Fausto Carneiro Do G1, em Pacaraima
Um trecho de 40 quilômetros entre duas reservas indígenas de Roraima concentra uma das maiores coleções de arte rupestre do mundo. Pelo menos 55 sítios arqueológicos com pinturas em pedras e cavernas e inscrições em baixo relevo estão catalogados. Em alguns sítios, instrumentos de pedra foram datados em 4.500 anos.

Segundo a professora Elena Fioretti, diretora do Museu Integrado de Roraima, em Boa Vista, o mapeamento arqueológico foi feito entre 1986 e 1989 por uma equipe liderada pelo arqueólogo Pedro Augusto Mentz Ribeiro, das Faculdades Integradas de Santa Cruz do Sul, do Rio Grande do Sul. Desde então, os achados aguardam estudos.
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“Isso é uma fração do que foi estudado. Além das pinturas, que são impressionantes, ainda há as inscrições em baixo relevo”, afirmou Elena. De acordo com ela, o estado de Roraima é rico em arte pré-histórica. “No sul [do estado] tem, a leste e a oeste também”, disse. “É só cavar um buraco para fazer uma piscina que a gente encontra grande quantidade de material.”

O pesquisador Ari Silva, que trabalhou no plano de manejo do Parque Nacional de Roraima, disse ter feito o registro de 155 sítios com pinturas ou indícios da presença humana pré-histórica em uma região um pouco maior que a estudada pelo professor Mentz Ribeiro nos anos 80. Silva acredita que algumas das inscrições revelam um alfabeto primitivo, de mais de 8 mil anos, o que seria o primeiro registro de escrita de um povo nativo das américas. Em sua casa, em Pacaraima, na divisa com a Venezuela, ele mantém mapas com a indicação dos sítios arqueológicos que visitou, com reprodução das pinturas e fotografias.
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