quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Mudança climática pode ter ajudado a destruir civilização maia, diz estudo

Cientistas avaliaram chuvas na América Central para chegar à conclusão.
Grandes secas desencadearam fim do povo maia, sugere pesquisa.

Do G1, em São Paulo

Cientistas de universidades dos Estados Unidos, da Alemanha, da Grã-Bretanha e da Suíça realizaram um estudo que aponta que mudanças climáticas ocorridas no passado podem ter contribuído para o crescimento e o fim da civilização maia clássica, que habitou a região da América Central há mais de mil anos.

O estudo foi publicado no site da revista "Science", nesta quinta-feira (8). De acordo com os pesquisadores, já era cogitada a hipótese de que o clima pode ter causado a desintegração da sociedade maia, mas ainda não havia medições precisas sobre como e quando estas mudanças climáticas ocorreram.
 
 
Pirâmide maia de Chichen Itza, no sul do México (Foto: Dennis Barbosa/G1)
 
Para chegar ao resultado, o pesquisador Douglas Kennett, da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos EUA, analisou junto com seus colegas estalagmites de uma caverna de Belize, país da América Central. No passado, o território onde hoje se encontra o país foi habitado pela civilização maia.

Uma das estalagmites analisadas pelos pesquisadores em Belize (Foto: Divulgação/Douglas Kennett/"Science") 
Uma das estalagmites analisadas pelos cientistas
(Foto: Divulgação/Douglas Kennett/"Science")
 
Os cientistas mediram os isótopos de oxigênio nas estalagmites para saber como teria sido o regime de chuvas durante o período em que os maias habitaram a região, aproximadamente entre os anos 300 e 1.000 d.C. (Depois de Cristo).

Os dados indicam que épocas de intensas chuvas na região coincidem com a expansão do povo maia e levaram a uma era de prosperidade para a civilização, entre 440 e 660 d.C., principalmente pelo desenvolvimento da agricultura.

Após esta época, os isótopos de oxigênio estudados nas estalagmites apontam tempos de seca e estiagem. Estes períodos de seca, entre 660 e 1.000 d.C., devem ter desencadeado uma queda na produção agrícola dos maias e ajudado a desintegrar a sociedade e política deste povo pré-colombiano, segundo Kennett.

A estiagem mais severa, entre 1.020 e 1.100 d.C., ocorreu após um colapso generalizado das cidades-estado da civilização maia. A era de secas "aumentou as guerras e desintegrou o sistema político, causando o colapso da população", sugerem os pesquisadores no estudo.


Muro de pedra produzido pela civilização maia, em Belize (Foto: Divulgação/Douglas Kennett/"Science") 
Muro de pedra produzido pela civilização maia, em Belize 
(Foto: Divulgação/Douglas Kennett/"Science")

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