13/08/2012 16h02
- Atualizado em
13/08/2012 18h33
Indivíduos da cultura Chinchorro viveram no Chile e Peru há 5 mil anos.
Aridez do deserto e tecnologias da época podem ter favorecido processo.
Cientistas chilenos dizem que corpos mumificados achados no deserto do
Atacama, no norte do país, foram preservados pela ação do clima.
Os resultados estão publicados na edição desta semana da revista
americana "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS).
Desde 1917 foram descobertos, em bom estado de conservação, vários
indivíduos da cultura Chinchorro, formada por pescadores e coletores que
também viviam no sul do Peru, há 5 mil anos. Isso significa que essas
múmias são 2 mil anos anteriores às egípcias.
Corpo mumificado é descoberto no deserto do Atacama, no norte do Chile
(Foto: Bernardo Arriaza)
Agora, os pesquisadores atribuem esse fato ao clima árido do Atacama – o
deserto mais seco do mundo –, o que teria dificultado o processo de
decomposição dos cadáveres.
O cientista Pablo Marquet e colegas da Pontifícia Universidade Católica
do Chile também não descartam a possibilidade de que o próprio povo
Chinchorro tenha mumificado seus mortos. Isso porque, na época em que
eles viveram, havia uma maior disponibilidade de água doce e marinha, o
que teria resultando em um crescimento populacional e em inovações
culturais e tecnológicas suficientemente avançadas para preservar os
corpos.
Múmia da cultura Chincorro é de uma mulher com peruca de cabelos humanos
(Foto: Bernardo Arriaza)
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