segunda-feira, 28 de abril de 2014

Encontradas 50 múmias no Egito



Múmias, inclusive de recém-nascidos, em tumba no Vale dos Reis
Foto: Egyptian Supreme Council of Antiquities/ Reuters
Múmias, inclusive de recém-nascidos, em tumba no Vale dos Reis Egyptian Supreme Council of Antiquities/ Reuters
CAIRO - Restos de cerca de 50 múmias, incluindo recém-nascidos, que devem pertencer à 18ª dinastia faraônica (1569 - 1315 aC) foram encontrados em uma enorme tumba no Vale dos Reis, em Luxor, no Egito, segundo informações do ministro de Antiguidades, Mohamed Ibrahim, à agência de notícias estatal MENA.

Caixões de madeira e máscaras mortuárias foram encontrados ao lado do corpos, provavelmente do Império Novo, das dinastias 18ª, 19ª e 20ª, que viveram entre cerca de 1567 e 1085 aC.

Estudos iniciais indicam que príncipes e princesas estavam entre os corpos encontrados no túmulo, que foi invadido em outras épocas. A descoberta foi feita por uma equipe suíça da Universidade de Basel em conjunto com o governo egípcio.

Antiguidades e achados como este são vitais para o comércio turístico do Egito, mas, atormentado pela insegurança e caos político no os três anos desde a Primavera Árabe, o país não conseguiu assegurar locais antigos e impedir o roubo de museus, mesquitas, lojas e escavações ilegais.

Em 2012, uma equipe de mesma universidade encontrou o sarcófago de uma cantora conhecida como Nehemes-Bastet, da 22ª dinastia e um relógio solar usado no século XIII aC.

sábado, 12 de abril de 2014

Sarcófago revela profundidade da ocupação faraônica em Israel

Selo dourado ligado ao culto de Seth foi achado perto de Nazaré.
'O selo é uma das peças mais importantes', disse arqueólogo Ron Baerei.

Da Agência Efe
 

Escavada no famoso vale dos Reis, em Luxor, o túmulo de Seti I diz não apenas que ele foi o pai do célebre Ramsés II, mas também um poderoso faraó-guerreiro que teve um papel fundamental na pacificação do Nilo e na restauração do império.


Selo dourado em forma de besouro - ligado ao culto de Seth, o deus egípcio da guerra - foi encontrado no vale de Yizre'el, a poucos quilômetros ao sul da cidade de Nazaré (Foto: Israel’s Antiquities Authority/AP) 
Selo dourado em forma de besouro - ligado ao culto de Seth, o deus egípcio da guerra - foi encontrado no vale de Yizre'el, a poucos quilômetros ao sul da cidade de Nazaré
(Foto: Israel’s Antiquities Authority/AP)
 
 
Ex-sacerdote de Amon, soldado do exército de Horembeb e capitão durante o reinado de seu progenitor, Ramsés I, ele acabou com o ainda influente poder dos sacerdotes de Aquenáton e recuperou grandes áreas territoriais.

Arqueólogos israelenses documentaram recentemente, no entanto, que sua autoridade e a profundidade de suas conquistas em Canaã e Galileia chegou, provavelmente, mais ao norte do que tinha sido provado até o momento.

Sob metros de terra, e quebrado em pedaços, um sarcófago da idade de Bronze com um selo dourado em forma de besouro - ligado ao culto de Seth, o deus egípcio da guerra - foi encontrado no vale de Yizre'el, a poucos quilômetros ao sul da cidade de Nazaré.

"É uma caixa de argila cilíndrica com tampa antropomorfa e estava cercada de vasilhas, copos, pratos e ossos de animais", em uma disposição similar aos enterros de nobres egípcios, que eram preparados para a passagem à outra vida, explicou o cientista Ron Baerei, um dos chefes da escavação.

Dentro do sarcófago havia um esqueleto de um homem adulto com uma adaga, entre outras peças, e o citado selo administrativo, que indica que ele era de alta classe, provavelmente morador da região e a serviço da XIX dinastia.

"O selo é uma das peças mais importantes, porque liga o morto ao poder", explicou.

Além disso, os egípcios costumavam enterrar seus mortos em sua pátria, e não cercados de divindades cananeias, argumentam Baerei e sua equipe, que datam este enterro por volta do ano 1300 antes de Cristo.

"Em um dos lados do sarcófago há uma figura de um homem com penteado egípcio, e como nos sarcófagos dos faraós egípcios, com as mãos cruzadas sobre o peito", explicou o especialista.

Os restos mortais mostram "uma profunda influência da cultura egípcia na terra de Israel durante o segundo milênio antes de Cristo, provavelmente através da sociedade cananeia ou das cidades cananeias do vale de Yizre'el", concluiu.

A descoberta é relevante por pelo menos mais dois motivos: é o primeiro sarcófago com estas características a ser desenterrado em Israel nos últimos 50 anos e confirma o vale de Yizre'el como a rota que os egípcios utilizavam para se comunicar com suas colônias na Síria.

Foram achados alguns túmulos de um período similar em cidades setentrionais como Beit Shean, e meridionais como Tel al-Farah e Deir al-Balah, na atual Gaza, mas nunca tão ao norte e não com um desenho cananeu tão particular.

De fato, foi nesta última região, agora sob controle palestino e assédio israelense, que os egípcios estabeleceram a administração geral das terras conquistadas entre o Sinai e a Síria.

O caso serve, além disso, como uma nova confirmação do relato das Escrituras Hebraicas: dado que Seti I governou entre 1290 e 1279 antes de Cristo, eruditos associam sua figura com o pai do faraó que enviou os judeus para o exílio no deserto.

Algumas teorias alegam que, durante o primeiro ano de seu reinado, ele enviou uma expedição militar para reconquistar a terra de Canaã que alcançou a cidade de Beit Shean, situada ao sul do lago Tiberíades ou mar da Galileia.

A parte negativa é que os arqueólogos acreditam que pode haver muito mais restos mortais - provavelmente com a mesma relevância - ocultos na mesma área, que agora não vão poder ser recuperados.

A equipe de Baerei só foi chamada para fazer uma "operação de salvamento" depois que operários que trabalham na instalação de um gasoduto próximo ao kibutz de Sarid, situado a cerca de 15 quilômetros ao sul de Nazaré, informaram sobre a descoberta do que pareciam restos históricos.

Agora ela considera que, debaixo daquelas encostas, perto do monte Tel Shadud e junto a outros quatro túmulos desenterrados - acredita-se que todos eram da mesma família - estejam outros restos da era de Seti I, que ficarão escondidos para sempre em meio ao encanamento do gasoduto.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Escâneres revelam segredos de múmias milenares do Egito

Foto: British Museum Trustees (BBC)

Da BBC  -  Escâneres de última geração permitiram ver múmias milenares através de suas bandagens pela primeira vez
O Museu Britânico, de Londres, utilizou escâneres de última geração para tentar desvendar segredos guardados por milenares múmias egípcias e sudanesas.

Um total de 8 entre as 120 múmias do acervo do museu foram submetidas a escâneres em um hospital londrino, entre elas as múmias de duas crianças.
O experimento permitiu, pela primeira vez, ver através de suas bandagens, e, assim, observar suas peles, rostos, ossos e até mesmo alguns órgãos internos que permaneciam preservados.

Foi possível até mesmo determinar o sexo de algumas delas, o que permanecia indefinido desde que as múmias foram adquiridas pelo museu, há 250 anos.

Os resultados dos exames constarão de uma animação gráfica que será exibida como parte da exposição Ancient Lives, New Discoveries (Vidas Antigas, Novas Descobertas, em tradução literal), que o museu vai inaugurar no próximo dia 22 de maio.

As animações estão sendo criadas com o auxílio de um software gráfico utilizado originalmente em trabalhos de engenharia automobilística.

A nova exposição do museu vai explorar rituais de morte e sepultamento e as vidas de civilizações antigas. Muitos dos dados da exibição foram colhidos a partir do estudo de múmias.

Retrato do passado

Foto: British Museum Trustees (BBC)
Testes revelaram detalhes dos ossos e da pele das múmias egípicas


O estudo permitiu conhecer melhor os hábitos alimentares, a medicina da época, a música ouvida por povos antigos e como viviam as crianças do período.

De acordo com o Museu Britânico, a mostra busca "oferecer um retrato" das vidas de oito pessoas que viveram no Vale do Nilo ao longo de mais de 4 mil anos - desde o Egito pré-histórico até o Sudão cristão.

A mostra usará tecnologia interativa para oferecer informações sobre cada múmia, desde seu estado de saúde até a forma como elas foram embalsamadas e preservadas.

Entre as múmias há desde a filha de um sacerdote até a um cantor de templos. Há ainda um homem de meia idade, um porteiro de um templo e até uma mulher que portava uma tatuagem cristã em sua pele.


Múmias serão mostradas em exibição no British Museum a partir de maio


Um dos corpos mumificados é o de um homem de Thebes mumificado por volta de 600 a.C., que sofreu de abcessos dentários tão infectados que eles podem ter não apenas lhe propiciado fortes dores, mas até mesmo terem sido a causa de sua morte.

Uma das principais descobertas feitas foi a da espátula usada para escavar o cérebro através do nariz, durante o processo de mumificação. A espátula acabou quebrando dentro de seu crânio, o que foi revelado durante o escâner.

Os realizadores da mostra pretendem recriar a espátula por meio de impressão 3D.

A mostra também trará a múmia de uma cantora, que viveu por volta de 900 a.C. e recebeu uma das formas mais nobres de mumificação disponíveis na época. As inscrições em sua tumba levam a crer que ela seria uma das cantoras do Templo de Karnak.

Os testes de escâner mostraram ainda o quão preservadas estavam a pele e o cabelo das múmias. E oferecem ao visitante a primeira chance de ver o seu rosto.

Análises apontam que papiro que fala da esposa de Jesus não é falso

Acredita-se que fragmento seja proveniente do Egito.
Historiadora diz que análises não provam que Jesus era casado.

Da AFP



Uma inscrição antiga feita em papiro pode sinalizar que Jesus Cristo tinha uma esposa. O material foi apresentado nesta terça-feira (18), durante o 10º Congresso Internacional de Estudos Coptas, que está sendo realizado em Roma. (Foto: AP Photo/Harvard University, Karen L. King) 
Inscrição antiga feita em papiro pode sinalizar que Jesus Cristo tinha esposa
 (Foto: AP Photo/Harvard University, Karen L. King)

Um pedaço de papiro antigo que contém uma menção à esposa de Jesus não é uma falsificação, de acordo com uma análise científica do controverso texto, declararam nesta quinta-feira (10) pesquisadores americanos.

Acredita-se que o fragmento seja proveniente do Egito Antigo, pois contém escritos na língua copta (extinta no século XVII), que afirmam: "Jesus disse-lhes: 'Minha esposa...'''. Outra parte diz ainda: "Ela poderá ser minha discípula".

A descoberta do papiro, em 2012, provocou polêmica. Pelo fato de a tradição cristã afirmar que Jesus não era casado, o documento reacendeu os debates sobre o celibato e o papel das mulheres na Igreja.

O jornal do Vaticano "L'Osservatore Romano" declarou na época que o papiro era uma farsa, juntamente com outros estudiosos que duvidaram de sua autenticidade baseando-se em sua gramática pobre, texto borrado e origem incerta.

Nunca antes um evangelho se referiu a Jesus como casado ou tendo mulheres como discípulos. Mas uma nova análise científica do papiro e da tinta, bem como da escrita e da gramática, mostrou que o documento é antigo.

"Nenhuma evidência de fabricação moderna ("falsificação") foi encontrada", declarou a Harvard Divinity School, da Universidade Harvard, em comunicado.

O fragmento provavelmente remonta a uma data entre os séculos VI e IX, mas poderia ter sido escrito até mesmo no segundo século da Era Comum, segundo os resultados do estudo publicados na Harvard Theological Review.

A datação por radiocarbono do papiro e uma análise da tinta utilizando espectroscopia Micro-Raman foram realizadas por especialistas da Universidade de Columbia, da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

"A equipe concluiu que a composição química do papiro e os padrões de oxidação são consistentes com papiros antigos, ao comparar o fragmento do Evangelho da Esposa de Jesus (Gospel of Jesus' Wife - GJW, em inglês) com um fragmento do Evangelho de João", declarou o estudo.

"O teste atual suporta, assim, a conclusão de que o papiro e a tinta do GJW são antigos", esclareceu.
 
Origem desconhecida
A origem do papiro é desconhecida. Karen King, historiadora da Harvard Divinity School, o recebeu de um colecionador - que pediu para permanecer anônimo - em 2012.

King, uma historiadora do cristianismo primitivo, declarou que a ciência mostrar que o papiro é antigo não prova que Jesus era casado.

"A questão principal do fragmento é afirmar que as mulheres que são mães e esposas podem ser discípulas de Jesus - um tema que foi muito debatido no início do cristianismo, num momento em que a virgindade celibatária se tornou cada vez mais valorizada", explicou King em um comunicado.

"Este fragmento do evangelho fornece uma razão para reconsiderar o que pensávamos que sabíamos, ao se perguntar o papel que as declarações sobre o estado civil de Jesus desempenharam historicamente nas controvérsias cristãs sobre casamento, celibato e família".

O fragmento mede 4 cm x 8 cm. King declarou que a data do documento - escrito séculos depois da morte de Jesus - significa que o autor não conhecia Jesus pessoalmente.

Sua aparência bruta e os erros gramaticais sugerem que o escritor tinha apenas uma educação elementar, acrescentou.

Leo Depuydt, professor de Egiptologia da Universidade Brown, escreveu um artigo, também publicado na Harvard Theological Review, descrevendo por que acredita que o documento é falso.

"O fragmento do papiro parece perfeito para um esquete do Monty Python (famoso grupo de comediantes britânicos)", declarou.

Ele apontou erros gramaticais e o fato de as palavras "minha esposa" parecerem ter sido enfatizadas em negrito, o que não é utilizado em outros textos coptas antigos.

"Como um estudante de copta convencido de que o fragmento é uma criação moderna, sou incapaz de fugir à impressão de que existe algo quase engraçado no uso das letras em negrito", escreveu.

King publicou uma refutação às críticas de Depuydt, dizendo que o fato de a tinta estar borrada era comum e que as letras abaixo de "minha esposa" eram ainda mais escuras.
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