quinta-feira, 26 de junho de 2008

Grupo acha fóssil de peixe de quatro patas na Letônia

Animal viveu há 365 milhões, durante diversificação dos vertebrados com membros.Parecido com jacaré pequeno, bicho passava quase todo o tempo na água.



Reconstrução da cabeça do animal, com fóssil original e peixes que viveram na mesma região há 365 milhões de anos (Foto: Philip Renne e Per Ahlberg/Divulgação)
Uma equipe da Suécia desenterrou, na Letônia, fósseis do mais primitivo quadrúpede já encontrado. A descoberta ajuda a explicar como foi o processo que levou os peixes a saírem da água e evoluírem para espécies que dominaram a superfície terrestre com quatro membros, como répteis, aves e mamíferos. O material, de 365 milhões de anos, é composto de um crânio, ombros e parte da pelve do animal aquático, batizado de Ventastega curonica. A descrição foi feita na nova edição da revista científica "Nature".

Segundo o grupo de pesquisadores, o Ventastega provavelmente nadava em águas salobras e relativamente rasas, media entre 0,9 e 1,2 metro e se alimentava de peixes. Seus quatro membros deviam ser pequenos e grossos, com "dedos" em número não determinado. A dedução foi feita com base no formato dos fósseis encontrados.

"À distância, podia lembrar um jacaré pequeno. Mas, de perto, era possível notar sua barbatana dorsal", descreve o principal autor do trabalho, o professor de biologia evolutiva Per Ahlberg, da Universidade de Uppsala (Suécia). "Imagino que seria um animal que podia se deslocar sobre bancos de areia sem nenhuma dificuldade. Talvez tenha morrido ao ficar preso ao caçar peixes em águas muito rasas."

O Ventastega viveu 100 milhões de anos antes dos primeiros dinossauros. Ele não vingou - os cientistas não acreditam que outros quadrúpedes tenham evoluído dele -, mas indica como seria tal ser intermediário. "No período havia muitas criaturas em distintos graus de evolução", explica Ahlberg. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

Paris é 3.000 anos mais 'velha' do que se pensava, afirmam arqueólogos

Ocupação da capital francesa por caçadores dataria do Mesolítico, há cerca de 10 mil anos.Pontas de flecha indicam presença humana; vila gaulesa acabou originando cidade.
A ocupação humana mais antiga na Cidade Luz e capital dos franceses tem quase 10 mil anos de idade, afirma um novo estudo. Após escavações durante obras a cerca de 1,5 km da Torre Eiffel, pesquisadores desenterraram artefatos do Mesolítico (o período intermediário entre o fim da Era do Gelo e a invenção da agricultura) em Paris.

A região escavada por Bénédicte Souffi tem mais ou menos o tamanho de um campo de futebol, informa o jornal britânico "The Independent". Os achados são basicamente pontas de flecha da pedra, típicas do Mesolítico, e pedaços de ossos de animais. O local era usado, há quase 10 mil anos, para finalizar as pontas de flecha feitas a partir de seixos que o rio Sena levava até o local. Após a conclusão das escavações, o sítio arqueológico dará lugar a um centro de reciclagem de lixo planejado pelo governo francês. Segundo o "Independent", os achados arqueológicos mais antigos em Paris antes da descoberta tinham 7.500 anos e correspondiam a um vilarejo de pescadores e caçadores em Bercy, perto da estação de trem Gare de Lyon. O novo sítio pode ter sido utilizado até a Idade do Ferro, por volta do ano 800 a.C. Na época em que a Gália (atual França) foi conquistada pelos romanos, no ano 50 a.C., a região era ocupada pela tribo gaulesa dos parisii. Mais tarde, Roma fundou no local a cidade de Lutécia.
Globo on line

terça-feira, 24 de junho de 2008

Eclipse do Sol pode revelar data da 'Odisséia' de Homero, dizem astrônomos


Ulisses e seus homens são atacados pelas Sereias -- que, nessa versão do mito, têm corpo de ave -- em pintura do século 19 (Foto: Reprodução)


Em 16 de abril do ano 1178 antes de Cristo, depois de passar quase duas décadas lutando em terras estrangeiras e vagando pelos mares, um rei chamado Odisseu (ou Ulisses, como seria mais conhecido) finalmente voltou para casa. Ao lado de seu jovem filho, massacrou os nobres que estavam tentando usurpar seu trono e pôde passar uma longa noite de amor com a esposa, Penélope. A descrição do que aconteceu naquele dia é do poeta grego Homero, no épico "A Odisséia", mas a data incrivelmente precisa para o retorno de Odisseu/Ulisses está sendo proposta por uma dupla de astrônomos. Eles dizem que há uma correlação surpreendente entre a história narrada por Homero e um eclipse do Sol espetacular em 1178 a.C.


A tese, aparentemente amalucada mas indiscutivelmente fascinante, está sendo apresentada por Constantino Baikouzis, do Observatório Astronômico de La Plata (Argentina), e Marcelo Magnasco, da Universidade Rockefeller (EUA), na edição desta semana da revista científica americana "PNAS". Se a dupla estiver correta (e até os dois admitem que a idéia é um tanto mirabolante), seria possível até datar o fim da guerra de Tróia com precisão: os troianos teriam sido derrotados pelos gregos em 1188 a.C., uma vez que o herói levou dez anos para voltar para casa.

Verdade seja dita, Baikouzis e Magnasco não tiraram a hipótese da cartola. A idéia de que a volta para casa do grego Odisseu (também chamado pelo nome latino Ulisses) foi acompanhada de um eclipse solar total foi levantada pela primeira vez nos anos 1920. Na época, pesquisadores associaram o eclipse que aconteceu ao meio-dia de 16 de abril de 1178 a.C. a uma descrição poética num dos versos da "Odisséia".

O contexto da descrição é uma espécie de profecia agourenta feita pelo vidente Teoclímeno. O adivinho faz a previsão para os nobres de Ítaca (a ilha governada por Odisseu) que estão cortejando há anos a fiel esposa do guerreiro grego. Embora Odisseu esteja fora de casa há quase 20 anos, Penélope acha que ele ainda está vivo, e fica enrolando os pretendentes. Teoclímeno, o vidente, diz aos nobres de Ítaca que a coisa logo ficará feia para o lado deles: "O Sol foi exterminado do céu, e uma escuridão agourenta invade o mundo".

Licença poética?
Os antigos defensores da tese de um eclipse real viram justamente essa descrição como uma referência ao evento celeste. E propuseram a data de 16 de abril de 1178 a.C. por ser o único eclipse total do Sol visível na costa oeste da Grécia (região onde ficava o reino de Ítaca) por volta da época tradicionalmente associada com a guerra de Tróia, ou seja, o fim do século 13 a.C. Muita gente, no entanto, criticava essa posição, avaliando que a profecia de Teoclímeno era apenas uma referência poética à morte dos pretendentes.

No entanto, Baikouzis e Magnasco decidiram fazer uma análise mais detalhada, levando em conta todas as indicações astronômicas e de calendário na "Odisséia", em especial nos dias do poema que antecedem a chegada de Odisseu a Ítaca. O interessante é que, com base nos versos de Homero, é possível traçar uma cronologia da jornada do herói pelo Mediterrâneo.

Contando os dias que levam para a viagem de Odisseu e associando-os a dados astronômicos, dá para estimar quando a jornada teria acontecido. Ao navegar rumo a Ítaca saindo da ilha de Ogígia, lar de sua amante, a bela ninfa Calipso, Odisseu se guia pelas estrelas, de olho em três constelações: as Plêiades, o Boieiro e a Ursa Maior. O poeta também diz que a constelação do Boieiro "se põe tarde" no céu -- o que significa que a partida da ilha de Ogígia aconteceu em março.

Outras indicações envolvem a chegada do herói a Ítaca durante uma lua nova e, o que é mais duvidoso, uma inversão aparente no movimento do planeta Mercúrio. (Nesse último caso, os astrônomos acreditam que uma menção a uma viagem do deus Hermes, equivalente a Mercúrio entre os gregos, pode ser interpretada como uma alegoria do movimento do planeta.)
Globo on line

De tirar o fôlego
Por coincidência ou não, quando os pesquisadores computaram todos esses dados e rodaram programas de computador capazes de simular o céu da época de Ulisses, a data fatídica reapareceu: 16 de abril de 1178 a.C. Se eles estiverem corretos, Odisseu presenciou um espetáculo raro da natureza: nesse eclipse, todos os planetas visíveis a olho nu (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno), a Lua e o Sol eclipsado seriam vistos juntos no céu.

Os cálculos dos pesquisadores parecem bater perfeitamente, mas é claro que uma série de problemas ainda têm de ser resolvidos para provar a hipótese. O mais sério de todos é saber como o dado preciso da data chegou a Homero. Afinal, acredita-se que o poeta tenha vivido uns 400 anos depois dos eventos narrados na Odisséia -- se é que esses eventos aconteceram mesmo.

Descoberta no México cidade maia de 2,3 mil anos


Arqueólogos mexicanos anunciaram a descoberta de uma antiga cidade maia no povoado de San Diego Buenavista, sul do Estado de Yucatán, que poderia ter mais de 2,3 mil anos. Segundo os arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), a cidade foi localizada durante trabalhos de sondagem arqueológica realizados antes da construção de uma estrada na região.

As ruínas foram encontradas em meados deste ano e, depois de analisar o material encontrado, os arqueólogos chegaram à conclusão de que se trata da metrópole maia mais antiga de Yucatán. O Estado já abriga ruínas pré-colombianas (anteriores à chegada de Cristóvão Colombo às Américas, em 1492) famosas que atraem muitos turistas como Uxmal e Chichén Itzá.Os arqueólogos conseguiram recuperar cerca de 50 peças no local, inclusive vasilhas, rochas e minerais esculpidos para diversos usos.

"Encontramos oficinas onde provavelmente trabalharam com uma espécie de quartzo muito comum nesta região e também (encontramos) muitos túmulos tanto de crianças quanto de adultos - todos com oferendas funerárias", afirmou Thelma Sierra, especialista do INAH."Também encontramos despojos humanos queimados dentro de um buraco, no que possivelmente foi uma cerimônia fúnebre realizada neste local", afirmou.

O material descoberto, dizem os arqueólogos, indica que se tratou de uma metrópole muito importante que pode ter estado estreitamente vinculada a outras cidades tanto em Yucatán quanto no que é hoje a Guatemala.


BBC
Imagem arquivo

Egípcios tentam recriar a música dos faraós


Um grupo de arqueólogos e musicólogos egípcios tenta recriar, com base em hieróglifos antigos, a música que era ouvida nos tempos em que os faraós governavam o Egito. Apesar de existirem várias imagens de músicos e instrumentos e menções de canções registradas em pedras ou papiros, os antigos egípcios não deixaram indicações que dessem pistas sobre a notação das músicas. "A idéia é promover uma cooperação entre pesquisadores para tentar chegar ao som que era feito há milênios", afirma Abdel Halim Nureldin, professor de arqueologia e ex-chefe do Conselho de Antiguidades do país, que coordena o projeto. "Eles vão usar como base os hieróglifos e os movimentos mostrados nas imagens. Arqueólogos vão interpretar os textos para musicistas para tentar chegar juntos a uma conclusão", diz Nureldin.

O projeto é de responsabilidade da Universidade de Helwan, no Cairo, que há três anos já tem um curso de música antiga, que busca mostrar como as canções eram parte cotidiana da vida egípcia. "Temos evidências de que havia música em todos os aspectos da vida egípcia, em todas as classes sociais", afirma Nureldin. "Homens, mulheres e crianças podiam ser músicos. Existem vários registros de pessoas tocando com os olhos vendados para aprimorar a técnica." O arqueólogo afirma que existiam canções religiosas, nacionalistas, militares ou que retratavam situações do cotidiano.

Elas eram tocadas em instrumentos de corda, sopro e percussão. "Produzimos alguns instrumentos, mas ainda não sabemos com toda certeza os sons que eles têm, se estão sendo tocados da mesma forma que eram há milênios", diz Nureldin. "Acreditamos que as músicas tenham sido transmitidas por tradição oral, mas a ideía de que venhamos descobrir notações musicais não pode ser descartada.""Afinal foi esse povo que criou as primeiras letras e a escrita", afirma o arqueólogo.

Da BBC

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Palácio asteca é descoberto no México


Ruínas de um palácio que teria sido residência do imperador asteca Montezuma foram descobertas no centro da Cidade do México.

Arqueólogos mexicanos afirmaram nesta semana que as ruínas eram de um quarto usado por Montezuma para meditar e estavam sob um prédio colonial.

Acredita-se que o palácio de Montezuma, conhecido como Casas Nuevas, era composto por cinco prédios interligados: escritório, quartos de crianças e de várias esposas e até um zoológico. O quarto com piso de basalto pertenceria à Casa Denegrida, ou Casa Negra, que foi descrito pelos conquistadores espanhóis como um quarto sem janelas todo pintado de preto. Montezuma usaria o quarto para refletir sobre os presságios de adivinhos.

As construções astecas foram arrasadas pelos espanhóis, que construíram a Cidade do México sobre as ruínas. Há muito já se acreditava que o Palácio de Montezuma ficasse nas proximidades do Palácio Nacional mexicano."É mais uma pequena peça do quebra-cabeça", diz a arqueóloga Elsa Hernández. "Esperamos encontrar muito mais peças do quebra-cabeças."

Montezuma era o imperador asteca na época da invasão espanhola comandada por Hernan Cortes, em 1519. Ele foi capturado pelos espanhóis e morreu no ano seguinte.

Da BBC
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