Reconstrução da cabeça do animal, com fóssil original e peixes que viveram na mesma região há 365 milhões de anos (Foto: Philip Renne e Per Ahlberg/Divulgação)
Uma equipe da Suécia desenterrou, na Letônia, fósseis do mais primitivo quadrúpede já encontrado. A descoberta ajuda a explicar como foi o processo que levou os peixes a saírem da água e evoluírem para espécies que dominaram a superfície terrestre com quatro membros, como répteis, aves e mamíferos. O material, de 365 milhões de anos, é composto de um crânio, ombros e parte da pelve do animal aquático, batizado de Ventastega curonica. A descrição foi feita na nova edição da revista científica "Nature".
Segundo o grupo de pesquisadores, o Ventastega provavelmente nadava em águas salobras e relativamente rasas, media entre 0,9 e 1,2 metro e se alimentava de peixes. Seus quatro membros deviam ser pequenos e grossos, com "dedos" em número não determinado. A dedução foi feita com base no formato dos fósseis encontrados.
"À distância, podia lembrar um jacaré pequeno. Mas, de perto, era possível notar sua barbatana dorsal", descreve o principal autor do trabalho, o professor de biologia evolutiva Per Ahlberg, da Universidade de Uppsala (Suécia). "Imagino que seria um animal que podia se deslocar sobre bancos de areia sem nenhuma dificuldade. Talvez tenha morrido ao ficar preso ao caçar peixes em águas muito rasas."
O Ventastega viveu 100 milhões de anos antes dos primeiros dinossauros. Ele não vingou - os cientistas não acreditam que outros quadrúpedes tenham evoluído dele -, mas indica como seria tal ser intermediário. "No período havia muitas criaturas em distintos graus de evolução", explica Ahlberg. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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