segunda-feira, 21 de junho de 2010

Nem cinzas, nem gases: onda de calor de até 600 graus foi o que destruiu a vida em Pompéia



Foto: Soprintendenza Speciale per i Beni Archeologici di Napoli e Pompei
Pesquisadores italianos revelam que os moradores de Pompéia, durante erupção do Vesuvio,
morreram por causa de uma onda de calor que atingiu 600 graus.

 Uma onda de calor – com temperaturas que atingiram 600 graus – foi a causa determinante da morte, instantância dos moradores de Pompéia, durante a erupção do Vesuvio, em 79 DC, e não a asfixia por cinzas, após uma longa agonia, ou gases venenosos, como se supunha até agora. A conclusão é de um estudo interdisciplinar realizado por pesquisadores do Osservatorio Vesuviano-Ingv e biólogos da Universidade Frederico II, de Nápoles, publicado na revista científica PLoS ONE

As novas descobertas – que revelaram a passagem pela região atingida de uma nuvem brilhante, de baixa concentração de cinzas, mas muito espassa, capaz de reter o calor mesmo a muitos quilômetros de distância do vulcão - não são importantes apenas para esclarecer a tragédia ocorrida há tanto tempo. Como explicam os autores do estudo – Giuseppe Mastrolorenzo, Lucia Pappalardo , Pierpaolo Petrone e Fabio Guarino -, no caso de uma futura erupção, o risco para a vida humana pode ser estendido a distâncias superiores a 15 quilômetros do vulcão, área até agora considerada segura. Na verdade, observam, os novos dados apontam para a inadequação dos atuais planos de emergência e a importância de se ampliar a zona de risco.

- Nossos resultados – acentuam - mostram que a exposição a pelo menos 250 ° C, a uma distância de 10 quilômetros a partir da vazão, foi suficiente para causar morte instantânea, mesmo às pessoas abrigadas em prédios.

Para chegar às conclusões, entre outras ações, os pesquisadores analisaram a composição e a consistência das cinzas e simularam o avanço na nuvem quente. Avaliaram a posição em que as vítimas foram encontradas e as alterações súbitas sofridas nos ossos. O resultado evidenciado pela situação em que as vítimas foram encontradas indicou que morreram em um átimo, sem esboçar qualquer reação. Uma mulher, com uma criança no braço, ou um homem encontrado morto no que era o banheiro da época, são exemplos claros.

O estudo demonstrou que os restos, tantos dos humanos quanto dos animais, apresentavam características de exposição a temperaturas altíssimas, o que foi confirmado pela análise da alteração súbita do DNA e dos experimentos realizados nos ossos dos animais.

Redação revista eletrônica Oriundi
http://www.oriundi.net/

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