sexta-feira, 30 de maio de 2008

Stonehenge serviu de cemitério durante 500 anos, diz estudo


Arqueólogos acreditam que corpos tenha sido enterrados no local a partir de 3000 a.C.

Recentes estudos arqueológicos realizados em Stonehenge, o monumento pré-histórico mais importante da Grã-Bretanha, revelaram que o local foi usado como cemitério durante 500 anos, um tempo muito maior do que se pensava anteriormente. Até agora, arqueólogos acreditavam que cemitérios teriam sido criados no local entre 2700 a.C e 2600 a.C, cerca de um século antes de as pedras gigantes serem instaladas. No entanto, uma pesquisa que analisou escavações feitas em 1950 sugere que corpos eram enterrados em Stonehenge já no ano 3000 a.C, pouco depois da criação do monumento."A partir de então (3000 a.C), Stonehenge teria servido de cemitério até 2500 a.C", afirmou arqueólogo Mike Parker Pearson, coordenador do projeto Stonehenge Riverside, patrocinado por cinco universidades britânicas.

Local especial
Os arqueólogos acreditam que os restos mortais mais antigos encontrados no local - uma pilha de ossos e dentes queimados - teriam pertencido a uma única família de elite da época, provavelmente integrante de uma dinastia. Os vestígios mortais mais recentes de que se tem notícia seriam de uma mulher de 25 anos enterrada entre 2570 a.C e 2340 a.C, quando as grandes pedras começaram a chegar ao local. "Eu não acredito que este era um lugar onde pessoas comuns eram enterradas. Certamente Stonehenge era um local especial naquela época", afirmou Parker Pearson."Há muito tempo arqueólogos especulam se Stonehenge não teria sido criado por reis pré-históricos. Os novos resultados mostram que, não somente este talvez tenha sido o caso, como também eles tenham escolhido este lugar para ser enterrados".

No entanto, outros especialistas têm uma outra visão do que teria sido Stonehenge. Para Tim Darvill, da Universidade de Bournemouth, e Geoff Wainwright, da Sociedade de Antiquários, o monumento teria sido um local de cura.Após duas semanas de escavações no local, em abril deste ano, os pesquisadores dizem estar convictos de que Stonehenge era uma espécie de "Santuário de Lourdes Neolítico", onde peregrinos iam buscar curas para doenças.

BBC

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Cientistas encontram registro de parto mais antigo do mundo

Fóssil de 380 milhões de anos estava prestes a dar à luz.Embrião estava ligado pelo cordão umbilical à mãe.
Ilustração mostra como seria a espécie (Foto: Divulgação)


Fóssil mostra embrião preso à mãe (Foto: Divulgação)

Um grupo de cientistas australianos descobriu um fóssil de placodermo de 380 milhões de anos prestes a dar à luz. Os exemplos existentes de fósseis de animais no momento de procriar são extremamente raros, e este novo espécime retrocede em 200 milhões de anos a data recorde de um nascimento que se tem conhecimento.
No espécime encontrado, observa-se um embrião ligado ao cordão umbilical de sua mãe, o que parece indicar uma nova espécie em si mesma.

A descoberta, publicada na edição desta semana na revista científica "Nature", mostra uma biologia reprodutiva avançada, comparável a de alguns tubarões e raias de nossa época.

Os placodermos, extintos há muito tempo, eram um grupo amplo e diverso de peixes, que os cientistas consideravam como os vertebrados mais primitivos dotados de mandíbulas. No entanto, os fósseis encontrados pelo cientista John Long e seus colegas revelam que essas espécies não eram tão primitivas como para não poder gerar crias.

A descoberta pertence à Formação Gogo, na Austrália, e representa uma nova espécie de placodermo preservada no momento do nascimento.

Da EFE

Réptil voador gigante era 'supercegonha' que andava no chão, sugere pesquisa

Azdarchídeo voa com o pôr-do-sol do Mesozóico ao fundo (Foto: Mark Witton/Divulgação)

Hatzegopteryx, com 3 m de altura nos ombros, ao lado de um modelo do pesquisador Mark Witton (Foto: Mark Witton/Divulgação)



Um grupo de Quetzalcoatlus se banqueteia com bebês-dinossauros (Foto: Mark Witton/Divulgação)


Talvez seja um destino inglório para os maiores animais alados da história da Terra: em vez de caçar em pleno vôo ou dilacerar grandes presas com suas mandíbulas, eles passariam a maior parte do tempo em terra firme mesmo, capturando pequenos vertebrados e até invertebrados. No entanto, para uma dupla de paleontólogos britânicos, assim viviam os grandes pterossauros, répteis de asas que dominaram os céus do planeta durante a Era dos Dinossauros. Eles não passariam de supercegonhas -- ou, pior ainda, jaburus.

Mark Witton e Darren Naish, da Universidade de Portsmouth (Reino Unido), acabam de publicar sua revisão radical sobre a vida dos monstros alados na revista científica de acesso livre "PLoS One". Para ser mais exato, a dupla estudou a anatomia funcional e a ecologia dos azdarchídeos, grupo de pterossauros (répteis voadores) que chegaram a ter mais de 12 m de uma ponta à outra das asas, segundo certas estimativas.

Estamos falando de criaturas realmente gigantescas, como o Quetzalcoatlus (batizado em homenagem a Quetzalcoatl, a serpente emplumada da mitologia asteca) e o Hatzegopteryx, retratados nas imagens que ilustram esta reportagem (feitas, aliás, pelo próprio Witton, que também é paleoartista). Os paleontólogos britânicos basicamente reuniram todas as informações disponíveis sobre o esqueleto dos bichos, compararam-nas com dados sobre animais voadores atuais e, finalmente, simularam como o conjunto de ossos funcionaria na vida real.

Hipóteses para todos os gostos
O grande problema, aponta a dupla de pesquisadores, é que por enquanto não há acordo sobre o estilo de vida e de vôo desses bichões. Além da grande envergadura das asas (menor, no entanto, do que se esperaria para animais tão grandes), as únicas certezas são que estamos falando de bichos de pescoço alongado e "bico" igualmente comprido e sem dentes, tal como o das aves -- com as quais, aliás, eles não têm relação evolutiva direta.

Fora desses pequenos pontos comuns, há um certo vale-tudo. A tese mais popular atualmente argumenta que os azdarchídeos, tal como um pequeno grupo de aves marinhas modernas, teriam sido pescadores "de boca aberta". Explica-se: essas aves possuem bicos especializados, que são abertos na superfície da água para capturar pequenos peixes enquanto elas continuam voando. O bico funciona como a quilha de um navio, rasgando a água enquanto a ave bate as asas.

O método funciona, sem dúvida, mas exige uma série impressionante de adaptações anatômicas -- no bico e nas asas -- que, segundo Witton e Naish, estão ausentes nos superpterossauros. Entre outras limitações, as vértebras do pescoço dos bichos são pouco flexíveis e relativamente frágeis para fazer esse serviço. Além disso, os fósseis dos azdarchídeos vêm de regiões continentais, muito distantes do mar, para que eles levassem uma vida predominantemente pescadora.

Esses mesmos problemas com o pescoço invalidam a hipótese de que eles fossem grandes carniceiros, como os urubus e abutres atuais. Suas patas também são pequenas demais para que eles conseguissem ficar em pé em regiões pantanosas e caçassem peixes e invertebrados aquáticos nelas. Capturar outros bichos em pleno vôo, nem pensar: o tamanho e o formato das asas não ajudaria a fazer manobras rápidos, e eles também não tinham garras ou bicos poderosos, como as águias modernas -- na verdade, a mandíbula dos azdarchídeos é fraca para bichos de seu tamanho.

Caminhando e caçando
Após descartar todas essas possibilidades, os pesquisadores propõem que a maneira correta de "pensar" os azdarchídeos é compará-los a aves pernaltas e predominantemente terrestres, como as cegonhas e os jaburus. Com uma diferença importante: rastros deixados por membros do grupo sugerem que, em terra, eles eram quadrúpedes que se locomoviam com considerável desenvoltura.

Com o pescoço "duro", os bichos teriam de inclinar o corpo todo para capturar presas no chão. E, por causa da mandíbula relativamente fraca, essas presas teriam de ser mais ou menos pequenas -- nada muito maior que um filhote de dinossauro no primeiro mês de vida, digamos.

Completando o quadro, os paleontólogos britânicos apostam que os membros do grupo dificilmente conseguiriam se manter no ar simplesmente batendo suas asas, dado seu enorme tamanho e peso. Em vez disso, precisariam de correntes de ar quente -- as chamadas termais -- para planar lenta e seguramente muito acima do solo, de forma não muito diferente do que fazem os condores atuais.
Reinaldo José Lopes Do G1, em São Paulo

Projeto digitaliza trabalhos da era de ouro de oásis africano


Livros e manuscritos de Timbuktu serão disponibilizados na internet. Região era vibrante centro intelectual entre séculos XV e XIX.

De Timbuktu até aqui, revertendo a famosa expressão, as palavras escritas do lendário oásis africano estão sendo entregues via caravana eletrônica. Um carregamento de livros e manuscritos, alguns apenas recentemente resgatados da decadência, está sendo digitalizado para a internet e distribuído para acadêmicos por todo o planeta.

São trabalhos sobre leis e história, ciência e medicina, poesia e teologia, relíquias da era dourada de Timbuktu como uma encruzilhada em Mali para troca por ouro, sal e escravos ao longo do limite meridional do Sahara. Se o nome é agora sinônimo para uma distância misteriosa, a literatura declara que seu papel anterior era o de um vibrante centro intelectual.

Nos anos recentes, milhares destes livros amarrados em couro e frágeis manuscritos foram recuperados de arquivos de família, bibliotecas particulares e depósitos. O governo da África do Sul está financiando a construção de uma biblioteca em Timbuktu para abrigar mais de 30.000 destes livros. Outras contribuições apóiam renovações de arquivos familiares e projetos para preservar, traduzir e interpretar os documentos. Agora, os primeiros cinco dos raros manuscritos de bibliotecas particulares foram digitalizados e disponibilizados na internet (http://www.aluka.org/) para acadêmicos e estudantes. Até o final do ano espera-se que pelo menos 300 sejam disponibilizados online.

O projeto para colecionar os manuscritos digitais está sendo organizado pela Aluka, uma companhia internacional sem fins lucrativos dedicada a trazer conhecimento da e sobre a África para o mundo acadêmico.

Em parceria com um consórcio de bibliotecas privadas em Timbuktu e com o financiamento da Fundação Andrew W. Mellon (Andrew W. Mellon Foundation), a Aluka alistou técnicos em mídia da Northwestern University para projetar e montar um estúdio de fotografia de alta resolução em Timbuktu. Uma equipe local foi treinada para operar o estúdio.

Muitos documentos na graciosa caligrafia Arábica são um deleite visual. Embora a escrita seja em sua maioria em Arábico, alguns manuscritos trazem vernáculos adaptados para a escrita Arábica, o que com certeza representará um desafio para os acadêmicos.

"Os manuscritos de Timbuktu agregam grande profundidade ao entendimento da diversidade de história e civilizações da África,” diz Rahim S. Rajam, gerente de desenvolvimento de coleção da Aluka.

Pesquisadores têm sido atingidos pela gama de assuntos que atraíram os acadêmicos de Timbuktu por muitos séculos e adentrando o século XIX. A maior parte dos primeiros manuscritos digitalizados é do século XV ao XIX. Os tópicos incluem as ciências da astronomia, matemática e botânica; artes literárias; práticas e pensamentos da religião Islâmica; provérbios; opiniões legais; e explicações históricas.

“É um rico arquivo de literatura histórica e intelectual que está apenas começando a tornar-se mais amplamente entendida e acessível a um largo grupo de acadêmicos e pesquisadores,” comenta Rajan, que é especialista em estudos do Oriente Médio.

Em um seminário recente conduzido online, membros da equipe da Aluka-Northwestern descreveram alguns dos problemas em começar as instalações de digitalização em Timbuktu: interrupções freqüentes da rede elétrica e tempestades de areia que danificam delicados componentes eletrônicos.

“Não era tão ruim quanto outros lugares que já vi,” diz Harlan Wallach, diretor do Estúdio Avançado de Produção de Mídia na Northwestern, que montou instalações similares na Ásia. “Nós explodimos muitos mais transformadores e equipamentos trabalhando num projeto na China do que em Timbuktu.”

Enquanto não há substituto para consultar os manuscritos reais, diz Wallach, é melhor lê-los em sua forma digital. Muitas das páginas dos originais são tão frágeis que não podem ser manuseadas.

Mesmo que a Timbuktu contemporânea seja uma sombra opaca e poeirenta de seu renomado passado, vivendo principalmente dos poucos turistas ainda atraídos por seu nome e lenda, as páginas de sua história estão emergindo da obscuridade e, em alguns casos, sendo disseminadas à velocidade da luz.

Do New York Times

Arqueólogos encontram QG de exército da antiguidade no Sinai


Objeto com inscrições em egípcio antigo foi encontrado na fortaleza (Foto: Reuters)


Arqueólogos egípcios descobriram o que afirmam ser o quartel-general do exército faraônico da antiguidade que guardou a fronteira nordeste do Egito por mais de 1.500 anos, disse o governo egípcio na quarta-feira.
A fortaleza e a cidade adjacente, que os arqueólogos identificaram com o nome antigo de Tharu, ficam na península do Sinai, a cerca de três quilômetros a nordeste da cidade moderna de Qantara, disse o arqueólogo egípcio Mohamed Abdel Maksoud. O Conselho Supremo de Antiguidades do governo disse em comunicado à imprensa que Tharu ficava no começo da estrada militar que ligava o vale do Nilo ao Levante, áreas que passaram boa parte do período sob controle egípcio. Os arqueólogos, liderados por Abdel Maksoud, vinham trabalhando desde 1986 nos fortes que ladeavam a estrada, mas foram inscrições encontradas este ano que certificaram a identificação, disse Maksoud. As inscrições fazem menção a três faraós -- Tutmosis 2, que reinou a partir de 1512 a.C e construiu as instalações militares ao longo da rota, Seti 1 e Ramsés 2, que, juntos, governaram o Egito de 1318 a 1237 a.C.

Fortaleza
O sítio contém remanescentes de uma fortaleza feita de tijolos de barro, datando da época de Ramsés 2 e que mede 500 por 250 metros, com torres de quatro metros de altura, segundo o Conselho.Ainda segundo a organização, "estudos iniciais feitos no sítio comprovam que esse forte foi o quartel-general do exército egípcio dos tempos do Novo Reinado até o período ptolemaico." O Novo Reinado começou por volta de 1570 a.C., e o período ptolemaico terminou com a morte de Cleópatra, no século 1 a.c."As características arqueológicas desse forte confirmam as inscrições em templos da antiguidade egípcia mostrando o formato da cidade de Tharu, que ficava no começo da estrada militar Horus", disse o comunicado do Conselho.O governo informou ainda que o sítio contém o primeiro templo do Novo Reinado já encontrado no norte do Sinai, silos em que o exército da antiguidade egípcia armazenava grãos e armas, e também fornos, escudos e tigelas de cerâmica.
Da Reuters

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Missão egípcio-dominicana encontra cabeça de alabastro de Cleópatra


Estátua da rainha do Egito e máscara que teria sido de Marco Antônio foram desenterradas.Chefe dos pesquisadores desmente que artefatos venham do túmulo da soberana egípcia.

Uma missão egípcio-dominicana encontrou, perto de Alexandria, no norte do Egito, a cabeça de uma estátua de alabastro que representa Cleópatra e uma máscara que pode ter pertencido a seu amante, o general romano Marco Antônio, anunciou nesta segunda-feira em um comunicado o ministro egípcio da Cultura, Faruk Hosni. Essas duas descobertas, assim como uma estátua de bronze da deusa Afrodite e outra estátua real sem cabeça da era ptolomaica (332-30 a.C.), foram realizadas pela missão no templo de Taposiris Magna, informou na mesma nota o diretor de Antigüidades Egípcias, Zahi Hawass.

Cerca de vinte objetos de bronze gravados com o rosto de Cleópatra e várias galerias e túneis subterrâneos também foram encontrados nesse sítio arqueológico, disse Hawass, que coordenou as escavações. Além disso, Hawass negou "categoricamente" que um dos túneis leve ao túmulo de Cleópatra, como "publicaram vários meios internacionais".

Sem tumba
"Não encontramos nada que indique a presença da tumba" da imperatriz, afirmou. A descoberta de seu túmulo seria o maior notícia arqueológica no Egito desde que o britânico Howard Carter encontrou a tumba de Tutancâmon, em 1922. Cleópatra e Marco Antônio, um dos casais mais célebres da história, cometeram suicídio após a batalha de Actium (31 a.C.), permitindo que Otávio assumisse o controle do Império Romano, incluindo o Egito.

Da France Presse
Foto arquivo

sábado, 24 de maio de 2008

Encontradas no México as pinturas rupestres mais antigas das Américas


As pinturas rupestres mais antigas da América estão no estado de Baixa Califórnia Sul, norte do México, segundo um estudo feito por especialistas do Instituto Nacional de Antropologia e História. As pinturas foram descobertas na caverna de San Borjita e, de acordo com as análises realizadas a partir das mais modernas tecnologias, são datadas de cerca de 7.500 anos atrás. Os resultados ainda são provisórios, pois os processos de validação de 60 amostras de pigmentos, no Rafter Radiocarbono Laboratory de Nova Zelândia estão em andamento, informou o Instituto. A arqueóloga María de la Luz Gutiérrez, responsável pela investigação, declarou que se constatada essa conclusão, "serão modificadas as interpretações" em torno da cronologia da arte rupestre na região. Até o momento acreditava-se que as pinturas rupestres mais antigas eram datadas de 4.900 anos. As amostras foram retiradas de pinturas em San Francisco, San Jorge, San Juan e Guadalupe.

Com informações da Ansa

Foto arquivo

Estudo acha sinais de 'guerra santa' entre pagãos e cristãos na Europa medieval

Reconstrução de túmulo de nobre pagão do século 12 em Usedom, na Pomerânia (nordeste da Alemanha) (Foto: S. Fiedler/Divulgação)

Espada longa e tecido recoberto com ouro achados em túmulo de Wusterhusen (Alemanha) (Foto: F. Biermann. )


Vasilha de bronze do túmulo de Usedom, século 12 (Foto: Divulgação)


Deus de quatro caras Svantevit, adorado pelas tribos eslavas da região (Foto: Reprodução)


Túmulo luxuoso indica resistência de elite pagã a cristianização na Alemanha do século 12. Guerreiros eslavos adoravam deus da guerra de quatro cabeças; luta durou décadas.

Por volta do ano 1100 da nossa era, as tribos eslavas que viviam na fronteira da Alemanha com a Polônia estavam literalmente entre a cruz e a espada. Enfrentando ataques militares e missionários de seus vizinhos cristãos, a elite das tribos parece ter decidido reafirmar sua identidade pagã com túmulos luxuosos, que mostravam seu poderio e sua determinação de resistir ao invasor. Essa é a tese de um arqueólogo alemão, cujo trabalho está ajudando a entender os últimos pagãos da Europa Ocidental.

“Todos os vizinhos deles já tinham virado cristãos e eram governados por reis ou, no caso dos alemães, por um imperador”, explica Felix Biermann, do Departamento de Pré-História da Universidade Humboldt, em Berlim. “Por outro lado, as tribos eslavas dos rúgios, lutícios e obodrítios tinham estruturas políticas descentralizadas. Eles eram comandados por uma elite de guerreiros e cavaleiros, cujo poder era baseado em alianças militares. Esses chefes construíam grandes fortalezas, feitas de madeira e terra e que chegavam a ter até 400 metros de diâmetro”, diz Biermann. Escavações recentes na Pomerânia (nordeste da Alemanha) e nas regiões polonesas que fazem fronteira com ela revelaram um estranho aumento de sepulturas suntuosas no final do século 11 e começo do século 12. Antes, os membros das tribos eslavas eram simplesmente cremados, mas nessa época eles passam a ser enterrados, alguns deles com muita pompa. Ao analisar vários desses túmulos de elite, como o de Usedom, que fica numa ilha do mar Báltico, Biermann verificou uma série de características comuns.

Casa dos mortos
Primeiro, os túmulos viram uma espécie de “casa” dos mortos, recobertos com estruturas de madeira e pedra e formando “morros” artificiais, que podiam ser vistos a uma certa distância. Em segundo lugar, os defuntos ganham oferendas caras: espadas longas com cabo decorado, moedas de ouro e prata, tecidos finos, esporas de ferro e chicotes (ambos lembretes de sua condição de cavaleiros).

Há também bacias de bronze finamente decoradas, usadas para lavar o rosto e as mãos dos nobres. “É uma maneira de dizer que eles eram uma elite refinada, com hábitos sofisticados à mesa”, afirma o arqueólogo alemão. As mulheres da elite também recebiam ricos presentes em sua viagem para o além-túmulo: anéis e colares de metal precioso e amuletos feitos com dente de castor. Nessa mesma época, parece surgir uma certa separação espacial entre esses túmulos e os dos “plebeus” das tribos – outro sinal de que a elite pagã estava tentando reforçar seu poderio. E é aí que entra a tese de Biermann. O curioso é que o mesmo fenômeno – o repentino aparecimento de túmulos pagãos suntuosos – acontece justamente antes da conversão dos escandinavos e dos ingleses ao cristianismo, nos século 7 e 10 ou 11, respectivamente. O arqueólogo aposta que o exagero cerimonial entre as tribos eslavas servia para mostrar que o paganismo estava vivo e vigoroso diante da invasão cristã. Também pode haver uma influência indireta de pagãos vikings, que comerciavam com a região durante as décadas anteriores ao surgimento dos túmulos luxuosos.

Tanto é assim que, após um breve florescimento de algumas décadas, a tradição tumular desaparece a partir do último quarto do século 12. É bom lembrar que a orientação da Igreja medieval era não colocar nenhum objeto em túmulos de cristãos – um hábito normalmente associado à crença numa vida após a morte com combates, festas e outras situações iguais às encontradas no mundo dos vivos.

Templo destruído
Até essa época, os eslavos da região adoravam deuses capitaneados por Svantevit, um guerreiro divino representado com três ou quatro cabeças (nesse caso, cada uma delas ficava voltada para um dos pontos cardeais), cujo culto também era associado à fertilidade da terra. Não por acaso, Svantevit era retratado com uma espada na mão e um chifre oco (usado como taça) na outra, montado num cavalo branco – mais ou menos como os guerreiros pagãos que o adoravam.

“A religião servia como o principal fator de integração dos líderes pagãos. Eles tinham um importante centro conhecido como Rethra, que era uma mistura de fortaleza e oráculo militar, onde eles pediam o apoio dos deuses para a guerra. Esse local foi destruído por volta de 1070 e o centro militar e religioso das tribos se deslocou para o templo de Svantevit num local chamado Arkona”, conta Biermann. De acordo com o arqueólogo, a resistência em Arkona não durou muito. As pressões para se converter ao cristianismo eram muitas. Uma delas foi a chegada de missionários liderados pelo bispo alemão Otto de Bamberg, que chegaram à Pomerânia em 1124. Cruzados alemães, poloneses e dinamarqueses também organizaram uma série de ataques à área. Finalmente, o templo de Arkona foi atacado pelo rei Waldemar I da Dinamarca. “Temos boas informações sobre o cerco de Arkona graças à descrição feita pelo monge dinamarquês Saxo Grammaticus. Os pagãos da tribo dos rúgios estavam defendendo os muros da fortaleza, mas um soldado dinamarquês conseguiu abrir um túnel debaixo do portão e colocar fogo na muralha, que veio abaixo. Os homens de Waldemar destruíram o templo e jogaram a imagem de Svantevit no mar”, diz Biermann. “A destruição do templo é considerada um símbolo do triunfo do cristianismo na região.” Apesar dos combates, não houve um extermínio da população pagã local. Convertidos ao cristianismo, eles acabaram se miscigenando com colonos alemães que chegaram à região no fim do século 12 e começo do século 13. “Alguns dos membros da elite pagã se tornaram cristãos, como os membros da família Greif, que viraram duques e governaram a Pomerânia até o século 17”, conta o arqueólogo alemão.

Cruzadas no leste
A destruição do templo de Arkona marcou o desaparecimento definitivo do paganismo na Europa Ocidental. No entanto, o culto a divindades não-cristãs continuou resistindo durante quase dois séculos a leste. “No território da Prússia Oriental, que hoje pertence à Rússia e à parte nordeste da Polônia, a Ordem dos Cavaleiros Teutônicos lançou uma ‘missão com a espada’ a partir dos anos 1230”, diz Felix Biermann. Os Cavaleiros Teutônicos já tinham lutado na Palestina durante as Cruzadas e, com isso, expandiram sua ação contra inimigos da fé na própria Europa. Depois da vitória cristã nessa região, restava ainda uma grande potência pagã na Europa Oriental, a Lituânia. Nesse caso, a política acabou sendo o fator-chave: o grão-duque da Lituânia teve a chance de virar também rei da Polônia caso aceitasse ser batizado para casar com uma princesa polonesa. O grão-duque topou e foi coroado como rei Ladislau I Jagiello. Em parte pela conversão forçada e em parte pelos interesses políticos envolvidos no processo, os costumes cristãos demoraram para dominar totalmente essa região. “Em Usedom, temos enterros do meio do século 13, no cemitério de uma igreja, que ainda mostram objetos simples mas ligados à tradição pagã, como armas e moedas”, afirma Biermann.

Reinaldo José Lopes Do G1, em São Paulo

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Machaq Mara - Año Nuevo Andino - Amazonico

Por: Manuel de la Torre U.B.

El Machaq Mara es la ceremonia del inicio del año nuevo andino-amazónico y esta ligado a la referencia astronómica que es el solsticio de invierno del 21 de Junio, donde se da inicio a un nuevo ciclo agrícola, se trata de un calendario luni-solar, ya que esta regido por la fase de la Luna y el recorrido de la Tierra alrededor del Sol. A partir del 22 de junio se empieza a contar los 13 meses, cada uno de 28 días, contándose 364 días del nuevo año, el 21 de junio es el día 365, que se dedica exclusivamente a la fiesta del año nuevo y da inicio al invierno en el sur del planeta Tierra, siendo este día el que tienen la noche más larga y el día más corto.

En este año solar se tienen 4 fiestas importantes, relacionadas al recorrido de la Tierra alrededor del Tata Inti (Dios Sol), que son a partir del 21 de junio, el 21 de Septiembre es la segunda ceremonia denominada Auti Wilka Chica (equinoccio de primavera) aquí se inicia el cambio de la parcialidad de la masculina a la femenina, que regirá por los próximos 6 meses, esta parcialidad tiene que ver con todo aquello que se relaciona a la fertilidad, a lo femenino a la pachamama, a esta le sigue la ceremonia del medio año, el 21 de diciembre denominado como Wara Chinkancha y se inicia asi el Willka Kuti (cambio de dirección del sol), la tercera ceremonia se realiza en el otro equinoccio (de otoño) que es el 23 de marzo, esta festividad se denomina Hallu Wilka Chika donde se realiza el cambio de parcialidad, de la parcialidad femenina que ha marcado los 6 meses, se da paso a la parcialidad masculina, que tendrá su preponderancia por los próximos 6 meses, y finalmente el próximo 21 de junio terminara ese ciclo y se inicia otro nuevo año andino.

El mes andino esta regido por la Phasi (Luna), ya que se cuentan las lunaciones a partir de la luna llena, y cada 7 días se tiene otra lunación en el siguiente orden, Luna Llena, Cuarto Menguante, Luna Nueva y Cuarto creciente, completando así los 28 días de la fase luna, así durante el año andino se cuentan 13 meses lunares.

Este año que se iniciará este 21 de junio del 2008, es denominado según la cronología de la cultura andina como el año 5516, que representa el año 16 del quinto Sol, del quinto gran ciclo lunar, este calendario es ahora aceptado como valido para toda la región andina-amazónica.

El calendario andino, esta estructurado para sus dos "Sub-calendarios", uno dedicado a las labores agrícolas-agropecuarias que se inicia los primeros días de agosto con el inicio de la siembra y concluye en mayo con la cosecha, el otro calendario esta dedicado a sus ceremonias místico-religiosas relacionadas con diferentes festividades como por ejemplo el día de los difuntos (2 de noviembre), los anatas (2 de febrero).

Durante este día del Año Nuevo Andino del 21 de junio, llamado Willkasi, el día más corto del año y la celebración es el Machaq Mara, año nuevo andino, siendo la hora cero el Mara t'aqaya, también se celebran las tres fiestas más importantes del mundo andino, que son: el Willka Hatch Laimi (Gran fiesta del dios sol), el Hakka Inti (solsticio de invierno) y el Mara Khallta (comienzo del año).

Es la noche mas larga del año, que precede al día del inicio del año nuevo, se reúne el pueblo andino en varios sitios ceremoniales, como en el Kalasasaya en Tiwanaku, en la llamada "Horca del Inca" en Copacabana, en Sacsaguaman, en el Cusco o en el "Torreon" en Machupichu, donde se prepara durante una ceremonia especial dos "mesas" relacionadas a dos ceremonias, la primera, se efectúa a partir de la media noche del 20 de junio, se quema una de esas "mesas", que es para despedir el año que terminaba, también hay la tradición de que se quema todo lo viejo y se despacha todo lo malo que ocurrió ese año.

Posteriormente con la salida de los primeros rayos del sol, se realiza la segunda ceremonia ofrendando la segunda “mesa” preparada la noche anterior, dando la bienvenida al nuevo año, se pide la renovación y la reciprocidad para que el ciclo agrícola y agropecuario que se inicia sea de abundancia y bienestar para todo el pueblo andino, posteriormente durante el día se efectúan fiestas con diferentes grupos de danzarines y comidas comunitarias como el Aptapi.

Durante ese día, las personas se saludan con las siguientes palabras: "Mara jichurxama misturapita" (Al año como ahora vas a salir), la otra persona contesta "Jakawisa Sarnaqawisa Uñakipañani" (Nuestra vida, nuestro caminar miraremos), deseos muy sabios para el nuevo año que se inicia.

Deseamos que este próximo año nuevo andino sea de mucha prosperidad, Paz, Armonia para todos los hermanos del mundo, especialmente para los pueblos originarios de este planeta.

Arqueoastronomia Andina

http://arqueoastronomia.es.tl

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Arqueólogos alemães encontram palácio da rainha de Sabá na Etiópia

Local pode ter abrigado a Arca da Aliança e as tábuas com os Dez Mandamentos.Localização era um dos maiores mistérios da Antigüidade.

Arqueólogos alemães encontraram os restos do palácio da lendária rainha de Sabá na localidade de Axum, na Etiópia, e revelaram assim um dos maiores mistérios da Antigüidade, segundo anunciou a Universidade de Hamburgo. "Um grupo de cientistas sob direção do professor Helmut Ziegert encontrou durante uma pesquisa de campo realizada nesta primavera européia o palácio da rainha de Sabá, datado do século X antes de nossa era, em Axum-Dungur", destaca o comunicado da universidade. A nota diz que "nesse palácio pode ter ficado durante um tempo a Arca da Aliança", onde, segundo fontes históricas e religiosas, foram guardadas as tábuas com os Dez Mandamentos, que Moisés recebeu de Deus no Monte Sinai. Os restos da casa da rainha de Sabá foram achados sob o palácio de um rei cristão. "As investigações revelaram que o primeiro palácio da rainha de Sabá foi transferido pouco após sua construção, e levantado de novo orientado para a estrela Sirius", dizem os cientistas.

Os arqueólogos acreditam que Menelik I, rei da Etiópia e filho da rainha de Sabá e do rei Salomão, foi quem mandou construir o palácio em seu lugar definitivo.Os arqueólogos alemães disseram que havia um altar no palácio, onde provavelmente ficou a Arca da Aliança, que, segundo a tradição, era um cofre de madeira de acácia recoberto de ouro.As várias oferendas que os cientistas alemães encontraram no lugar onde provavelmente ficava o altar foram interpretadas pelos pesquisadores como um claro sinal de que a relevância especial do lugar foi transmitida ao longo dos séculos.

A equipe do professor Ziegert estuda desde 1999, em Axum, a história do início do reino da Etiópia e da Igreja Ortodoxa Etíope."Os resultados atuais indicam que, com a Arca da Aliança e o judaísmo, chegou à Etiópia o culto a Sothis, que foi mantido até o século VI de nossa era", afirmam os arqueólogos. O culto, relacionado à deusa egípcia Sopdet e à estrela Sirius, trazia a mensagem de que "todos os edifícios de culto fossem orientados para o nascimento da constelação", explica a nota.O comunicado também diz que "os restos achados de sacrifícios de vacas também são uma característica" do culto a Sirius praticado pelos descendentes da rainha de Sabá.

Da EFE

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Arqueólogos encontram tesouros da Era dos Descobrimentos no fundo do mar


Arqueólogo mostra moeda de ouro espanhola, três moedas de prata portuguesas e um instrumento de latão (Foto: AP)


Navio afundado tem canhões, instrumentos e moedas de ouro portuguesas e espanholas.Cientistas acreditam que expedição era contemporânea de Colombo e Vasco da Gama.


Com informações da AP
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