Técnica que aumenta alcance das lanças foi desenvolvida há 71 mil anos.
Pesquisa também constatou que técnica era passada entre gerações.
Lanças desenvolvidas com a 'tecnologia avançada'
de 71 mil anos atrás
(Foto: Benjamin Schoville/Divulgação)
Uma equipe internacional de cientistas encontrou na África do Sul
vestígios de uma “tecnologia avançada”, desenvolvida 71 mil anos atrás,
que teria revolucionado a produção de armas dos homens pré-históricos.
As lâminas de pedra eram tratadas no fogo de forma que ficavam mais
finas e afiadas. Essas lâminas tinham também uma parte cega, que era
presa a um pedaço de madeira ou de osso. Com isso, as lanças se tornavam
projéteis, que podiam ser atirados com arcos ou propulsores – objetos
longos que multiplicam a força do braço para o arremesso.
Com essa tecnologia, esses seres humanos passaram a caçar melhor, pois
podiam atingir o animal de uma distância maior, sem correr riscos. Além
disso, adquiriram uma vantagem sobre tribos rivais. Os autores
acreditam, inclusive, que o domínio da tecnologia possa ter sido um
fator importante para que a espécie prevalecesse sobre outros
hominídeos, como o homem de Neandertal.
Pesquisas anteriores apontavam que a tecnologia teria surgido por volta
de 60 mil anos atrás, mas que teria desaparecido nas gerações seguintes
e sido reinventada mais recentemente. O atual estudo desmente essa
hipótese, e mostra que a técnica foi repetida ao longo de milhares de
anos, uma prova de que ela foi passada de pais para filhos.
Os resultados da pesquisa foram publicados pela versão online revista
científica “Nature”. O trabalho foi liderado por Curtis Marean, da
Universidade do Estado do Arizona, nos EUA, e teve a participação de
especialistas da África do Sul, da Austrália e da Grécia.
Lâminas eram tratadas com fogo
(Foto: Simen Oestmo/Divulgação)
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