sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pinturas pré-históricas em caverna são de crianças de '3 a 7 anos'

Da BBC -  Pinturas pré-históricas encontradas em uma caverna na França foram feitas por crianças pequenas, com idades entre três e sete anos, apontam pesquisas recentes.

São sulcos feitos com os dedos, que resultam em desenhos de mamutes e outros animais. Eles foram descobertos na chamada Caverna dos Cem Mamutes, em Rouffignac, e datam de cerca de 13 mil anos atrás.

Os sulcos parecem ter sido feitos por dedos pequenos, de crianças, que passavam as mãos na superfície macia das paredes da caverna.

Marcas em cavernas na França foram feitas por crianças de 3 a 7 anos.
  (Foto: PA / via BBC)


Pesquisadores da Universidade de Cambridge agora afirmam terem conseguido identificar a idade e o sexo dos jovens artistas das cavernas.

"Os sulcos feitos por crianças aparecem em todas as partes da caverna", diz a arqueóloga Jess Cooney, da Universidade de Cambridge, que comandou as pesquisas ao lado de Leslie Van Gelder, da Universidade Walden (EUA).

"Encontramos marcas de crianças de três a sete anos - e conseguimos identificar (os desenhos de) quatro crianças específicas ao comparar suas marcas."

Segundo ela, a criança mais prolífica no desenho de gravuras tinha ao redor de cinco anos. 'E temos quase certeza de que essa criança era uma menina.'

"Lugar especial"
A cada ano, milhares de pessoas visitam a caverna, na região de Dordogne (oeste da França), para admirar os desenhos de mamutes, cavalos e rinocerontes, nas paredes dos 8 km de caverna que foram descobertas no século 16.

Mas só em 1956 é que os especialistas perceberam que alguns dos desenhos eram pré-históricos. Depois, em 2006, notaram que as pinturas haviam sido feitas por crianças, com seus dedos.

Diferentemente de rabiscos também encontrados na caverna, as pinturas não continham pigmentos de tinta.

"Uma caverna é tão rica em sulcos feitos com (dedos de) crianças que parece ter sido um lugar especial para elas. Mas é impossível saber se (a prática) era para brincar ou parte de um ritual", diz Cooney.

Pinturas feitas com sulcos de dedos também já foram encontradas em cavernas na Espanha, na Nova Guiné e na Austrália.

"Não sabemos porque as pessoas as faziam", agrega Cooney, admitindo que os desenhos podem ser parte de "rituais de iniciação' ou 'simplesmente algo pra ocupar o tempo durante um dia chuvoso".

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Google e Museu de Israel digitalizam manuscritos do Mar Morto

Da EFEO Museu de Israel apresentou nesta segunda-feira (26) em parceria com o Google o projeto de digitalização dos manuscritos do Mar Morto, uma iniciativa que universalizará o conteúdo do testemunho escrito mais antigo dos costumes e práticas da região há 2 mil anos.

O museu divulgou na internet cinco dos seus oito manuscritos escritos em hebraico e aramaico, em um "casamento perfeito" entre tecnologia e história, disse o diretor da instituição, James Snyder.
Manuscritos do Mar Morto foram digitalizados pelo Google (Foto: Divulgação)

Fotografados página por página com uma câmera de alta resolução, os manuscritos foram digitalizados e reconstruídos até que as imagens ganhassem o aspecto original.

"A internet rompeu a barreira que havia entre a informação e as pessoas", explicou Yossi Matias, chefe de pesquisa e desenvolvimento do Google Israel, que destacou a importância de "universalizar" este tipo de conteúdo.

Por enquanto, o Google só traduziu o manuscrito principal, atribuído a Isaias, para o inglês, mas está prevista também a tradução para o espanhol e outros idiomas, disse o curador dos Manuscritos do Mar Morto, Adolfo Roitman.

Descobertos ocasionalmente por um pastor em 1947 em cavernas localizadas em Qumran, importante sítio arqueológico próximo ao Mar Morto, os textos em pergaminho contêm fragmentos de todos os livros do Velho Testamento, exceto o de Ester, assim como vários apócrifos e escrituras de seitas.

O museu possui oito dos manuscritos, que estão divididos em 30 mil fragmentos, mas ainda existem outros em poder da Autoridade de Antiguidades de Israel e colecionadores particulares.
Texto atribuido a Isaias foi traduzido para o inglês (Foto: Divulgação)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ossada humana é descoberta no México

Cidade do México - A descoberta de uma ossada humana dos séculos XVI e XVII no Centro Histórico de Mérida, na península mexicana de Yucatán, anunciada hoje pode ser prejudicada por uma construtora.

Os investigadores do Instituto Nacional de Antropologia e História localizaram os restos "de maneira fortuita" durante uma escavação do solo que tinha como objetivo, a princípio, implantar estruturas para a recuperação de um trecho da chamada Passagem Revolução.

O sítio arqueológico, localizado entre a Catedral de Mérida e o Ateneo Peninsular, é atualmente ocupado pelo Museu de Arte Contemporânea de Yucatán e, na época colonial, uma capela foi erguida no local.

Os arqueólogos afirmaram que, apesar da importância da descoberta, a empresa construtora encarregada pela obra se negou a informar oficialmente ao governo sobre os achados, o que poderia provocar danos às ossadas pelos efeitos dos raios solares e das intensas chuvas prognosticadas para as próximas horas.

"É lamentável que a construtora Proser se negue a informar sobre a descoberta registrada nesta semana, entre a Catedral e o Museu de Arte Contemporâneo, ao efetuar escavações que, sabemos, precisam da autorização oficial de Yucatán", indicaram os cientistas.

A agência mexicana de notícias Notimex informou que um dos arqueólogos, que preferiu ficar no anonimato, afirmou que os vestígios poderiam ter até 400 anos de idade.

"Pessoas sem conhecimento sobre arqueologia e antropologia vão se encarregar de retirar [as ossadas]", o que, segundo ele, pode levar à perda de "informação valiosa que pode se obter delas", lamentou.

A península de Yucatán é conhecida por seu vasto acervo arqueológico herdado de construções e vestígios da civilização maia.

www.ansa.it/www.ansalatina.com.br

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

BH recebe exposição sobre a Roma antiga e seus imperadores

Do G1 em MG - Belo Horizonte está recebendo uma exposição que conta a história da Roma antiga e seus imperadores. O evento vai ser aberto ao público nesta quarta-feira (21). Segundo os organizadores, este é o maior evento do tipo já realizado no Brasil.
São cerca de 370 peças originais que recontam parte da trajetória de um dos maiores impérios da história. A exposição "Roma, a vida e os imperadores" faz parte do "Momento Itália - Brasil, 2012". A exposição vai até o dia 18 de dezembro na Casa Fiat de Cultura, na Rua Jornalista Djalma Andrade, 1.250, Belvedere. A entrada é gratuita.
Estão expostos esculturas, mosaicos e cerâmicas. Para mais informações acesse o site do evento

Cidade da era romana escapa intacta de bombardeios na Líbia

Da BBC - De frente para o mar Mediterrâneo, Leptis Magna resistiu por dezenas de séculos a guerras, dominações e impérios. Patrimônio Histórico da Humanidade, a cidade também escapou ilesa dos bombardeios que tomaram conta da Líbia nos últimos meses.
O morador Khalifa Ali Hweta diz que o coronel Muammar Kadhafi visitava o local quando ainda era estudante.
Após tomar o poder, em 1969, o líder líbio fechou temporariamente o local, uma das principais atrações turísticas da Líbia.
Os habitantes de Leptis Magnas estão otimistas com a queda de Kadhafi. Eles esperam milhares de turistas visitando o local a cada ano, para conhecer as ruínas.

Cidade da era romana escapa intacta de bombardeios na Líbia
 (Foto: BBC)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Apolo ressurge após 2 mil anos

Por Ernesto Pérez - Roma - Das brumas da história voltou a resplandecer após dois mil anos a figura de Apolo, o Deus do Sol na mitologia romana, em um mosaico de beleza indescritível que foi descoberto recentemente na capital italiana.          Nesse tesouro enterrado, que são os jardins do Colle Oppio - onde se escondem os restos da Domus Aurea, a Casa Dourada de Nero e se erguem os muros majestosos das Termas de Trajano, foi descoberto um mosaico com a figura do Deus.        Um Apolo nu na posição chamada citérea, pela lira que segura no ombro esquerdo coberto por um manto e com uma faixa que lhe atravessa o peito.         Este último adereço, cuja possível utilidade era a de carregar um coldre nas costas, é absolutamente sem precedentes na iconografia tradicional de Apolo e é a figura central de um mosaico de 16 metros de largura, o maior já recuperado em Roma após aquele encontrado na colina do Quirinale.

     Trata-se de um mosaico do primeiro século da Era Cristã, época do apogeu da arte imperial romana, descoberto em uma galeria subterrânea e pertencente a um palácio, que se acredita administrativo ou residência de uma família de altíssimo nível e que foi sepultado pelas fundações das Termas de Trajano.

www.ansa.it/www.italianos.it

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Arqueólogos no Peru fazem uma das maiores descobertas sobre sacrifícios humanos da cultura pré-Inca

Restos de estátuas de barro representando prisioneiros nus sacrificados, encontradas juntamente com guerreiros da cultura Chimu (Museu de Huaca de La Luna, em Trujillo, Peru) Foto: Reuters / Mariana Bazo

Operário restaura imagens no templo de Huaca de la Luna Foto: / Reuters / Mariana Bazo

 
Arqueólogos desenterraram os restos de 42 crianças e 74 camelídeos, parte de um grande sacrifício de uma cerimônia religiosa da cultura pré-Inca Foto: / Reuters / Mariana Bazo


Trata-se da mais importante descoberta relacionada a sacrifícios humanos e de animais da cultura Chimu Foto: / Reuters / Mariana Bazo

 
Estudantes de arquelogia limpam algumas das ossadas das 42 crianças sacrificadas há aproximadamente 800 anos Foto: / Reuters / Mariana Bazo

O sacrifício coletivo de crianças e animais tinha o objetivo de garantir a fertilidade do oceano e da terra Foto: / Reuters / Mariana Bazo


Arqueólogo organiza e cataloga ossos de animais Foto: / Reuters / Mariana Bazo


Pintura em um vaso da cultura pré-Inca mostra um prisioneiro sendo decapitado por um guerreiro Chimu Foto: / Reuters / Mariana Bazo


Esculturas de madeira mostram um prisioneiro sendo conduzido por guerreiros Chimus
Foto: / Reuters / Mariana Bazo

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Arqueólogos encontram em Cabo Frio esqueleto humano feminino de dois mil anos

RIO - Arqueólogos encontraram um esqueleto humano no Sítio Arqueológico Aldeia do Portinho, em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Segundo os especialistas, trata-se de um integrante da população pré-histórica sambaqui, que vivia no litoral brasileiro há milhares de anos. Os pesquisadoras acreditam que o esqueleto tem aproximadamente de dois mil anos.
- É uma mulher, que tem 16 ou 17 anos. Pela cavidade da bacia, tudo indica que tenha tido duas gestações. Ela ainda tem um colar no pescoço - explicou a arqueóloga e historiadora Janne Cordeiro, coordenadora da equipe que está atuando na região.
De acordo com os pesquisadores, a mulher morreu após ser ferida por duas flechadas, uma no tórax e outra na mão esquerda. Além do esqueleto, os arqueólogos acharam no local materiais em pedra, quartzos, fragmentos de peças em cerâmica, ossadas de mamíferos e estacas de cabanas.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/09/10/arqueologos-encontram-em-cabo-frio-esqueleto-humano-feminino-de-dois-mil-anos-925330557.asp#ixzz1XjSv4Z6E
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domingo, 11 de setembro de 2011

Padeiros de letras


Johann Gutenberg (1398-1468), o artesão alemão a quem sempre se atribuiu o título de pai da moderna tipografia, pode ter que dividir a paternidade da invenção que revolucionou a disseminação do conhecimento. Com base na descoberta de fragmentos de cerâmica com letras impressas em alto relevo numa escavação nas proximidades da Catedral de Aachen, na Alemanha, o historiador Gerald Volker Grimm sustenta que Gutenberg não teria sido o pioneiro na impressão com tipos móveis.
A criação de moldes para a impressão de letras foi, provavelmente, desenvolvida originalmente por outras pessoas pelo menos meio século antes. Como revelam os estudos de Grimm e sua equipe do Instituto de História da Arte e Arqueologia da Universidade de Bonn, não houve um único inventor. O mais provável é que o desenvolvimento da moderna tipografia tenha sido um processo mais lento e gradual, envolvendo diversas pessoas.
Analisando as letras em alto relevo presentes nos fragmentos de cerâmica encontrados, Grimm concluiu que foram artesãos de Aachen e Worms os primeiros a produzir os moldes móveis de letras para decorar imagens de santos.
Segundo Grimm, Gutenberg teria visto os caracteres móveis para impressão pela primeira vez numa visita que fez a Aachen, em 1439 - ano em que, se acredita, Gutenberg teria criado os tipos móveis.
Segundo o historiador, na região de Aachen, a cidade de Carlos Magno, muitos padeiros eram também artesãos que confeccionavam, em fôrmas, relevos para a produção de imagens de santos para as igrejas. Já a partir do século XII os chamados "padeiros de imagens" (bilderbäcker, em alemão) começaram a confeccionar também caracteres móveis, supõe o cientista. Há indícios também de que os padeiros de Worms tenham começado a usar caracteres móveis muito antes.
Em um dos relevos encontrados em Aachen, as diversas letras A que aparecem no trabalho são idênticas, indicando que não poderiam ter sido feitas a mão, mas sim impressas na cerâmica a partir de um mesmo molde. Se a técnica das letras era usada também para a impressão de escrita em pergaminho já nessa época não se sabe. Gerald Volker Grimm mediu as letras de diferentes relevos para constatar que elas eram tão idênticas que não poderiam ter sido feitas à mão livre.
- Isso prova que a escrita foi feita com a ajuda de caracteres móveis que foram impressos no material - afirma o especialista.
As primeiras provas da existência desses caracteres móveis, datados de 1400 e 1450, foram encontradas agora nas escavações feitas em uma área próxima à Catedral de Aachen, que é, há pelo menos 1.200 anos, um importante centro de peregrinação religiosa na região.
Foi exatamente para preparar figuras santas, que deveriam servir de tema para a grande peregrinação a Aachen, que Gutenberg visitou a cidade. A peregrinação em si foi cancelada naquele ano, por causa da peste, mas Gutenberg não perdeu o seu tempo com a viagem a Aachen, pois trouxe de volta a Mainz, onde vivia, novas idéias para o desenvolvimento de projetos que já tinha em mente, segundo conta Grim.
- Não havia até agora provas da existência de caracteres móveis para a impressão da escrita em série. Com a escavação realizada agora, em maio e junho, podemos provar pela primeira vez que as letras dos relevos foram formadas com a ajuda de caracteres móveis antes de 1450 - ressalta o historiador de Bonn.
Após a sua volta de Aache, Gutenberg começou já em 1450 a imprimir textos em livros. A sua bíblia marcou o inicio de uma nova era, influenciou o surgimento da reforma protestante de Martinho Lutero e tornou possível também a renascença.
-- Ele não criou os caracteres móveis, como pensávamos antes, mas assim mesmo revolucionou a sua época ao criar novas tecnologias, ligas de chumbo e zinco, tintas para a impressão e merece mesmo o titulo de homem mais importante do milênio - afirma o historiador, citando o título a ele atribuído pela revista Time-Life, em 1997.
No Museu Suermond-Ludwig de Aachen, a cidade das letras móveis que inspiraram Gutenberg, acaba de ser aberta uma exposição dos relevos, como do primeiro "A" impresso em cerâmica. O tema da exposição é a arte dos "padeiros de imagens santas" que, na sua luta para abastecer os altares, terminaram descobrindo uma técnica que teve um papel decisivo no desenvolvimento da cultura humana.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2011/09/09/padeiros-de-letras-925324723.asp#ixzz1Xezjv01v
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Padeiros de letras

Johann Gutenberg (1398-1468), o artesão alemão a quem sempre se atribuiu o título de pai da moderna tipografia, pode ter que dividir a paternidade da invenção que revolucionou a disseminação do conhecimento. Com base na descoberta de fragmentos de cerâmica com letras impressas em alto relevo numa escavação nas proximidades da Catedral de Aachen, na Alemanha, o historiador Gerald Volker Grimm sustenta que Gutenberg não teria sido o pioneiro na impressão com tipos móveis.
A criação de moldes para a impressão de letras foi, provavelmente, desenvolvida originalmente por outras pessoas pelo menos meio século antes. Como revelam os estudos de Grimm e sua equipe do Instituto de História da Arte e Arqueologia da Universidade de Bonn, não houve um único inventor. O mais provável é que o desenvolvimento da moderna tipografia tenha sido um processo mais lento e gradual, envolvendo diversas pessoas.
Analisando as letras em alto relevo presentes nos fragmentos de cerâmica encontrados, Grimm concluiu que foram artesãos de Aachen e Worms os primeiros a produzir os moldes móveis de letras para decorar imagens de santos.
Segundo Grimm, Gutenberg teria visto os caracteres móveis para impressão pela primeira vez numa visita que fez a Aachen, em 1439 - ano em que, se acredita, Gutenberg teria criado os tipos móveis.
Segundo o historiador, na região de Aachen, a cidade de Carlos Magno, muitos padeiros eram também artesãos que confeccionavam, em fôrmas, relevos para a produção de imagens de santos para as igrejas. Já a partir do século XII os chamados "padeiros de imagens" (bilderbäcker, em alemão) começaram a confeccionar também caracteres móveis, supõe o cientista. Há indícios também de que os padeiros de Worms tenham começado a usar caracteres móveis muito antes.
Em um dos relevos encontrados em Aachen, as diversas letras A que aparecem no trabalho são idênticas, indicando que não poderiam ter sido feitas a mão, mas sim impressas na cerâmica a partir de um mesmo molde. Se a técnica das letras era usada também para a impressão de escrita em pergaminho já nessa época não se sabe. Gerald Volker Grimm mediu as letras de diferentes relevos para constatar que elas eram tão idênticas que não poderiam ter sido feitas à mão livre.
- Isso prova que a escrita foi feita com a ajuda de caracteres móveis que foram impressos no material - afirma o especialista.
As primeiras provas da existência desses caracteres móveis, datados de 1400 e 1450, foram encontradas agora nas escavações feitas em uma área próxima à Catedral de Aachen, que é, há pelo menos 1.200 anos, um importante centro de peregrinação religiosa na região.
Foi exatamente para preparar figuras santas, que deveriam servir de tema para a grande peregrinação a Aachen, que Gutenberg visitou a cidade. A peregrinação em si foi cancelada naquele ano, por causa da peste, mas Gutenberg não perdeu o seu tempo com a viagem a Aachen, pois trouxe de volta a Mainz, onde vivia, novas idéias para o desenvolvimento de projetos que já tinha em mente, segundo conta Grim.
- Não havia até agora provas da existência de caracteres móveis para a impressão da escrita em série. Com a escavação realizada agora, em maio e junho, podemos provar pela primeira vez que as letras dos relevos foram formadas com a ajuda de caracteres móveis antes de 1450 - ressalta o historiador de Bonn.
Após a sua volta de Aache, Gutenberg começou já em 1450 a imprimir textos em livros. A sua bíblia marcou o inicio de uma nova era, influenciou o surgimento da reforma protestante de Martinho Lutero e tornou possível também a renascença.
-- Ele não criou os caracteres móveis, como pensávamos antes, mas assim mesmo revolucionou a sua época ao criar novas tecnologias, ligas de chumbo e zinco, tintas para a impressão e merece mesmo o titulo de homem mais importante do milênio - afirma o historiador, citando o título a ele atribuído pela revista Time-Life, em 1997.
No Museu Suermond-Ludwig de Aachen, a cidade das letras móveis que inspiraram Gutenberg, acaba de ser aberta uma exposição dos relevos, como do primeiro "A" impresso em cerâmica. O tema da exposição é a arte dos "padeiros de imagens santas" que, na sua luta para abastecer os altares, terminaram descobrindo uma técnica que teve um papel decisivo no desenvolvimento da cultura humana.


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Padeiros de letras

Johann Gutenberg (1398-1468), o artesão alemão a quem sempre se atribuiu o título de pai da moderna tipografia, pode ter que dividir a paternidade da invenção que revolucionou a disseminação do conhecimento. Com base na descoberta de fragmentos de cerâmica com letras impressas em alto relevo numa escavação nas proximidades da Catedral de Aachen, na Alemanha, o historiador Gerald Volker Grimm sustenta que Gutenberg não teria sido o pioneiro na impressão com tipos móveis.
A criação de moldes para a impressão de letras foi, provavelmente, desenvolvida originalmente por outras pessoas pelo menos meio século antes. Como revelam os estudos de Grimm e sua equipe do Instituto de História da Arte e Arqueologia da Universidade de Bonn, não houve um único inventor. O mais provável é que o desenvolvimento da moderna tipografia tenha sido um processo mais lento e gradual, envolvendo diversas pessoas.
Analisando as letras em alto relevo presentes nos fragmentos de cerâmica encontrados, Grimm concluiu que foram artesãos de Aachen e Worms os primeiros a produzir os moldes móveis de letras para decorar imagens de santos.
Segundo Grimm, Gutenberg teria visto os caracteres móveis para impressão pela primeira vez numa visita que fez a Aachen, em 1439 - ano em que, se acredita, Gutenberg teria criado os tipos móveis.
Segundo o historiador, na região de Aachen, a cidade de Carlos Magno, muitos padeiros eram também artesãos que confeccionavam, em fôrmas, relevos para a produção de imagens de santos para as igrejas. Já a partir do século XII os chamados "padeiros de imagens" (bilderbäcker, em alemão) começaram a confeccionar também caracteres móveis, supõe o cientista. Há indícios também de que os padeiros de Worms tenham começado a usar caracteres móveis muito antes.
Em um dos relevos encontrados em Aachen, as diversas letras A que aparecem no trabalho são idênticas, indicando que não poderiam ter sido feitas a mão, mas sim impressas na cerâmica a partir de um mesmo molde. Se a técnica das letras era usada também para a impressão de escrita em pergaminho já nessa época não se sabe. Gerald Volker Grimm mediu as letras de diferentes relevos para constatar que elas eram tão idênticas que não poderiam ter sido feitas à mão livre.
- Isso prova que a escrita foi feita com a ajuda de caracteres móveis que foram impressos no material - afirma o especialista.
As primeiras provas da existência desses caracteres móveis, datados de 1400 e 1450, foram encontradas agora nas escavações feitas em uma área próxima à Catedral de Aachen, que é, há pelo menos 1.200 anos, um importante centro de peregrinação religiosa na região.
Foi exatamente para preparar figuras santas, que deveriam servir de tema para a grande peregrinação a Aachen, que Gutenberg visitou a cidade. A peregrinação em si foi cancelada naquele ano, por causa da peste, mas Gutenberg não perdeu o seu tempo com a viagem a Aachen, pois trouxe de volta a Mainz, onde vivia, novas idéias para o desenvolvimento de projetos que já tinha em mente, segundo conta Grim.
- Não havia até agora provas da existência de caracteres móveis para a impressão da escrita em série. Com a escavação realizada agora, em maio e junho, podemos provar pela primeira vez que as letras dos relevos foram formadas com a ajuda de caracteres móveis antes de 1450 - ressalta o historiador de Bonn.
Após a sua volta de Aache, Gutenberg começou já em 1450 a imprimir textos em livros. A sua bíblia marcou o inicio de uma nova era, influenciou o surgimento da reforma protestante de Martinho Lutero e tornou possível também a renascença.
-- Ele não criou os caracteres móveis, como pensávamos antes, mas assim mesmo revolucionou a sua época ao criar novas tecnologias, ligas de chumbo e zinco, tintas para a impressão e merece mesmo o titulo de homem mais importante do milênio - afirma o historiador, citando o título a ele atribuído pela revista Time-Life, em 1997.
No Museu Suermond-Ludwig de Aachen, a cidade das letras móveis que inspiraram Gutenberg, acaba de ser aberta uma exposição dos relevos, como do primeiro "A" impresso em cerâmica. O tema da exposição é a arte dos "padeiros de imagens santas" que, na sua luta para abastecer os altares, terminaram descobrindo uma técnica que teve um papel decisivo no desenvolvimento da cultura humana.


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O fim dos astecas na visão indígena


CIDADE DO MÉXICO - Localizadas ao lado de uma imponente catedral do século XVIII, as ruínas do que já foi o maior centro imperial asteca resistem ao tempo e à multidão que transita na Cidade do México. Pouco sobrou da chamada Tenochtitlán, fundada em 1325 pelos mexicas, ou astecas, assim conhecidos por sua origem mítica em Aztlán, povoado ao Norte do continente. Em seu esplendor, Tenochtitlán reuniu 120 mil habitantes, e dominou povos até a Guatemala. Essa hegemonia terminou em agosto de 1521, quando a expedição espanhola de Hernán Cortés, engrossada por grupos indígenas subjugados, derrubou o centro mexica. Não foi uma conquista rápida, diferentemente do que se costuma imaginar. Os nativos registraram sua resistência e o sofrimento em códices (placas em que se registravam acontecimentos) que, quase 500 anos após a queda do império, estão sendo resgatados para mostrar o outro lado dessa história.
Cortés chegou à costa mexicana em 1519 com 500 homens para exigir dos senhorios indígenas o reconhecimento à Coroa espanhola. Ali não encontrou muita resistência, mas a violência aumentou com o avanço da expedição rumo ao centro do país, onde estavam os povos mais desenvolvidos. Em Tlaxcala, o exército espanhol forçou uma aliança com os tlaxcaltecas ao se impor como nova potência bélica. Depois, em Cholula, ordenou um ataque surpresa e dominou os cholultecas. Seu maior objetivo, porém, era derrubar o império do tlatoani (governante) mexica Montezuma. Mas a primeira investida falhou.

Com os indígenas subjugados unidos à tropa, Cortés entrou na região formada pela aliança entre a capital imperial Tenochtitlán, Texcoco e Tlacopán. A recepção foi pacífica, mas Cortés aprisionou Montezuma no palácio em que os espanhóis foram hospedados. Assim ficaram até meados de 1520, quando, segundo relatos dos conquistadores, eles se assustaram ao presenciar uma festividade dedicada ao deus da guerra, Huitzolopochtli, e atacaram os mexicas. Os testemunhos indígenas afirmam que o massacre foi uma estratégia para apropriar-se do ouro. Os nativos reagiram. Cortés escapou por pouco, Montezuma morreu - segundo os espanhóis, pelas mãos do próprio povo, mas de acordo com registros indígenas, assassinado por Cortés. Refugiados em Tlaxcala, os espanhóis conquistaram o apoio de mais povos descontentes com a soberania mexica. Só derrotaram Tenochtitlán um ano depois, com um exército numeroso, barcos carregados com canhões e a "ajuda" do vírus da varíola. Cuauhtémoc, o último líder asteca, foi capturado em 1525 - o fim de uma era para os índios mexicas.
- A aliança entre Tenochtitlán, Texcoco e Tlacopán havia expandido seu império com a exigência de impostos aos povos conquistados, o que criou um frágil equilíbrio entre os senhorios indígenas - explicou ao GLOBO Francisco González-Hermosillo, historiador do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do México. - Existem mitos de que uns poucos espanhóis conquistaram o centro imperial mexica, mas, na verdade, Cortés soube se aproveitar dessa relação delicada para aumentar suas tropas.


Apesar de muitas tradições pré-hispânicas terem sido abolidas com a Conquista, os povos nativos mesoamericanos, em especial no México, mantiveram um elaborado sistema pictográfico onde registravam sua história e crenças. Os frades espanhóis incentivaram a continuidade da prática numa tentativa de compreender a religião local e modificá-la. Cerca de 50 códices indígenas restaram da época colonial. A maioria foi levada à Europa, mas várias reproduções estão na exposição "A Conquista a sangue e fogo", no Museu de Antropologia da capital mexicana. À primeira vista simples e até influenciados pela estética europeia, a coleção de manuscritos vale mais pelo significado.
- Os códices não eram só um registro da época, mas também agenda política de como as comunidades indígenas poderiam inserir-se na Nova Espanha. Pintar significava existir - afirma Diana Magaloni, diretora do Museu de Antropologia.
É o caso do Códice Florentino, crônica de toda a Conquista e mais importante fonte do passado pré-hispânico no altiplano central mexicano. Mantido em Florença e escrito em língua náhuatl, ele foi organizado pelo frade Bernardino de Sahagún com toda a estrutura religiosa e os deuses venerados pelos nahuas pré-hispânicos, grupo étnico que falava náhuatl. Já no Códice de Huexotzinco (1531), os indígenas reproduziram os impostos que eram obrigados a pagar, principalmente ouro, além de algodão, milho, cacau etc. Sem o tributo, eram castigados, queimados ou mortos por cachorros treinados para persegui-los.
- Esses documentos chegaram a ser apresentados em tribunais espanhóis como prova da exploração dos conquistadores - conta González-Hermosillo, também curador.
Hoje, 6,7 milhões de mexicanos, menos de 7% da população, sabem alguma língua indígena. O Instituto Nacional de Estatística e Geografia (Inegi) registra 89 línguas indígenas no país, das quais nove são faladas por menos de uma dezena de pessoas e outras dez línguas por menos de uma centena.
- Existem iniciativas isoladas de evitar sua extinção. Já da gastronomia pré-hispânica, muito se perdeu, embora a tortilha se mantenha como emblema nacional - conta González-Hermosillo. - Em alguns lugares, como Chiapas, a presença das divindades agrícolas pré-hispânicas ainda é forte. Ali se venera a deusa do milho ao lado de uma imagem de Cristo.
Apesar de não apagar as atrocidades da Conquista, essas reminiscências, além das várias zonas arqueológicas que persistem, mantêm viva a história asteca. Já Cortés terminou repreendido pela Coroa espanhola por sua violência, longe do prestígio de um tlatoani.

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O fim dos aztecas na visão indígena

Localizadas ao lado de uma imponente catedral do século XVIII, as ruínas do que já foi o maior centro iperial asteca resistem ao tempo e à multidão que transita na Cidade do México. Pouco sobrou da chamada Tenochtitlán, fundada em 1325 pelos mexicas, ou astecas, assim conhecidos por sua origem mítica em Aztlán, povoado ao Norte do continente. Em seu esplendor, Tenochtitlán reuniu 120 mil habitantes, e dominou povos até a Guatemala. Essa hegemonia terminou em agosto de 1521, quando a expedição espanhola de Hernán Cortés, engrossada por grupos indígenas subjugados, derrubou o centro mexica. Não foi uma conquista rápida, diferentemente do que se costuma imaginar. Os nativos registraram sua resistência e o sofrimento em códices (placas em que se registravam acontecimentos) que, quase 500 anos após a queda do império, estão sendo resgatados para mostrar o outro lado dessa história.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2011/09/02/o-fim-dos-astecas-na-visao-indigena-925278764.asp#ixzz1XehztnbK
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sábado, 10 de setembro de 2011

Arqueólogos peruanos acham restos de menino que viveu há 700 anos

Da France Presse -  Arqueólogos peruanos descobriram os restos de um menino numa "chullpa" -- tipo de torre funerária pré-inca. O achado ocorreu no sítio arqueológico de Sillustani, na região de Puno, no sul do país, perto da fronteira com a Bolívia, segundo informou nesta sexta-feira (9) o pesquisador Eduardo Arisaca.
"A ossada em bom estado corresponde a um menino de dois anos, que estava enterrado dentro de um vasilhame de barro em posição flexionada", disse Arisaca à imprensa.
Arisaca afirmou que junto com os restos do menino, que teria vivido entre os anos 1300 e 1400 depois de Cristo, foram encontrados os de um cão, dentro de uma vasilha de cerâmica.
"Estamos apenas no início dos trabalhos, mas parece que haverá novas descobertas, as quais possivelmente nos farão reescrever a história de Sillustani", explicou o estudioso.
Os restos do menino foram encontrados na "chullpa" denominada Lagarto, uma torre funerária de pedra da antiga cultura pré-inca Kolla, surgida às margens da lagoa Umayo, entre os anos 1200 e 1450 da era atual.
As "chullpas" são encontradas em todo o altiplano do Peru e da Bolívia.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Descobertos no Tibete fósseis de grandes mamíferos da Idade de Gelo

Da Agência EFEAlguns dos antepassados de grandes mamíferos como o rinoceronte lanudo, animal característico da Idade de Gelo, foram encontrados na bacia tibetana de Zanda, situada na cordilheira do Himalaia, e sugerem que a primeira evolução destes animais pôde ter acontecido nesta região geográfica.
Segundo informa nesta segunda-feira a imprensa local, a equipe responsável pela descoberta, comandada pelos pesquisadores Deng Tao e Wang Xiaoming, pertencentes à Academia de Ciências Sociais da China, assegurou que o animal achado pôde ter vivido há 3,7 milhões de anos.    Se a datação estiver correta, este antepassado do rinoceronte lanudo, chamado Coelodonta thibetana, mostraria as primeiras adaptações ao frio em um animal destas características, tais como o pelo longo e as estruturas para varrer a neve.


Ancestral de rinoceronte usava chifre para revirar a neve e encontrar comida.
(Foto: Julie Naylor / Science)

Segundo os cientistas, este animal se situa em algum ponto entre o Plioceno médio (há 3,7 milhões de anos), era na qual apareceu o primeiro hominídeo reconhecível, o Australopiteco, e o Pleistoceno (há 2,8 milhões de anos), período no qual numerosas espécies se extinguiram devido às glaciações.

Após a descoberta deste exemplar de rinoceronte lanudo, os pesquisadores continuam com os trabalhos neste campo, já que se acredita que o animal poderia não ser o único mamífero adaptado à esta era na região tibetana.

Segundo Deng Tao, poderia se afirmar que o rinoceronte lanudo, da mesma forma que outros como o mamute lanudo, "evoluíram pela primeira vez no Tibete", hipótese que desloca algumas anteriores, as quais afirmavam que esta fauna se originou em zonas árticas.

No entanto, até o momento não foram encontrados restos que permitam afirmar de forma conclusiva qual seria a origem destas espécies já que, embora a descoberta feita no Tibete mostre os representantes mais primitivos, se sabe que existem vários períodos anteriores, mas, por enquanto, com poucas evidências.

Arqueólogos encontram arena de gladiadores em ruínas na Áustria

Da France PresseO parque arqueológico do sítio romano de Carnuntum, perto de Viena, na Áustria, saudou, nesta segunda-feira, a descoberta das ruínas de uma escola de gladiadores, há uma semana, em sua área.
"Por sua inteireza e dimensão, é um acontecimento arqueológico sensacional", declarou o parque, em comunicado.
As escavações indicam que o local -- onde treinavam entre 40 e 60 gladiadores -- datado de 1,7 mil anos, representa a parte maior das ruínas já descobertas em Carnuntum. Sua superfície total é de 11.000 m2, incluindo 2.800 m2 de um pátio central.
Os melhores gladiadores poderiam tornar-se verdadeiros astros, contou o diretor do parque arqueológico, Franz Humer. Mas astros efêmeros: "sua expectativa de vida não ultrapassava, em geral, quatro ou cinco combates", destacou, durante entrevista à imprensa.
Os arqueólogos identificam os locais de alojamento dos gladiadores, de treinamentos, mas também um jardim.
O sítio foi detectado graças a radares de penetração do solo. A técnica permitiu descobrir as bases da escola de gladiadores -- "ludus", em latim -- até dois metros sob a terra.
Os trabalhos de escavação, muito caros, ainda não foram concluídos.
Carnuntum, situado à margem do Danúbio, era a capital da província romana de Panônia, na Europa Central. Era também, na antiguidade, uma etapa importante na rota do âmbar.
Hoje, o parque arqueológico, situado a 30 quilômetros de Viena, mostra, principalmente, ruínas de dois anfeteatros, termas, assim como um fragmento de arco do triunfo, o monumento mais impressionante do sítio.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Hominídeo usava machado de pedra há 1,8 milhão de anos, diz estudo

Do G1, em São PauloUm estudo divulgado na edição desta semana da revista "Nature" mostra que o hominídeo Homo erectus usava ferramentas avançadas como o machado de pedra há 1,8 milhão de anos, cerca de 300 mil anos antes do que os especialistas previam.      O Homo erectus surgiu há 2 milhões de anos e viveu na África e na Ásia antes de desaparecer há aproximadamente 70 mil anos. Não se sabe ao certo de onde esta espécie teria surgido. Até 1990, os cientistas julgavam que a origem era africana, mas a descoberta de fósseis na Geórgia sugerem um passado asiático.        O estudo divulgado nesta semana não esclarece o debate e somente piora a complexidade do tema para os cientistas. Enquanto na cidade georgiana de Dmanisi os hominídeos usavam instrumentos rudimentares, em West Turkana, no Quênia, os locais usavam machados de pedra, picaretas e outras ferramentas típicas de uma manifestação conhecida pelos antropólogos como cultura acheuliana.

Machados de pedra eram usados há 1,8 milhão de anos.
(Foto: Pierre-Jean Texier / National Center of Scientific Research / France)

No ano de 2007, uma equipe de pesquisadores franceses e norte-americanos encontraram um dos esqueletos mais conservados de um Homo erectus, o Garoto de Turkana, achado perto do lago homônimo. O "adolescente" teria vivido há 1,5 milhão de anos.    A quase dez quilômetros dali, o grupo encontrou ferramentas acheulianas em um sítio arqueológico chamado Kokiselei. O objetivo dos pesquisadores era datar os instrumentos encontradas no local ao descobrir a idade dos sedimentos ao redor.      Enchentes no passado deixaram o local com camadas de barro e lodo que endureceram. Isso conservou até mesmo a posição de grãos de magnetita, ordenados na direção do campo magnético da Terra. Ao analisar essas camadas, os pesquisadores conseguiram datar o sítio arqueológico com uma idade de 1,76 milhão de anos.    Segundo o autor principal do estudo, Christopher Lepre, os cientistas não esperavam que Kokiselei fosse o sítio arqueológico mais antigo da cultura acheuliana. As ferramentas foram encontradas acima dessas camadas de sedimentos. Até então, os locais mais antigos estavam em Konso, na Etiópia (1,4 milhão de anos) e na Índia (1,5 milhão de anos).    Os instrumentos dos Homo erectus do Quênia permitiam cortar e desmembrar um animal para alimentação, além de servir como ferramenta de caça, já que tinha um formato adequado para deslocar ombros e pernas de presas. Ainda que eles não tenham encontrado um machado nas mãos de um fóssil de hominídeo, eles acreditam que a espécie foi responsável pelo desenvolvimento da tecnologia.    A habilidade para desenvolver peças tão modernas levou os cientistas a pensarem que o Homo erectus tinha a capacidade de prever acontecimentos. A dúvida resta agora sobre se eles teriam migrado da África até a região da Geórgia e perdido a tecnologia acheuliana no caminho.


Região de Kokiselei, onde foram encontradas as ferramentas.
(Foto: Lamont-Doherty Earth Observatory)
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