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sábado, 23 de junho de 2018

Descoberta arqueológica em Minas Gerais revela práticas funerárias pré-históricas no Brasil


Esqueleto em sítio arqueológicoDireito de imagemANDRÉ STRAUSS
Image captionOs esqueletos encontrados na Lapa do Santo indicam que os povos que viviam ali eram muito mais complexos do que se imaginava
A descoberta de 39 esqueletos humanos, com idades entre 8 mil e 11 mil anos na região metropolitana de Belo Horizonte, está ajudando a redefinir o que se sabia sobre os primeiros brasileiros. O achado ocorreu na Lapa do Santo, uma pequena caverna no município de Lagoa Santa.
São os ossos mais antigos do Brasil e revelam que, ao contrário do que se pensava até agora, os povos que viviam no local naquela época eram complexos e tinham práticas funerárias altamente elaboradas.
A novidade é resultado do projeto Morte e vida na Lapa do Santo: uma biografia arqueológica dos povos de Luzia, coordenado pelos pesquisadores André Strauss, do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), e Rodrigo de Oliveira, do Instituto de Biociências (IB), ambos da Universidade de São Paulo (USP).
É um trabalho de pesquisa interdisciplinar, que tem como objetivo caracterizar como viviam as populações que estavam no Brasil central durante o Holoceno Inicial (Holoceno é o período geológico que começou há 11.500 anos e se estende até o presente)
De acordo com Strauss, os esqueletos descobertos eram de idosos, crianças, homens e mulheres. "Todos tinham sinais de rituais mortuários", revela.
"Alguns estavam queimados, outros pintados de vermelho e alguns combinavam crânios de crianças com corpos de adultos, ou dentes de uma pessoa com a arcada de outra. O que chamou a atenção também é que esses sinais variavam dependendo da idade arqueológica dos ossos. Isso pode significar que os povos que habitavam a região alteraram sua forma de tratar os corpos dos mortos ao longo do tempo. Essa descoberta é inédita na arqueologia brasileira."

Os primeiros americanos

Técnico limpa esqueleto em sítio arqueológicoDireito de imagemANDRÉ STRAUSS
Image captionA região tem dezenas de sítios arqueológicos que vêm sendo escavados e pesquisados desde 1843
A região onde trabalham os arqueólogos, Lagoa Santa, está entre as mais ricas em restos de culturas pré-históricas do Brasil. Ali, dezenas de sítios arqueológicos vêm sendo escavados e pesquisados desde 1843, quando o naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund (1801-1880), considerado o pai da paleontologia brasileira, descobriu ossadas humanas misturadas com as de animais já extintos. Desde então, centenas de crânios e outros ossos humanos foram desenterrados do local.
Entre eles, o mais antigo de que se tem registro no Brasil, com 11.300 anos, descoberto em 1974, pela arqueóloga francesa Annette Laming-Emperaire, no sítio chamado Lapa Vermelha 4.
Como era de um indivíduo do sexo feminino, o esqueleto foi batizado de Luzia pelo bioantropólogo Walter Alves Neves, também da USP, que foi orientador de Strauss e Oliveira, que agora dão continuidade ao seu trabalho.
Em 1995, ele fez medidas antropométricas do crânio, que mostraram que Luzia tinha mais a ver com os africanos do que com os índios atuais.
Com base nisso e em outras descobertas, ele elaborou sua hipótese para a ocupação das Américas, apresentada no livro O povo de Luzia - em busca dos primeiros americanos, em coautoria com o geógrafo Luís Beethoven Piló.
A hipótese propõe que os primeiros americanos chegaram ao continente em duas levas migratórias, uma há 14 mil anos e a segunda há 11 mil, vindas da Ásia pelo estreito de Bering. A primeira seria composta por uma população com traços semelhante aos dos africanos e aborígenes australianos. A segunda era de indivíduos parecidos com asiáticos e índios americanos atuais.
Ao longo do tempo, os dois povos se miscigenaram no novo mundo.
Para outros estudiosos, no entanto, os indígenas atuais ou ameríndios e os primeiros que chegaram à região de Lagoa Santa fazem parte de um mesmo tipo, cujas diferenças morfológicas podem ser explicadas pela variabilidade natural que existe dentro de qualquer população. A pesquisas de Strauss e Oliveira poderão ajudar a elucidar a questão.
Segundo Strauss, o projeto segue em pleno andamento com a escavação da Lapa do Santo e a análise do material encontrado. "Isso inclui estudos morfológicos, de microvestígios, isótopos, datação, antropologia virtual, micromorfologia e DNA", conta.
"Até o momento, nossos estudos não dialogam diretamente com o tema dos primeiros americanos. Quando sair o resultado do DNA poderemos determinar se o modelo dos dois componentes está correto ou não."
Arqueólogos trabalham em sítioDireito de imagemANDRÉ STRAUSS
Image captionAs escavações realizadas até agora já revelaram vários aspectos dos grupos, desconhecidos até agora

Práticas funerárias surpreendentes

As escavações realizadas até agora já revelaram, no entanto, vários aspectos dos grupos que eram desconhecidos até agora. "Apesar das centenas de esqueletos exumados em Lagoa Santa em quase dois séculos de pesquisa, muito pouco foi discutido em relação às práticas funerárias na região", diz Strauss.
"De acordo com as poucas descrições disponíveis na literatura, elas sempre foram caracterizadas como simples e homogêneas, incluindo apenas enterros primários de um único indivíduo e sem nenhum tipo de acompanhamento funerário."
As descobertas de Strauss e Oliveira mudam radicalmente esse quadro. De acordo com eles, os sepultamentos da Lapa do Santo tinham uma alta variabilidade, o que contradiz a visão tradicional sobre as práticas mortuárias na região.
"Além dessa retificação histórica, a diversidade delas no local ganha relevância, porque contraria a homogeneidade de outros componentes do sítio, tais como os artefatos de pedra, os remanescentes faunísticos, a morfologia craniana e a própria composição da matriz sedimentar."
Segundo Strauss, os sepultamentos também permitem inferir que ao longo do Holoceno Inicial grupos distintos que, possivelmente, não se reconheciam como parte de um mesmo povo habitaram a região. "Na ausência de mais datações diretas para os esqueletos, não é possível descartar a hipótese de que, em um mesmo momento, diferentes povos tenham ocupado a região", acrescenta.
Simplificando, ele diz que é possível que, durante o Holoceno Inicial, não tenha existido "um único 'povo de Luzia'", expressão cunhada por Walter Neves para se referir aos grupos humanos que habitaram a região de Lagoa Santa na época, "mas sim muitos 'povos' e muitas 'Luzias', cada um único em suas idiossincrasias simbólicas, culturais e, por que não, linguísticas".

"Assim, o registro funerário da Lapa do Santo contribui para retratar uma pré-história plural e dinâmica, onde a diversidade é a regra e elemento interpretativo fundamental", diz.

terça-feira, 29 de maio de 2018

Arqueólogos descobrem novos geóglifos perto de Linhas de Nazca no Peru...

Usando drones, arqueólogos descobriram mais de 25 geóglifos entalhados em uma área do deserto costeiro do sul do Peru perto das Linhas de Nazca, disse uma autoridade do Ministério da Cultura na segunda-feira.

 Divulgacão/Ministér... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/reuters/2018/05/29/arqueologos-descobrem-novos-geoglifos-perto-de-linhas-de-nazca-no-peru.htm?cmpid

quarta-feira, 21 de junho de 2017

A descoberta arqueológica que pôs fim a antigo mito sobre 'cidade de gigantes' na Etiópia

Da BBC

Mesquita de HarlaaDireito de imagemPROF TIM INSOLL, UNIVERSITY OF EXETER
Image captionRuínas da mesquisa do século 12
Arqueólogos descobriram uma cidade "perdida" há mil anos na Etiópia, que, por ter paredes construídas com blocos exageradamente grandes, deu origem ao mito de que gigantes viviam na região.
Além das ruínas, os pesquisadores encontraram vários artefatos vindos de outras regiões do mundo - como Egito, Índia e China. Segundo os arqueólogos, a cidade era um importante e vibrante polo de comércio internacional.
Os especialistas não encontraram evidências que comprovassem o mito da "cidade de gigantes".
"Nós refutamos isto, mas não temos certeza de que eles (a população local) acreditam em nós", comentou arqueólogo-chefe da expedição, Timothy Insoll, professor da Universidade de Exeter, na Grã-Bretanha.
Os pesquisadores também descobriram uma mesquita do século 12, semelhante às encontradas na Tanzânia e Somália. Isso, segundo eles, comprova que as diferentes comunidades islâmicas na África se comunicavam.
A equipe ainda encontrou joias e artefatos de Madagascar, das Maldivas, Iêmen e China. Isso porque, segundo Insoll, Harlaa era um centro "rico e cosmopolita" de fabricação de joias.
"Os moradores de Harlaa faziam parte de uma comunidade misturada de estrangeiros e locais que realizavam comércio com outras populações do Mar Vermelho, Oceano Índico e possivelmente até do Golfo Árabe", explicou o pesquisador.
"Esta descoberta revoluciona nossa compreensão sobre o comércio em uma parte negligenciada da Etiópia em termos arqueológicos. O que encontramos mostra que esta área era o centro do comércio na região", disse Insoll.
.Direito de imagem.
Image caption.
Contas em HarlaaDireito de imagemPROF TIM INSOLL, UNIVERSITY OF EXETER
Image captionEssas contas são sinais de um comércio lucrativo na região
Escavações em HarlaaDireito de imagemPROF TIM INSOLL, UNIVERSITY OF EXETER
Image captionMais escavações são esperadas para o próximo ano
Os cientistas estão analisando os restos de cerca de 300 pessoas enterradas no cemitério local para saber mais sobre suas dietas. Novas escavações devem ser realizadas no local no próximo ano.

Encruzilhada religiosa

A Etiópia foi um dos primeiros lugares no mundo a serem habitados por humanos. Em 2015, pesquisadores descobriram ossos de mandíbulas e dentes no nordeste do país que datavam entre 3,3 milhões e 3,5 milhões de anos.
O reinado de Aksum, no que é hoje o norte da Etiópia, adotou o cristianismo copta, que era praticado no vizinho Egito, no ano de 333.
A rainha de Sabá, mencionada no Antigo Testamento, teria sido monarca deste reinado. Ela teria viajado a Jerusalém para conhecer o rei Salomão.
O islamismo chegou à Etiópia no século 7, trazido por discípulos muçulmanos fugindo da perseguição em Meca. A cidade de Harar, perto da região de Harlaa, é descrita pela Unesco como uma das cidades mais sagradas do Islamismo no mundo.
Harar tem 82 mesquitas, incluindo três que datam do século 10, e 102 templos.
Hoje há cerca de 30 milhões de cristãos e 25 milhões de muçulmanos no país, de acordo com o censo de 2007.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Múmias egípcias tinham relação de parentesco com povos do Oriente Médio

Da Revista Galileu


  (Foto: Divulgação/Aegyptisches Museum und Papyrussammlung, SMB/Sandra Steiss)
Pesquisadores da Universidade de Tubinga e do Instituto Max Planck para Ciência da História Humana, na Alemanha, conseguiram identificar a origem étnica de parte dos egípcios antigos. De acordo com umaanálise realizada com mais de 90 DNAs de múmias, a maioria dos egípcios era parente de povos que viveram na região do Oriente Médio, como a Palestina, Mesopotâmia e Arábia Saudita. Foi a primeria vez que uma extração de genoma utilizando os últimos recursos tecnológicos foi realizada com sucesso em múmias de mais de 2.000 anos de idade.
Acreditava-se que a maioria dos habitantes do Egito Antigo descendia de populações negras da África, que habitavam os território ao sul do deserto do Saara. A análise de DNA dos egípcios da atualidade revela, no entanto, que o aumento da influência genética de outros povos africanos só começou a ocorrer recentemente — a hipótese é de que o contato entre egípcios e outras populações da África ocorreu durante o período da escravidão no continente. 
Os corpos analisados foram retirados de Abusir el-Meleq, no Médio Egito. O local era considerado um santuário a Osíris, rei do mundo dos mortos segundo a mitologia egípcia. As múmias datam de um perído conhecido como Novo Império, que se inicia em 1400 a.C. e se estende até 400 d.C, data que marca o término do domínio do Império Romano na região. 
Na maioria das múmias, os cientistas utilizaram o DNA mitocondrial — aquele presente nas mitocôndrias das células — para a análise, já que essa estrutura tende a ser preservada por mais tempo. No caso de um dos corpos, no entanto, os pesquisadores conseguiram mapear carcterísticas específicas como a pele clara, os olhos escuros e uma possível intolerânica à lactose.
Desde 1980 os especialistas tentam retirar o código genético das múmias encontradas, mas só há pouco tempo atrás a tecnologia necessária para isso começou a aparecer. Os cientistas pretendem, no futuro, analisar melhor as múmias enterradas mais ao sul do país, próximos à fronteira do Sudão. Os arqueólogos acreditam que nessas áreas existiram habitantes com descendência comum a de outros povos africanos.
(com informações de Phys.org)

Como é o templo asteca usado para sacrifícios humanos descoberto sob um hotel mexicano

Da BBC - Depois de um longo trabalho no subsolo de um hotel na Cidade do México, arqueólogos revelaram os detalhes dos últimos vestígios astecas descobertos na capital mexicana.
Os restos foram encontrados atrás da catedral católica da época da colonização espanhola localizada em frente à principal praça pública da capital mexicana, Zócalo.
O local abrigou um templo importante e uma quadra de jogos de bola onde a civilização realizava cerimônias religiosas - muitas vezes com sacrifícios humanos.
Os arqueólogos encontraram pedaços de cervicais humanas pertencentes a cerca de 30 pessoas. Segundo os especialistas, podem ser restos de jogadores decapitados, já que todos os pescoços pertencem a homens jovens e crianças.
Em algumas culturas pré-hispânicas, os perdedores dos jogos de bola eram decapitados e oferecidos aos deuses locais como oferenda.

Deus do vento

O templo era dedicado a Echécatl, o deus do vento, de acordo com os arqueólogos.
O local tinha uma estrutura circular, cuja base de pedra vulcânica continua conservada.
Sua forma redonda havia diferenciado a construção dos demais templos quadrados que dominavam o espaço mais sagrado para os astecas antes da conquista pelos espanhóis, em 1521.

Templo achado na Cidade do MéxicoDireito de imagemINAH
Image captionA forma redonda do templo é uma de suas principais características
Segundo o arqueólogo Eduardo Matos, investigador emérito do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), a parte superior do templo provavelmente foi construída para parecer uma serpente enrolada.
Os sacerdotes entravam por uma porta que foi construída para parecer o nariz da serpent
A quadra, de 50 metros de largura, também tinha uma pequena escada por onde deveriam entrar os jogadores.
Ambas as construções estão inseridas entre edifícios em um terreno de 800 metros quadrados.
Os achados confirmam os relatos dos primeiros cronistas espanhóis que visitaram a capital imperial asteca, Tenochtitlán.
Abaixo da escada da quadra, os arqueólogos encontraram uma oferenda usada em rituais.
Templo achado na Cidade do MéxicoDireito de imagemREUTERS
Image captionNos próximos meses, será construído um museu para que as pessoas visitem os restos do templo e da quadra

Mais descobertas

Esta não é a primeira vez em que se descobre um templo dedicado ao deus do vento no local.
Abaixo da catedral, por exemplo, existe outra construção de pedra vulcânica com boca de serpente.
E, lentamente, o trabalho dos arqueólogos vai revelando os restos do local sagrado pré-hispânico - conhecido hoje como Templo Mayor -, um espaço cerimonial de tamanho equivalente ao de duas quadras de futebol.
Maquete do Templo MayorDireito de imagemREUTERS
Image captionEssa maquete mostra como o Templo Mayor seria visto
Como muitas das construções da era colonial na Cidade do México foram feitas sobre as ruínas da capital asteca, Matos acredita que ainda há muitos achados arqueológicos a serem feitos.
"Estamos trabalhando nesta área por cerca de 40 anos e sempre há uma construção de algum tipo, então aproveitamos isso e nos envolvemos", diz Matos.
Nos próximos meses, as autoridades construirão um museu para que o local possa ser visitado por turistas.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Seis múmias são encontradas em túmulo faraônico perto de Luxor


mediaTuristas passeiam em Luxor, no EgitoReuters
Um grupo de arqueólogos descobriu seis múmias, sarcófagos de madeira de cores vivas e mil pequenas figuras funerárias em um túmulo da época dos faraós no sul do Egito, anunciou nesta terça-feira (18) o Ministério das Antiguidades.



O túmulo, próximo à cidade de Luxor, um verdadeiro museu a céu aberto, e ao Vale dos Reis, aparentemente pertencia a Userhat, um magistrado da 18ª dinastia (1550-1295 A.C.)k, que possuía o título de "juiz da cidade". Porém o túmulo teria sido reutilizado séculos depois já sob a 21ª dinastia para abrigar outras múmias.
"Foi uma surpresa encontrar tantos elementos dentro: utensílios de argila com o nome do proprietário do túmulo, vários sarcófagos e múmias, assim como mais de mil 'ushebti', pequenas estatuetas funerárias que eram colocadas nos túmulos para substituir o morto na tarefas do além", indicou o ministro Khaled Al Anani, durante uma visita organizada para a imprensa.
"É uma descoberta importante, e não está terminada", comemorou Anani. "Há seis múmias, mas há outros fragmentos que indicam que pode haver outras no futuro", disse a porta-voz do ministério, Nevine El Aref. O Egito aprovou recentemente vários projetos arqueológicos com a esperança de fazer novas descobertas.
http://br.rfi.fr/cultura/20170418-seis-mumias-sao-encontradas-em-tumulo-faraonico-perto-de-luxor
 

terça-feira, 28 de março de 2017

Coleiras de escravos foram encontradas

Sobre a mesa, parecem apenas dois aros de latão, duas braçadeiras... Investidas da história que carregam, anulam o peso real e ganham outra dimensão. As argolas douradas foram apertadas à volta dos pescoços de seres humanos como sinal de propriedade. Nem os cães as carregam assim, de metal frio. Os pormenores estéticos não escondem o horror da atitude e o símbolo da animalização do ser humano. Uma de tão pequena, parece ter sido feita para uma criança, à semelhança do que se praticava nas cortes metropolitanas dos europeus colonialistas ou nas famílias abastadas do Brasil, no tempo em que ser negro era sinónimo de ser escravo.

O mistério da coleira desaparecida do Museu Nacional de Arqueologia está resolvido, e em duplicado. No próximo dia 22 de abril, na exposição de artefactos ligados à escravatura, no âmbito da iniciativa “Lisboa, Capital Ibero-Americana de Cultura” os visitantes poderão ver, afinal, não uma, mas duas coleiras de latão que proprietários portugueses de Benavente e do Carvalhal obrigaram os seus escravos a usar ao pescoço, no século XVIII, como se fossem animais domésticos.
As peças, muito raras, repousaram em sossego durante cerca de 60 anos, embrulhadas em papel higiénico, num envelope de papel, nas instalações o Museu de Arqueologia (MNA), nos Jerónimos — excetuando um ligeiro abanão no final da década de 80 e outro já este século,em tempos de arrumações, Ninguém sabia delas até o Expresso tocar no assunto com uma investigação publicada no passado dia 4 de março, na qual se referia irem ser expostos dois desenhos feitos no princípio do século XX, em substituição dos objetos desaparecidos. O Expresso contou a história das coleiras — uma, com a certeza de que pertencia ao museu devido à inscrição no inventário, a que tinha a inscrição “Este preto pertence a Agostinho de Lafetá do Carvalhal de Óbidos”, da outra só se sabia o que estava gravado no latão: “Este escravo pertence a Luiz Cardozo de Mello morador em Benavente.” A investigação tomou conta da conversa do grupo dos mais antigos funcionários do MNA, que habitualmente almoça junto. Luísa Guerreiro, Luís e Adília Antunes, Adolfo Silveira, Maria José Albuquerque e Mário Jorge Almeida lamentavam o caso quando um deles disse lembrar-se de ter visto “umas coisas” conformes à descrição.
http://expresso.sapo.pt

terça-feira, 31 de maio de 2016

Antigas listas de compras viram evidência sobre quando a Bíblia foi escrita

Isabel Kershner
Em Tel Aviv (Israel)
  • Michael Cordonsky/Israel Antiquities Authority via The New York Times
    Anotações feitas em tinta em cerâmica
    Anotações feitas em tinta em cerâmica
Eliashib, o intendente da remota fortaleza no deserto, recebia suas instruções por escrito, anotações feitas em tinta em cerâmica pedindo que provisões fossem enviadas para as forças no antigo reino de Judá.

Os pedidos por vinho, farinha e óleo parecem listas de compras mundanas, apesar de antigas. Mas uma nova análise da caligrafia sugere que a capacidade de ler e escrever era bem mais disseminada do que antes se sabia na Terra Santa por volta de 600 a.C., perto do final do período do Primeiro Templo. As conclusões, segundo pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, pode ter alguma relevância para o debate de um século sobre quando o corpo principal dos textos bíblicos foi composto.

"Para Eliashib: agora, dê a Kittiyim 3 batos de vinho, e escreva o nome do dia", diz um dos textos, compostos em hebraico antigo usando o alfabeto aramaico, e aparentemente referindo-se a uma unidade mercenária grega na área.

Outra dizia: "E um coro pleno de vinho, traga amanhã. Não atrase. E se tiver vinagre, dê a eles".

O novo estudo, publicado na "Proceedings of the National Academy of Sciences", combinou arqueologia, história judaica e matemática aplicada, assim como envolveu processamento de imagens por computador e o desenvolvimento de um algoritmo para distinguir entre os vários autores emitindo as ordens.

Com base na análise estatística dos resultados, e levando em consideração o conteúdo dos textos escolhidos como amostra, os pesquisadores concluíram que pelo menos seis mãos escreveram as 18 mensagens mais ou menos na mesma época. Até mesmo soldados das fileiras mais baixas do exército de Judá, ao que parece, sabiam ler e escrever.

"Há algo psicológico além das estatísticas", disse o professor Israel Finkelstein, do Departamento de Arqueologia e Civilizações Antigas do Oriente Próximo da Universidade de Tel Aviv, um dos líderes do projeto. "Há um entendimento do poder da alfabetização. E eles escreviam bem, praticamente sem erros."

O estudo se baseou em um conjunto de cerca de 100 cartas escritas com tinta em pedaços de cerâmica, conhecidos como óstracos, que foram descobertos perto do Mar Morto em escavações do forte Arad, décadas atrás, e datados de cerca de 600 a.C. Isso foi pouco antes da destruição de Jerusalém e do reino de Judá por Nabucodonosor, e o exílio de sua elite para a Babilônia, e antes de quando muitos acadêmicos acreditam que grande parte dos textos bíblicos, incluindo os cinco livros de Moisés também conhecidos como Pentateuco, foram escritos de forma coesa.

A cidadela de Arad era uma frente pequena, distante e ativa, próxima da fronteira com o reino rival de Edom. O forte em si tinha apenas cerca de 2.000 metros quadrados e provavelmente só acomodava cerca de 30 soldados. A riqueza dos textos encontrados ali, registrando movimentos de tropas, provisões e outras atividades diárias, foi criada em um período curto, o que os torna uma amostra valiosa para estudo de quantas mãos diferentes os escreveram.

"Para Eliashib: agora, forneça 3 batos de vinho", ordenava outro óstraco, adicionando: "E Hananyahu ordena que envie a Beersheba 2 mulas carregadas e envie a massa de pão com elas".

Encontrada múmia de uma das mulheres mais importantes do Egito Antigo

UOL - Arqueólogos espanhóis descobriram a múmia de Sattjeni, uma dama da nobreza que era "a guardiã do sangue dinástico", na cidade egípcia de Assuão, explicou à Agência Efe o chefe da missão, Alejandro Jiménez.
A múmia de Sattjeni, "filha, esposa e mãe de governadores", segundo Jiménez, foi achada dentro de dois sarcófagos de madeira na necrópole de Qubbet el-Hawa, no Vale dos nobres, que é escavada pela equipe espanhola desde 2008.
Divulgação/Ministério de Antiguidades
Detalhe da tumba de Sattjeni
Esta dama da dinastia 12 do Império Médio foi a mãe dos principais governadores de Elefantina, Heqaib III e Amaney-Seneb, que dirigiram a região entre 1810 e 1790 a.C.
O diretor do departamento de Antiguidades egípcio, Mahmoud Afifi, garantiu em comunicado que Sattjeni era além disso filha do emir Sarenput II e "uma das principais personalidades da época".
Para Jiménez, a importância do achado -feito em 5 de março - está em que esta família estava "bem abaixo do faraó" Amenemhat III (1800-1775 a . C.) na hierarquia de Assuão.
A múmia tem o rosto coberto por uma máscara policromada, detalhou o arqueólogo espanhol.
Os sArqueólogos espanhóis descobriram a múmia de Sattjeni, uma dama da nobreza que era "a guardiã do sangue dinástico", na cidade egípcia de Assuão, explicou à Agência Efe o chefe da missão, Alejandro Jiménez.
A múmia de Sattjeni, "filha, esposa e mãe de governadores", segundo Jiménez, foi achada dentro de dois sarcófagos de madeira na necrópole de Qubbet el-Hawa, no Vale dos nobres, que é escavada pela equipe espanhola desde 2008.
Divulgação/Ministério de Antiguidades
Detalhe da tumba de Sattjeni
Esta dama da dinastia 12 do Império Médio foi a mãe dos principais governadores de Elefantina, Heqaib III e Amaney-Seneb, que dirigiram a região entre 1810 e 1790 a.C.
O diretor do departamento de Antiguidades egípcio, Mahmoud Afifi, garantiu em comunicado que Sattjeni era além disso filha do emir Sarenput II e "uma das principais personalidades da época".
Para Jiménez, a importância do achado -feito em 5 de março - está em que esta família estava "bem abaixo do faraó" Amenemhat III (1800-1775 a . C.) na hierarquia de Assuão.
A múmia tem o rosto coberto por uma máscara policromada, detalhou o arqueólogo espanhol.
Os sarcófagos, de madeira de cedro do Líbano, estão talhados e apresentam escrituras hieroglíficas que permitiram identificar Sattjeni e datar a tumba.
O caixão interior se encontra em "bom estado de conservação", acrescentou em seu comunicado o responsável de Antiguidades egípcio.
Divulgação/Ministério de Antiguidades
Inscrições hieroglíficas encontradas em tumba da múmia de Sattjeni
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Tumba de Tutancâmon pode ter câmaras secretas; conheça túmulo do "faraó menino"8 fotos

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Uma equipe de arqueólogos investiga o túmulo de Tutancâmon, no Egito, em busca de câmaras secretas. Há suspeitas de que ali esteja também a tumba de sua madrasta, a rainha Nefertiti. Enquanto não há provas sobre espaços ocultos, conheça o lugar onde foi sepultado o faraó meninoVEJA MAIS >
Imagem: Mohamed El-Shahed/AFP Photo
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