Pesquisadores debatiam se origem da doença era asiática ou africana. Apesar de fácil detecção e cura, moléstia ainda persiste no mundo.
Luis Fernando Correia
Luis Fernando Correia
Apesar de a hanseníase, mais conhecida como lepra, conviver com o homem desde a Antiguidade, sua origem ainda é motivo de disputa. Estudos genéticos apontavam para o sul da Ásia ou leste da África como berço do germe causador da doença.
Pesquisadores americanos, trabalhando em colaboração com colegas indianos, fizeram uma descoberta que pode resolver a questão. Foi descoberto um esqueleto do segundo milênio antes de Cristo, no estado do Rajastão (Índia), com sinais característicos da lepra. Até hoje as evidências arqueológicas colocavam o caso mais antigo no Usbequistão, datado de mil anos antes de Cristo.
O esqueleto descoberto na Índia pertenceu a um homem de meia idade que apresentava alterações na face, articulações e ossos das pernas e braços típicas da lepra. Mesmo quando foram testadas outras hipótese diagnósticas, essas não foram confirmadas. Os testes para determinação da idade da ossada colocaram nosso paciente vivendo há mais de 4 mil anos.
A lepra é uma doença causada por um germe chamado de Mycobacterium leprae, que atinge principalmente a pele a os nervos. A doença tem tratamento eficiente com medicamentos baratos e em seis meses o paciente está curado. O diagnóstico é simples e agentes comunitários podem ser treinados para encaminhar casos suspeitos ao sistema de saúde.
Apesar de tudo isso, cerca de 250 mil pessoas em todo o mundo ainda têm lepra. O Brasil está entre os 9 países responsáveis por 75% dos casos do mundo. O Ministério da Saúde brasileiro registrou, em 2006, 100 mil pacientes de lepra. Diante disso tudo, fica evidente a incapacidade humana em lidar com as doenças, mesmo as conhecidas há muito tempo.
Luis Fernando Correia é médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN.
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