Eles me mandaram um e-mail querendo discutir meu trabalho, mas eu vi a assinatura da pessoa com o site do prêmio e logo me dei conta de que tinha a ver com o Ig Nobel", conta ele. Sem dinheiro de financiamento, ele não pôde ir à premiação, que acontece todos os anos num teatro da Universidade Harvard (EUA).

O arqueólogo defende os ganhadores do prêmio. "Não é porque é engraçado que não é boa ciência. Por exemplo, uma das pesquisas vencedoras, aquela das strippers [que ganhou na categoria Economia, mostrando que as dançarinhas de strip-tease recebem mais gorjetas quando estão no período fértil], é muito interessante para entender a relação entre a biologia e o comportamento humano. Isso é superlegal", argumenta Araujo.

Após a vitória, Araujo lembrou a figura de Faiçal Simon, superintendente do Zoológico de São Paulo, já falecido, que deu apoio aos arqueólogos para realizar o experimento. "Era uma pessoa fantástica, entendia tudo de animais. Se não tivesse morrido de repente, certamente daria contribuições científicas até os 90 anos de idade", diz.

Tatus à parte, o pesquisador continua tentando entender a estratigrafia dos sítios arqueológicos brasileiros, em parceria com o antropólogo Walter Neves, também da USP, um dos principais especialistas do mundo na chegada do ser humano às Américas. Com isso, Araujo tem trabalhado na região de Lagoa Santa (MG), área onde estão alguns dos sítios mais antigos do continente, com cerca de 11 mil anos de idade.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O Homem, o Céu e suas crenças – O Disco de Nebra como fonte de informações astronômicas e mitológicas para o Arqueoastrônomo.

Por: Leonardo Perin– Projekt Mittealter – UFRJ
Orientador: Prof. Dr. Álvaro Alfredo Bragança Jr. - Faculdade de Letras/PPGHC – UFRJ.

Resumo
Há 3600 anos, em terras que posteriormente seriam germânicas, um povo lá assentado confeccionou, entre uma série de artefatos, um disco estelar (SCHLOSSER, 2003). Após as peripécias de sua descoberta em 1999, iniciaram-se as tentativas de interpretação do achado. O disco hipoteticamente traria em suas representações marcações astronômicas de uso prático daquele povo: passagem dos solstícios, equinócios, horizonte, constelações visíveis no céu e uma figura mitológica: A Barca Solar. Tal figura, todavia, é recorrente na Idade do Bronze, aparecendo desde entre os egípcios, na Barca Solar de Khufu (JENKINS, 1980), até os escandinavos, na Carruagem Solar de Trudholm (LINDOW, 2002). Esta pesquisa, em fase inicial, visará analisar a partir de uma perspectiva da História Comparada (THEML & BUSTAMANTE, 2004) a relação entre Mitologia e Astronomia expressos no Disco de Nebra, trabalhando tanto com conceitos da Arqueoastronomia Verde quanto com a da Arqueoastronomia Marrom (WHITLOCK, 1995).
Introdução
A Arqueoastronomia e suas abordagens distintas
Com o passar dos séculos, as necessidades do Ser, em relação às análises do mundo que o cerca, modificam-se. As visões históricas e arqueológicas passam a abranger perspectivas e possibilidades que antes não eram levadas em conta. E de onde nascem tais necessidades? A preocupação em se trazer para o mundo acadêmico um estudo mais fiel possível da realidade cognoscível e o esforço em se apresentar os conceitos, fatos e pensamento do passado são o ponto de partida para o desenvolvimento dessas necessidades. Partindo desses conceitos queremos trazer a questão do surgimento da Arqueoastronomia. Num primeiro momento, é de se estranhar o fato de que duas ciências aparentemente distintas e desconexas, a Arqueologia e a Astronomia, possam se fundir e compartilhar métodos, buscas e descobertas. A Arqueologia preocupa-se com a análise do homem em relação aos vestígios enterrados, escondidos embaixo do solo, enquanto a Astronomia olha na direção oposta, para o céu, para o além do horizonte, atrás de evidências do funcionamento do universo e de como esse mecanismo celeste nos pode ser útil.
Todavia, assim como hoje vivemos sobre o solo e deixamos nele nossos vestígios, também utilizamos o céu como ferramenta guiadora da nossa vida, regulando as plantações, as marés e servindo de mapa para os navegantes. Com os povos que nos antecederam no tempo não ocorreu de forma diferente. Assim como eles ocuparam e exploraram a terra em que se assentaram, também mantiveram estreitas relações com os sinais celestes e também por eles pautavam sua sociedade. Após tomar consciência de que o homem antigo estava chumbado ao solo, mas com os olhos nos céus, nasceu daí a necessidade de se estudar, através dos vestígios deixados por esses povos, a importância que o céu exercia em suas atividades e crenças.
Após a Conferência sobre Arqueoastronomia da União Astronômica Internacional em Oxford em 1981, definiu-se com mais precisão o objeto do estudo do arqueoastrônomo, ao mesmo tempo em que se deu a cisão do pensamento arqueoastronômico em duas escolas: a Arqueoastronomia Verde e a Arqueoastronomia Marrom. As cores derivam da cor da capa em que os métodos foram publicados. A primeira trata da metodologia arqueoastronômica na Europa e a última no Novo Mundo. Tal cisão deu-se devido as diferentes fontes de estudos arqueológicos à disposição em cada um dos continentes.
Na Europa, o foco estava direcionado ao estudo dos alinhamentos dos sítios arqueológicos datados da pré-história, ou seja, mais direcionado aos aspectos astronômicos que arqueológicos. O objetivo desses cientistas era saber a precisão e veracidade desses alinhamentos no plano astronômico-tecnológico e, dessa forma, ficou pautado o pensamento arqueoastronômico europeu, visando descobrir os usos sociais e técnicos dos vestígios encontrados nos assentamentos. Já nas Américas, principalmente na América Latina, motivada pela grande quantidade de registros etnográficos, a Arqueoastronomia direcionou-se ao estudo dos elementos culturais, mitológicos e étnicos presentes nos artefatos e construções encontradas nos sítios arqueológicos, voltando-se assim ao estudo da relação dos elementos celestes e sua associação com padrões culturais, religiosos e mitológicos. Em 1990, pretendeu-se a criação da Arqueoastronomia Azul, que tangenciaria especificamente aos assuntos ligados à Etnoastronomia, ou a relação entre o céu e os povos no presente.
O Disco Solar de Nebra
Sua descobertaEm 23 de fevereiro de 2002, a polícia da Suíça, em uma misteriosa ação no Hotel Hilton de Basel, apreendeu uma descoberta do início da Idade do Bronze, aproximadamente 1600 a.e.c, que havia sido subtraída numa escavação arqueológica clandestina em Sachsen-Anhalt. Nela, localizou-se o agora tão famoso “Disco Solar de Nebra”.
Após uma investigação detalhada pelo Departamento Criminal de Magdeburg o achado foi entregue ao escritório do Departamento Estatal de Arqueologia de Halle, dirigido pelo Dr. Harald Meller. Os arqueólogos locais, então, confiaram minúncias da investigação a dois cientistas externos: o prof. Pernicka da Bergakademie Freiberg ficou encarregado da pesquisa em Arqueometalurgia e o prof. Dr. Schlosser com as análises astronômicas. Simultaneamente, uma exibição aberta foi preparada após a alta pressão geral exercida pelo interesse avultado no Disco Estelar. Com um mês após a devolução do Disco ao Museu de Pré-História de Halle, uma exposição de três semanas pôde ser aberta e foi visitada por mais de 15.000 pessoas.
Independentemente da posterior despenalização do roubo pelas autoridades legais, pois foi somente em Basel que seu último receptador foi preso, tanto sob a ótica jurídica quanto sob a ótica arqueológica, o conhecimento da exata localização da descoberta era, no entanto, também importante e somente os escavadores poderiam saber essa localização. Em julho de 2002, os raptores puseram-se à disposição das autoridades legais, motivados pela grande pressão exercida pela busca que fora realizada. Desta forma, o local original da descoberta tornou-se conhecido – o cume do monte Mittelberg nas cercanias de Nebra junto ao rio Unstrut. Tal revelação foi para os cientistas uma informação extremamente relevante, pois a hipótese daquele ter sido o local da descoberta já se afigurava como plausível, tanto sob uma perspectiva edológica quanto sob uma perspectiva astronômica.
Aproximadamente um mês depois – e sem ter passado nem metade do ano após a apreensão do Disco – iniciaram-se as primeiras escavações arqueológicas no local da descoberta.



O Disco Solar é sem sombra de dúvidas a mais importante peça dos achados recuperados em Basel. Contudo, também os outros objetos são arqueologicamente significativos. As duas espadas ornadas em ouro já se protraem entre todos os achados pré-históricos. Com base em suas características tipológicas, elas permitem a datação de todos os outros achados do conjunto (o Disco Solar inclusive) como sendo pertencentes ao estágio A3 da Idade do Bronze, conseqüentemente, como sendo de cerca de 1600 a.e.c. Além disso, é interessante notar que o estilo das espadas indica a região hungárico-romênica, o que ainda não se permite que se diga que os discos foram de lá importados. No mínimo, havia na Baixa Idade do Bronze um contato cultural daquela região com o Sudoeste da Europa. Dois machados de flanco, um cinzel e um fraturado bracelete espiralado completam por seu turno, o conjunto dos achados.

O Disco estelar possui cerca de 32 cm de diâmetro, 2 kg de massa e uma espessura variável de alguns milímetros. Sua composição consiste de um tipo de bronze azinhavrado. Sua profunda coloração verde (malaquita) seguramente não é a cor original, porém resultado dos quase quatro mil anos em que passou enterrado. Mesmo antes da confissão dos escavadores, a malaquita era um considerável indício da autenticidade do Disco e que este não se tratava de uma falsificação.




A malaquita do Disco é altamente cristalina, e tal concentração demanda tempo para se formar. O trabalho de falsificadores produz apenas pequenos cristais. Outros indícios da autenticidade do Disco foram a ausência de isótopos radioativos de chumbo-210, que estão sempre presentes no bronze moderno e o módico preço de 30.000 marcos alemães que foi pedido pelos receptadores. Para esta relativamente módica soma é difícil que alguém se esforce em fazer uma falsificação de aparência convincente de bronze e ouro e que ainda forneça conjuntamente duas esplendorosas espadas.

Metodologia da Arqueoastronomia Verde: Os Elementos Astronômicos do Disco:

Para o estudioso da história da Astronomia, esse achado é, entretanto, singular, pois traz indiscutivelmente as representações do Sol, da Lua e das estrelas como vistas em um tempo muito antigo. Embora o Disco Estelar nesse meio tempo tenha se tornado mundialmente famoso e que semanalmente surjam novas hipóteses, não se pode dissertar muito sobre ele além das propostas astronômicas apresentadas oficialmente. Mesmo para renomados símbolos arqueoastronômicos, com Stonehenge, há uma série de interpretações não-astronômicas que merecem ser ainda refletidas.




Naturalmente há outras antigas representações das estrelas celestes, por exemplo, nos antigos reinos do Egito, mas, elas mostram representações esquemáticas das estrelas puramente como caracteres ornamentais. O Disco Estelar de Nebra, todavia, retrata – mesmo que também de forma idealizada – uma situação astronômica real.

Quando o autor se ocupou do disco, não aplicou muito seu interesse principal no inventário de formas astronômicas, embora, “Sol, Lua, Plêiades e estrelas” possam ser claramente distinguidas como em um desenho infantil. No entanto, pode-se rapidamente reconhecer que não foi esse o objetivo do autor do disco.

Prova de que o disco indiscutivelmente mostra um motivo astronômico são as pequenas chapas de ouro representando estrelas. Das originais hoje apenas 29 estão ainda presentes – motivo para hipóteses incorretas de que se trataria de um calendário lunar. Uma estrela caiu por causa da inabilidade dos escavadores ao manusear o disco, mas a chapa de ouro foi posteriormente recolocada em sua posição de origem. Duas chapas de ouro originalmente presentes foram removidas ainda na Antigüidade, antes de um dos arcos da borda ter sido inserido, conforme mostrado pelos exames de Raio-X. Os outros dois arcos sobrepõem na verdade duas pequenas estrelas e teriam um objetivo. Provavelmente por motivos técnicos, a estrela teria sido mudada um pouco mais para o meio do disco. Reconhece-se, por isso, que o Disco Estelar de Nebra não foi puramente planejado em um conceito fundamentalmente único, pois ela possui sua própria história.Ao todo 32 estrelas adornam o Disco. Sete delas formam um grupo particular, 25 delas distribuem-se sobre o resto da superfície. Naturalmente vê-se primeiramente uma carta celeste e é possível provar-se que talvez sejam realmente representações de estrelas. Isso não acontece, e há uma razão simples. A identificação de nossas constelações depende de fatores como a localização do observador, o momento em que o Cosmo é observado e como as estrelas estão dispostas no céu, de acordo com a direção do observador. Tal disposição os matemáticos conhecem bem. As estrelas reúnem-se em aglomerados, que nós chamamos amigavelmente de “constelações”.Em meio deste caos figura o grupo de sete estrelas. Dificilmente resta alguma dúvida de que esta é uma representação das Plêiades. Partindo da certeza de que esta é a representação das Plêiades, torna-se fácil identificar outros possíveis elementos celestes: O discreto aglomerado estelar aberto de Præsepe (M441)1 na constelação de câncer e a pequena constelação de Delphinus (NGC 7006)2.


É possível também, a partir da identificação das Plêiades (que compõem a constelação de Taurus), se reconhecer outras constelações presentes: No centro do Disco, entre as duas formas que entendemos como o Sol e a Lua, vê-se a constelação de Cassiopéia; à esquerda do Disco vê-se parte da Ursa Maior, formado pelo asterismo da “Grande Carruagem”, forma pela qual ficou famosa a constelação na Idade Média, utiliza-se hoje em dia nas observações astronômicas guiar-se pelo braço da carruagem para encontrar a estrela Arcturus, que também pode ser vista no Disco; na extrema direita do Disco vê-se parte da constelação de Andrômeda; dentro da “Barca Solar” encontra-se também parte da constelação de Órion, representado pelo cinturão das três estrelas mais visíveis dessa constelação: Alnitak, Alnilam e Mintaka. Curiosamente, a Astronomia Moderna tende a usar o cinturão de Órion para localizar outras estrelas que também aparecem no Disco. Sirius pode ser encontrado a Este de Alnitak e Procyon alinhado com a estrela Betegeuse, que se situa também na constelação de Órion. Por fim, ainda podemos observar a presença de duas das três estrelas do Triângulo Estivo: Deneb (constelação de Cygnus) e Vega (Constelação de Lira). Tais estrelas formam junto com a Altair, da constelação de Aquila, o Triângulo de Verão que aparece ao Zênith no Hemisfério Boreal durante os meses de Verão.


Projeção por Software do céu de Nebra mostrando o alinhamento com o plano equatorial celeste em 1600 a.e.c




Projeção por Software do Eixo da Eclíptica no céu de Nebra em 1600 a.e.c.

De uma incomensurável segurança é a identificação de ambos os arcos laterais como indicadores da linha do horizonte. Seu ponto terminal gera um ângulo de cerca de 82°. Isto corresponde ao percurso do Sol ao longo do ano nos horizontes orientais e ocidentais para a área geográfica situada na latitude que passa por Sachsen-Anhalt. Fossem puramente ornamentais, os arcos laterais teriam sido gerados com um ângulo de 90°. Existem outras representações encontradas na América Latina e na Inglaterra que exibem também o percurso do Sol naquelas respectivas latitudes.

Analisando o alinhamento das constelações e dos arcos laterais, podemos depreender igualmente a marcação da passagem dos Solstícios e dos Equinócios. Partindo do ponto inferior do arco do horizonte ocidental e traçando uma linha reta até o ponto superior do arco do horizonte oriental, temos a passagem do Sol no Solstício de Inverno e partindo-se em linha reta do ponto inferior do arco oriental até o ponto superior do arco ocidental, encontramos a passagem do Sol no Solstício de Verão. Na reta central do Disco teríamos a passagem do Sol nos Equinócios de Outono e Primavera.
Com isso descrito, ainda sobra uma hipótese não resolvida para o Astrônomo. A representação do Sol também poderia denotar uma Lua cheia, e o crescente uma das fases de escuridão entre o Sol e Lua. É exatamente entre os grandes objetos visíveis no disco que paira a dúvida. O par representa indubitavelmente um motivo astronômico, que certamente tem algo a ver com o Sol e a Lua. Ambos trafegam ao longo da Eclíptica – o Sol com precisão absoluta e a lua com um afastamento de 5º. Também ambos visitam as Plêiades, como realmente ocorre.

Metodologia da Arqueoastronomia Marrom: elementos mitológicos no Disco:

Iniciamos agora as considerações a respeito das possíveis análises dos elementos mitológicos presentes no Disco Estelar de Nebra. Deter-nos-emos, todavia, apenas na representação da Barca Solar.

Ao longo de toda a História registrada podemos notar a presença de um culto ao Sol e sua importância para os povos, chegando mesmo a ocorrer registros de um culto ao desaparecimento deste. As razões desta importância são óbvias: Agricultura, Calendário, Navegação etc. dependem inteiramente da presença e da passagem desse astro no Céu. Entretanto, uma forma muito específica de representação de uma deidade solar vem sendo compartilhada ao longo dos aevos desde o período Neolítico: o Sol navegando pelo espaço, sobre uma Barca.

As primeiras evidências apontáveis são alguns petróglifos do Neolítico. Logo após, encontramos alguns registros mais substanciosos: representações de Barcas Solares entre os povos de Cultura de Urnas de Campo. O culto à deusa Sunna na mitologia nórdica; à deusa Surya entre os Vedas, diversas barcas solares são encontradas ao longo da história das dinastias egípcias, entre elas a Barca Solar de Khufu e representações de Barcas levando Rá ou Hórus; o Culto a Hélios e a Phaëton na Grécia e ao Sol Invictus em Roma.





Todavia, nos fixar-nos-emos nos detalhes ligados ao mito da Barca Solar segundo a mitologia nórdica, de acordo como relatado na Edda Poética, na Edda em Prosa de Snorri Sturluson e também de acordo com o registro fornecido por um encantamento escrito em Althochdeutsch (Antigo Alto Alemão) chamado de Encantamento de Merseburg, que tinha como objetivo curar cavalos. De acordo com o mito, Sól, Sunna, Sonne ou Sowillo seria irmã de Sinthgut e de Máni, filha de Mundlifari e que estes tinham como obrigação navegar pelos céus dia e noite para contar os anos para os homens.
Registro de acordo com o Encantamento de Merseburg:3

Phol ende uuodan
uuorun zi holza.
du uuart demo balderes uolon
sin uuoz birenkit.
thu biguol en sinthgunt,
sunna era suister;
thu biguol en friia,
uolla era suister;
thu biguol en uuodan,
so he uuola conda:
sose benrenki,
sose bluotrenki,
sose lidirenki:
ben zi bena,
bluot zi bluoda,
lid zi geliden,
sose gelimida sin.
Phol4 e Wotan
cavalgaram para as florestas,
então o potro de Baldur
quebrou seu pé.
Então Sinthgut o encantou,
e assim fez Sunna sua irmã,
Então Freya o encantou.
e assim fez Fulla sua irmã,
Então Wotan o encantou,
conforme ele poderia.
Se um osso perder,
se o sangue perder,
se um membro perder:
osso com osso,
sangue com sangue,
membro com membros,
que se unam.
Registro de acordo com a Edda Poética (Stanza 23) :5

Mundilfari heitir,
hann er mána faðir
ok svá Sólar it sama;
himin hverfae
þau skulu hverjan dag
öldum at ártali.

Mundilfari ele se chama,
que de Máni é pai
e gerou Sunna também;
e girar os céus
todo dia eles devem
como contagem do tempo para os homens.
Registro de acordo com a Edda em Prosa: 6

XI. Frá Sól ok Mána
Þá mælti Gangleri: "Hversu stýrir hann gang sólar eða tungls?"Hárr segir: "Sá maðr er nefndr Mundilfari, er átti tvau börn. Þau váru svá fögr ok fríð, at hann kallaði son sinn Mána, en dóttur sína Sól ok gifti hana þeim manni, er Glenr hét. En goðin reiddust þessu ofdrambi ok tóku þau systkin ok settu upp á himin, létu Sól keyra þá hesta, er drógu kerru sólarinnar, þeirar er goðin höfðu skapat til at lýsa heimana af þeiri síu, er flaug ór Múspellsheimi. Þeir hestar heita sv, Árvakr ok Alsviðr, en undir bógum hestanna settu goðin tvá vindbelgi at kæla þá, en í sumum fræðum er þat kallat ísarnkol.Máni stýrir göngu tungls ok ræðr nýjum ok niðum. Hann tók tvau börn af jörðunni, er svá heita, Bil ok Hjúki, er þau gengu frá brunni þeim er, Byrgir heitir, ok báru á öxlum sér sá, er heitir Sægr, en stöngin Simul. Viðfinnr er nefndr faðir þeira. Þessi börn fylgja Mána, svá sem sjá má af jörðu."

Então disse Gangleri: Como se dá o governo do Sol e da Lua?Hárr respondeu: Um certo homem chamado Mundilfari tinha dois filhos; eles eram muito educados e graciosos, então ele chamou o filho de Máni7 e a filha de Sól8 , e a casou com Glenr. Mas os deuses eram irascíveis e insolentes, então ele tomou o irmão e a irmã e lançou-os aos céus; Então Sól passou a ser puxada pelos cavalos que estavam atados à sua carruagem que fora feita pelos deuses para iluminação do mundo com a substância brilhosa que emana de Muspellheim9 . Os cavalos eram chamados de "O Despertar Matutino"10 e "Toda a Força"11 ; e sob seus ombros os deuses colocaram dois foles para refrescá-los, mas em alguns registros isso é chamado de 'ferro-frio'. Máni segue o caminho lunar, e determina seu crescimento e diminuição. Ele tomou da Terra duas crianças chamadas Bil e Hjúki, e foram entregues ao famoso Byrgir, sustentando sobre seus ombros o barril chamado Sægr, e o pólo Simul12 . O nome de seus pais é Vidfinnr. Essas crianças seguem a Lua, como pode ser visto da Terra ainda hoje.

Os registros nórdicos são os mais completos existentes da história do Setentrião que narra o mito da Barca Solar. Paralelamente ao disco ainda podemos apontar a representação encontrada na Carruagem Solar de Trudholm, construída em algum momento do século 18 a.e.c.. O artefato mais uma vez representa a Deusa Solar sendo puxada pelos cavalos supracitados, figura recorrente do norte da Europa.





Conclusão
Considerando que o Disco Estelar de Nebra reproduzia uma situação astronômica real, é mister refletir o que viria a ser a marcação da Barca? O que, astronomicamente, teria dado origem à essa interpretação? Ao analisarmos as projeções astronômicas feitas em softwares profissionais de representação celeste, encontramos, alinhada com as constelações do disco, uma das curvas da Via Láctea, abraçando o cinturão de Órion, justamente como representado no Disco. Esta presença leva-nos a justificar que aqueles que confeccionaram o disco poderiam ter visto a Via Láctea alinhada ao eixo galáctico no céu e a interpretado como sendo a barca de sua divindade.




Projeção por Software do céu de Nebra mostrando o alinhamento com o plano galáctico em 1600 a.e.c

Por fim, tal elemento nos traz o elo que nos permite associar a importância dos elementos mitológicos para a compreensão dos elementos astronômicos e de sua trajetória na esfera celeste. Desta forma, temos também uma ligação entre as metodologias atuais de se pensar a Arqueoastronomia. De um lado, a comprovação astronômica e pari passu as interpretações culturais e religiosas, equiparando em importância ambas as escolas no sentido de se obter uma mais precisa compreensão da relação que os povos antigos tinham com o céu.


BIBLIOGRAFIA
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HISTÓRIA
CARDOSO Ciro Flamarion, Aspectos da Cosmogonia e da Cosmografia Escandinavas. Revista Brathair N.6 (2), 2006: 31-48. (http://www.brathair.com)DAVIDSON, Hilda R. Ellis. Deuses e mitos do norte da Europa.São Paulo: Madras, A004.JENKINS, Nancy. The Boat beneath the Pyramid. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1980.LINDOW, John. Norse Mythology. Oxford Oxfordshire: Oxford University Press, 2002.

Notas:
1 Catálogo Messier Nº 44.
2. New General Catalogue N. 7006.
3 Tradução Nossa.
4 Possível nome de Baldur.
5 Tradução Nossa.
6 Tradução Nossa.
7 Lua.
8 Sol.
9 País do fogo, casa da desolação.
10 Arvak, Frühwach
11 Alsvid, Allgeschwind.
12 Possivelmente “eterno”.
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