sábado, 14 de abril de 2018

Pedras fundamentais de Stonehenge estavam lá antes da Humanidade existir

Segundo arqueólogo, a localização do monumento não foi escolhida ao acaso, mas por um fenômeno naquela posição específica.


Feito em algum ponto entre 5 mil e 4 mil anos atrás, Stonehenge é desses lugares com uma aura de mistério. Como pedras de até 50 toneladas foram carregadas para lá, de uma pedreira a 30 km de distância, como foram empilhadas e por quê?
Essas perguntas tem respostas hipotéticas (veja ao final). Mas uma outra acaba de ser respondida a contento: por que foi feito onde foi? E não, digamos, convenientemente perto das pedreiras?
O arqueológo independente Mike Pitts, que fez extensas escavações no local no fim dos anos 70, acaba de publicar um estudo que, acredita, responde a isso. Numa longa matéria no Journal of British Archaeology("Journal de Arqueologia Britâniica), argumenta  que as partes mais fundamentais de Stonhenge sempre estiveram lá. 
Ao lado das chamadas Pedra do Calcanhar e a Pedra 16, havia indícios de covas naturais. O que, segundo ele, indica o local onde as pedras estavam originalmente, por possivelmente muitos milhões de anos. Elas simplesmente foram escavadas e levantadas numa nova posição. 
As duas pedras projetam uma sombra alinhada ao centro do monumento nos solstícios de verão e inverno. Como essas sombras parecem ter sido absolutamente fundamentais no funcionamento do monumento, a ideia é que as pessoas do neolítico notaram isso, as tornaram um ponto de reverência, e o monumento surgiu em volta delas. A Pedra do Calcanhar, inclusive, não foi trabalhada, mas mantida ao natural.
Pitts afirma que não tem certeza absoluta de que sejam essas duas pedras as que estavam nas covas — testes químicos serão necessários para provar que elas não vieram da mesma pedreira que as outras, ou que não há outras pedras originais. Mas se mantém firme na teoria de que já havia algo no local de Stonehenge antes de Stonehenge. 
"Nada disso quer dizer que Stonehenge é uma criação mesolítica, de caçadores-coletores, e não povos agrícolas", afirma Pitts em seu blog. "Stonehenge em si continua, pelas evidências atuais, sendo algo que começou por volta do ano 3000 a.C. O que estou sugerindo é que, quando isso aconteceu, o local já estava atraindo as pessoas por provavelmente uma variedade de razões."
Assim como as pirâmides, Stonehenge não é um mistério tão grande assim. Testes práticos confirmaram algumas hipóteses principais, de que era possível, sim, fazê-lo com tecnologia neolítica. O mais aceito é que as pedras foram levadas com trenós ou troncos, empilhadas através de cordas, hastes e rampas, e o local era um templo com significado astronômico ligado ao solstício de inverno — um sentido que, de acordo com uma teoria mais recente, pode ser até sexual.
Na ilustração do arqueólogo, a Pedra do Calcanhar (heelstone) aparece no canto superior direito, a Pedra 16 (Stone 16), no inferior esquerdo. Borrões vermelhos indicam as covas Mike Pitts

Fábio Marton

Mais de 50 geoglifos são descobertos em deserto de Nazca, no Peru

Com drones e imagens de satélite, arqueólogos peruanos descobriram mais de meia centena de misteriosas linhas e geoglifos no deserto de Nazca, Peru, com mais de 2000 anos de antiguidade.

"Identificamos novos geoglifos, no total estamos falando de uns 15 a 20 grupos de figuras, que se identificamos individualmente estamos falando de entre 50 e 60 figuras novas", disse à AFP o arqueólogo Johny Isla, um dos responsáveis pela descoberta, junto com seu colega Luis Jaime Castillo.

As novas linhas teriam sido traçadas antes das famosas linhas de Nazca e estão situadas nas colinas que circundam os valles de Palpa, longe de onde estão localizadas as de Nazca mas na mesma região costeira de Ica, sul do Peru.

A descoberta compreende figuras humanas, aves e felinos, que com o passar do tempo e os ventos na zona se tornaram imperceptíveis para o olho humano no nível da superfície.
"Estes geoglifos são mais antigos que os da cultura Nazca. Pertencem às culturas Paracas e Topará, que são bastante desconhecidas", afirmou Isla.
A descoberta foi publicada na última edição da revista National Geographic.

"A maioria destas figuras é de guerreiros", afirmou Castillo, partidário do uso de drones para tarefas arqueológicas, citado na revista.
"Estes podiam ser vistos a partir de certa distância, de modo que as pessoas os haviam visto, mas com o tempo ficaram completamente apagados", acrescentou.
Segundo os pesquisadores peruanos, que contaram com o apoio de colegas americanos do projeto GlobalXplorer, algumas das imagens descobertas poderiam remontar a um período que abarca entre os anos 500 a 200 antes da era cristã. Os arqueólogos estão convencidos, no entanto, de que os geoglifos foram feitos durante a civilização da cultura Nazca, cujos habitantes ocuparam a zona do anos 200 ao 700 da era cristã.
As famosas linhas de Nazca, reconhecidas como Patrimônio da Humanidade, são geoglifos de mais de 2.000 anos de antiguidade com figuras geométricas e de animais, que só podem ser apreciadas a partir do céu. Seu significado real é um enigma: alguns pesquisadores as consideram um observatório astronômico, outros um calendário.

AFP/WWW.GLOBO.COM
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