sábado, 4 de abril de 2009

Cientistas encontram pegadas humanas de 1,5 milhão de anos

Pegada encontrada em Ileret (Foto: Matthew Bennett)

Foram descobertas duas séries de pegadas, que teriam 10 mil anos de diferença.

Cientistas encontraram pegadas humanas de 1, 5 milhão de anos no Quênia, que revelam que os pés e o modo de andar de alguns dos primeiros hominídeos já eram bem parecidos com o do ser humano moderno.

As pegadas apresentam sinais de dedos pronunciadamente arqueados, curtos e alinhados, que diferem de pegadas mais antigas.
O tamanho e o espaçamento entre as pegadas - atribuídas ao Homo erectus - refletem a altura, o peso e o modo de caminhar do ser humano moderno.
A descoberta foi publicada na revista Science.
Poucos registros
As pegadas não são as mais antigas pertencentes a um membro da linhagem humana, já que marcas do Australopithecus afarensis, de 3,7 milhões de anos atrás, foram encontradas em Laetoli, na Tanzânia, em 1978.
Estas pegadas, no entanto, mostram pés chatos e um ângulo bem maior entre o dedão e os demais dedos do pé, que indicam pés que ainda 'agarravam' o chão.
Ainda não se sabe exatamente como um pé mais parecido com o de macacos se desenvolveu para sua versão moderna.
De acordo com o principal autor do estudo, Matthew Bennett, da Universidade de Bournemouth, na Grã-Bretanha, existem relativamente poucos registros fósseis de ossos dos pés e das mãos.
"A razão é que carnívoros gostam de comer mãos e pés", afirmou Bennett à BBC News.
"Uma vez que a carne desaparece, existe uma série de pequenos ossos que não são preservados, então sabemos pouco sobre a evolução das mãos e dos pés nos nossos ancestrais."
Salto de evolução
Pegada em Ileret escaneada a laser (Foto: Matthew Bennett)

As pegadas foram escaneadas a laser para determinar as suas exatas dimensões.

As pegadas foram encontradas nas proximidades de Ileret, no norte do Quênia, em uma pequena colina com vários metros de sedimentos que os pesquisadores limparam cuidadosamente.
Eles encontraram duas séries de pegadas, uma cinco metros mais profunda do que a outra, separadas por areia, lodo e cinzas vulcânicas.
Através de comparações com amostras radioisótopas da região, os cientistas descobriram que as duas camadas de pegadas foram feitas com pelo menos 10 mil anos de diferença.
Outra característica fundamental descoberta com a série de pegadas é como o Homo erectus andava.
Há indícios de um grande peso no calcanhar, transferido em seguida para o canto externo do pé, progredindo para a parte interna e terminando com a elevação dos dedos.
"Isto é muito sintomático do estilo moderno de andar, e as pegadas de Laetoli não mostram estas mesmas características", disse Bennett.
A descoberta é uma importante peça para mapear a evolução dos humanos modernos, tanto em termos de fisiologia como na forma como o Homo erectus se relacionava com seu meio ambiente.
O Homo erectus foi um grande salto na evolução, demonstrando uma maior variedade de dieta e de habitat, e foi a primeira espécie da linhagem humana a sair da África.

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Lucimary Vargas
Presidente
Observatório Monoceros
Além Paraíba-MG-Brasil
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