Exposição no Museu Goeldi revela interpretações dos principais registros arqueoastronômicos do Brasil
Quem visitar a mais nova exposição montada na Rocinha do Museu Goeldi vai conhecer o céu a partir da perspectiva das sociedades antigas. “Olhando o Céu da Pré-História: Registros Arqueoastronômicos no Brasil” é a exposição que o Museu Paraense Emílio Goeldi inaugura na sexta-feira, dia 29 de agosto, em Belém (PA). A mostra apresenta contribuições da Arqueoastronomia na análise de vestígios arqueológicos, com motivos astronômicos, encontrados no país.
Área de cooperação científica entre a Arqueologia e a Astronomia, a Arqueoastronomia busca estudar o conhecimento dos povos antigos sobre o movimento dos corpos celestes e sua influência na vida das populações a partir de vestígios com motivos astronômicos encontrados em escavações arqueológicas e na arte rupestre.
No Brasil, a Arqueoastronomia se vale principalmente da arte rupestre – pinturas e gravuras pré-históricas deixadas em rochas, feitas com instrumentos (espátulas, pincéis, cinzéis) e tintas de origem orgânica ou mineral. São vários os sítios arqueológicos de arte rupestre que apresentam motivos possivelmente astronômicos, como Monte Alegre (Pará), Xambioá (Tocantins), Pedra do Ingá (Paraíba), Central e Xique-Xique (Bahia), Vale do Cochá e Varzelândia (Minas Gerais), entre outros.
“Imagens com motivos astronômicos são encontradas em diferentes regiões do país”, explica a arqueóloga do Museu Goeldi, Maura Imazio, uma das curadoras da exposição. Daí, o objetivo da mostra de apresentar, para o público, a interpretação dos astrônomos para esses vestígios arqueológicos que revelam parte do conhecimento astronômico das sociedades humanas que habitaram diferentes regiões do país há milhares de anos.
Dividida em módulos com fotos e desenhos, a exposição inicia informando o visitante, sobre noções de Arqueologia e Astronomia para, em seguida, apresentar a contribuição da Etnoastronomia – ciência que estuda o conhecimento astronômico das sociedades atuais – para a Arqueoastronomia, bem como visões do céu em diferentes culturas. O módulo seguinte exibe os registros arqueológicos, como pintura e gravura rupestres coletados por diversos pesquisadores brasileiros. Por fim, são apresentados os trabalhos de Arqueoastronomia que foram realizados até então e as perspectivas futuras.
Mitos e constelações – Um dos destaques da exposição é uma sala escura que, além de transmitir noções de Arqueologia – ciência que estuda os vestígios deixados pelas sociedades antigas –, busca aguçar os sentidos dos visitantes ao recriar o ambiente de uma caverna com vestígios arqueológicos, para mostrar como é realizado o trabalho de campo do arqueólogo.
Já na seção da Etnoastronomia, a mostra revela interpretações astronômicas de diferentes culturas, como a dos Ticuna, grupo indígena com 40 mil habitantes do Alto Rio Solimões, na região da fronteira com a Colômbia e o Peru, que orientam sua vida em torno de ciclos de cultivo e colheita regidos pelas constelações. “Queremos mostrar que diferentes culturas observam o céu de diferentes maneiras”, explica Maura Imazio, que é doutora em Arqueologia pela Universidade de São Paulo (USP). Segundo a curadora, a astronomia indígena é um importante referencial para o estudo do conhecimento astronômico das sociedades antigas e para o esclarecimento de questões arqueoastronômicas.
Além de relacionarem as constelações com seus mitos, como a briga entre a onça e o tamanduá que ocorre no verão, os Ticuna também interpretam a sazonalidade das chuvas a partir do movimento das estrelas. Assim, a chegada da estação chuvosa coincide com a ascensão da constelação de Baweta, a Tartaruga – que corresponde aproximadamente à constelação ocidental de Perseu, mais o aglomerado das Plêiades, e aparece no céu a leste, no final de novembro.
A mostra “Olhando o céu da Pré-História” é um projeto do Museu de Astronomia e Ciências Afins (RJ), com a parceria institucional do Museu Goeldi e do Instituto de Arqueologia Brasileira (RJ), e a colaboração de pesquisadores do Observatório do Valongo (RJ), do Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro, do Setor de Arqueologia da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade Federal do Paraná. Organizada pelas arqueólogas Cíntia Jalles, do MAST, e Maura Imazio, do Goeldi, a exposição foi exibida pela primeira vez em 2004 no MAST, no Rio de Janeiro. Em Belém, a mostra poderá ser visitada no Museu Goeldi até final de janeiro de 2009.
Serviço:
- Abertura da exposição “Olhando o Céu da Pré-História: Registros Arqueoastronômicos no Brasil”
Dia 29 de agosto, sexta-feira, às 16 horas, na Rocinha, localizada no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, na Avenida Magalhães Barata, 376, Belém (PA).
- Apresentação da Exposição à imprensa e entrevista coletiva com a curadora, a arqueóloga Maura Imazio, do Museu Goeldi
Dia 29 de agosto, sexta-feira, às 10 horas, na Rocinha, localizada no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, na Avenida Magalhães Barata, 376, Belém (PA).
Texto e fotos: Maria Lúcia Morais, Agência Museu Goeldi.
Lucimary Vargas
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