sábado, 26 de setembro de 2009

Arqueologia tenta desvendar história dos antigos moradores de Roraima

Datações indicam presença humana há pelo menos 4 mil anos.Estado tem mais de cem sítios arqueológicos, segundo pesquisadora.


Dennis Barbosa Do Globo Amazônia, em São Paulo

Roraima tem mais de cem sítios arqueológicos, mas os povos que habitaram o estado no extremo norte do país ao longo da história ainda são pouco conhecidos. “Temos aqui datações de até 4 mil anos”, relata a arqueóloga e professora de história da Universidade Federal de Roraima (UFRR) Shirlei Martins, que acaba de apoiar o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a cadastrar um novo sítio em São Luiz do Anauá, município ao sul da capital Boa Vista.



Desenhos encontrados em um dos sítios arqueológicos entre as reservas indígenas São Marcos e Raposa Serra do Siol, em Roraima (Foto: Ari Silva/Arquivo pessoal)

“Já são mais de 80 sítios cadastrados em Roraima. O potencial arqueológico do estado é muito grande”, afirma Carla Gisele Moraes, superintendente do Iphan no estado.

Veja galeria de fotos de arte rupestre em Roraima

De acordo com Shirlei, o povo mais conhecido são os chamados rupununi, que viveram na área de savana ao norte do estado, próximo à fronteira com a Guiana. Vestígios apontam que eles estiveram na região desde 1.200 anos atrás, até os primeiros contatos com os europeus, no século 18. “Eles enterravam seus mortos em urnas funerárias com muitos materiais interessantes, inclusive artefatos europeus que receberam”, conta Shirlei. A pesquisadora explica que, além de urnas funerárias, são comuns os desenhos em rocha nas áreas de savana ao norte de Caracaraí. Nas regiões de floresta, mais ao sul do estado, não se encontram pinturas rupestres, mas petroglifos, desenhos escavados na pedra em baixo-relevo. Segundo a professora, se supõe que os povos que viveram na região da savana têm mais ligação com os índios caribenhos, enquanto os do sul do estado têm relação com os habitantes do Rio Negro, embora isso não seja confirmado.

Para estabelecer uma relação dos antigos habitantes do sul de Roraima com o resto da bacia do Rio Negro, seria necessário fazer uma comparação de seus desenhos com os de sítios no Amazonas. No entanto, devido à umidade, é difícil encontrar vestígios bem conservados nessas regiões. “As pesquisas são poucas ainda”, aponta a cientista.Rumores sobre antigos desenhos incas, fenícios e até gregos no estado amazônico não são verdadeiros, segundo a historiadora. O trabalho arqueológico em Roraima esbarra na falta de recursos. De acordo com Shirlei Martins, o estudo de alguns sítios só está sendo possível porque os municípios que os abrigam resolveram dar apoio logístico. “Trabalhamos com recursos próprios”, afirma.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Arqueólogos acham restos de casal que pode ter morrido na guerra de Troia

Sítio arqueológico fica no noroeste da Turquia.Escavações são lideradas por especialista da Universidade de Tubingen.

Da Reuters


Casal pode ter sido enterrado 400 anos depois em um cemitério naquilo que os arqueólogos chamam de Troia 6 ou Troia 7, diferentes camadas das ruínas de Troia (Foto: Reuters)

Arqueólogos encontraram restos de um homem e uma mulher que podem ter morrido por volta de 1200 a.C., na época da lendária guerra de Troia, disse nesta terça-feira (22) o professor alemão Ernst Pernicka, da Universidade de Tubingen, que comanda escavações no sítio arqueológico do noroeste da Turquia.

Pernicka afirmou que os corpos foram achados próximos de uma linha de defesa dentro da cidade, construída no final da era do Bronze.

Se os restos forem confirmados como sendo de 1200 a.C., isso iria coincidir com o período da guerra de Troia. Essa gente foi sepultada perto de um fosso. Estamos conduzindo um teste de radiocarbono"

Isso pode ajudar a comprovar que a parte baixa de Troia no final da era do Bronze era maior do que se imaginava, alterando as percepções dos acadêmicos a respeito da cidade descrita na "Ilíada", de Homero.

"Se os restos forem confirmados como sendo de 1200 a.C., isso iria coincidir com o período da guerra de Troia. Essa gente foi sepultada perto de um fosso. Estamos conduzindo um teste de radiocarbono, mas a descoberta é eletrizante", disse Pernicka.

A antiga Troia, na entrada do estreito de Dardanelos, relativamente próximo da zona sul de Istambul, foi encontrada na década de 1870 pelo empreendedor e arqueólogo alemão Heinrich Schliemann.

Pernicka disse que cerâmicas encontradas perto dos corpos, que estavam sem as partes inferiores, eram confirmadamente de 1200 a.C., mas que o casal pode ter sido enterrado 400 anos depois em um cemitério naquilo que os arqueólogos chamam de Troia 6 ou Troia 7, diferentes camadas das ruínas de Troia.

Antiga Troia, na entrada do estreito de Dardanelos, foi encontrada na década de 1870

Dezenas de milhares de turistas visitam anualmente as ruínas de Troia, onde uma enorme réplica de madeira do famoso cavalo de Troia está exposta ao lado de várias ruínas escavadas.

sábado, 12 de setembro de 2009

Unesco pode transformar marcas milenares no AC em patrimônio mundial


Formas geométricas foram desenhadas há pelo menos mil anos. (Foto: Governo do Acre/Divulgação)


Círculos, quadrados e octógonos gigantes no chão têm mais de mil anos.Estruturas, que só podem ser vistas de avião, são chamadas de geoglifos.

Do G1, com informações do Jornal Hoje

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ligado ao Ministério da Cultura, pediu à Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para transformar as marcas milenares no chão do Acre, chamadas de geoglifos, em patrimônio da humanidade.

Para o paleontólogo, Alceu Ranzi isso pode ajudar a preservar as marcas. "Nós vamos ter maior capacidade e financiamento para o desenvolvimento de pesquisas nessa área e principalmente teremos mais condições de conhecer o passado de ocupação da Amazônia. Nós teremos mais possibilidades para preservá-la", avalia. Os geoglifos só podem ser vistos de avião. A maioria são círculos e quadrados. O maior tem 350 metros de cada lado. Uma casa foi construída dentro de um grande círculo. A mais impressionante é uma figura de oito lados praticamente iguais.

Segundo os pesquisadores, as valetas serviam para defender povoados permanentes onde morava muita gente. "Um dos cálculos que se tem é que talvez há mil anos eles habitaram toda essa região. Na época, talvez tivéssemos tantos habitantes há mil anos no Acre do que temos hoje", afirma o paleontólogo Alceu Ranzi. Nas escavações, os arqueólogos encontraram cerâmica e machados de pedra. Como no Acre não existe rocha desse tipo, os arqueólogos acreditam que os construtores dos geoglifos negociavam com povos da Cordilheira dos Andes, como os Incas, mestres na arte de entalhar pedra.

Geoglifos do Acre

O que são
Formas geométricas, na maior parte círculos e quadrados, desenhadas no chão.

Que tamanho têm
As linhas têm cerca de 12 metros de largura e quatro de profundidade. Os desenhos chegam a ultrapassar 100 m de diâmetro.

Onde estão
No Acre, entre Xapuri e Boca do Acre.

Quantos são
Até hoje, já foram descobertos cerca de 200, mas estima-se que haja dez vezes mais que isso.

Que idade têm
Pelo menos 1000 anos.

Para que serviam
Ainda não se sabe. Cientistas imaginam que eles poderiam servir para abrigar aldeias, plantações ou centros cerimoniais

Quando o primeiro geoglifo foi descoberto, não se sabia que as valas formavam um desenho, e que havia tantos ali. Hoje, com a ajuda de aviões e imagens de satélite, já foram identificados cerca de 200.

Com a chegada dos mapas virtuais, que utilizam imagens de satélite em alta resolução, os desenhos ficaram evidentes, e até os próprios cientistas puderam encontrar mais estruturas desse tipo.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Missão italiana constata ruínas em Lago Titicaca

LA PAZ, 4 SET (ANSA) - Uma missão científica da associação italiana Akakor Geographical Exploring constatou ruínas embaixo das águas do lago Titicaca que provavelmente são de um centro cerimonial de antigas civilizações. O Titicaca, localizado na fronteira entre Bolívia e Peru, é conhecido como o berço da civilização Inca e por ser o lago comercialmente navegável mais alto do mundo, com quase quatro mil metros acima do nível do mar. A missão, denominada Kon Tiki 2009, realizou explorações durante 20 dias no local, produzindo quatro mil fotografias e dez horas de filmagem que serão utilizadas em análises na Itália. As atividades serviram de complemento a outras executadas há seis anos na Ilha do Sol, onde foram encontrados os restos das edificações. Segundo um informe preliminar, existem restos arqueológicos do ano de 1492, "o que provavelmente constitui um centro cerimonial construídos sob sete níveis". Paralelamente à missão realizadas no lago Titicaca, outra missão da Akakor, chamada de Jurassic Cave 2009, operava em covas de origens quéchua em Torotoro, na Bolívia. As duas missões fazem parte do projeto "Horizontes Pré-colombianos", que recebeu o apoio da embaixada italiana na Bolívia, de empresas privadas e de instituições bolivianas de arqueologia e comunicação. A Akakor é uma associação italiana sem fins lucrativos criada em 1992 para realizar explorações, estudos científicos e projetos de intercâmbio cultural em diversos países.
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