terça-feira, 28 de abril de 2009

Histórias das epidemias


Imagem da época mostra padre abençoando doentes de peste (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)
Epidemias, como a recente gripe suína , causam pânico, preocupação e mortes. Sempre foi assim, desde que o homem começou a conviver com as bactérias, as formas de vida mais antigas do planeta. As doenças têm formas variadas, e as mortes podem ser provocadas tanto por uma enfermidade antiga quanto por um novo vírus.Uma definição de epidemia é dada pelo infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e autor de "A Historia e Suas Epidemias", Stefan Cunha Ujvari: " são ocorrências de casos de uma doença em número superior ao esperado – esperado com base em cálculos, não em adivinhação."

Em muitos momentos da história, populações foram arrasadas por mortes em grande escala. A diferença em relação às epidemias atuais é que, antigamente, não eram conhecidas as causas de muitas doenças e não era possível, como hoje, fazer um trabalho preventivo.

"Hoje, com um mundo globalizado e grande acesso a informação e tecnologia, podemos controlar mais facilmente o desenvolvimento dos casos", explicou Ujvari em entrevista ao G1 por telefone.

Doenças como cólera, varíola, sarampo e gripe mataram milhões de pessoas em diferentes épocas e lugares. Confira algumas das piores epidemias da história:

Praga de Atenas
No verão de 430 AC, uma epidemia assolou a cidade grega de Atenas. O historiador Tucidides, que sofreu ele próprio da doença, descreveu na época os sintomas como 'calores na cabeça, inflamação nos olhos, dores na garganta e na língua'. A epidemia ocorreu durante o começo da guerra do Peloponeso, entre Atenas e Esparta, e afetou o exército ateniense. De 25% a 35% da população de Atenas morreu vítima da doença.

Segundo o infectologista Stefan Ujvari, o que favoreceu as mortes foi a aglomeração de pessoas nos muros de Atenas por causa da guerra. "Isso funcionou como um caldeirão para a epidemia." Ele conta que a doença que provocou a praga ficou por muitos anos sendo um mistério. "Até que, há cinco anos mais ou menos, uma cova com corpos dessa época foi descoberta e, dentro dos dentes dos cadáveres, foi encontrado o material genético da salmonela."

Peste dos Antônios
Uma grande epidemia começou em 165 e no ano seguinte atingiu Roma, durando 15 anos. O nome era uma alusão à família que governava o império na época. Cerca de um terço da população morreu. No auge da epidemia, eram registradas quase duas mil mortes diárias em Roma.

Em 180, o próprio imperador Marco Aurélio foi morto pela doença. O médico Claudio Galeno descreveu na época a peste como tendo sintomas de febre, diarréia e erupções cutâneas.

Lepra na Europa medieval
Entre os anos 1000 e 1350, a lepra se desenvolveu na Europa. As vítimas sofriam lesões na pele, deformações e perda das extremidades. As pessoas eram isoladas e sofriam muito preconceito. Nessa época, muitos centros para leprosos foram criados, e a Igreja Católica controlava os doentes, sustentando que as lesões eram sinais de impureza religiosa. O doente identificado recebia uma cerimônia religiosa, a ‘missa dos leprosos’, em que ganhava trajes especiais e um instrumento sonoro para anunciar sua chegada a lugares públicos.

"Uma verdadeira perseguição aos leprosos ocorreu na época. Como a lepra não é uma doença altamente contagiosa, achamos que muita gente que tinha doenças de pele foi rotulada como tendo lepra", explicou Stefan Ujvari.

A pior de todos os tempos: a peste negra
Pior epidemia da história da humanidade segundo o infectologista, a peste bubônica matou um terço da população europeia. Com início em 1347, a doença se espalhou rapidamente, seguindo as rotas marítimas.

Em 1348, a doença já havia atingido as áreas mais densas dos mundos cristão e muçulmano. A peste chegou num momento de crise agrária e fome. Por volta de 1350, toda a Europa central e ocidental tinha sido afetada. Após essa grande epidemia, a doença não desapareceu e continuou provocando surtos de tempos em tempos.

Os sintomas da peste bubônica são mal-estar, febre, dores no corpo e inchaços do tamanho de um ovo, conhecidos como bubões. A coloração azulada que dá o nome à doença, ocorre pela falta de oxigenação da pele, pela insuficiência pulmonar.

Ratos com pulgas contaminadas pelo bacilo foram um grande fator de disseminação da peste na época. Segundo escreveu Ujvari em seu livro "A História e suas epidemias", "as epidemias encontram terreno propício nas regiões com aglomerações populacionais e condições precárias de higiene, em que ocorre grande proliferação de ratos dividindo espaço com os homens.”

Suor inglês: a doença misteriosa
A cidade de Londres foi alvo de uma epidemia no século XV. As características da doença eram febre intensa e calafrios. Em poucas horas, o paciente podia ter convulsões, entrar em coma e morrer. De cada três pessoas que apresentavam o sintoma, uma morria. A doença teve grandes surtos e chegou a atingir boa parte da corte de Henrique VIII. Cidades perderam quase a metade da população.

O ultimo surto da doença, em 1529, atingiu outros países, como Holanda, Rússia e Alemanha. Depois de um quinto surto, em 1551, quando matou 900 pessoas nos primeiros dias, a doença desapareceu completamente e permanece como um mistério ate hoje.

Cólera na era das máquinas
Em 1817, a cólera começou a se espalhar por áreas da Índia, onde já era endêmica. Alguns anos depois, atingiu o leste da Ásia e o Japão. Em 1820, Bangcoc, capital da Tailândia, reportou 30 mil mortes (numa população de 150 mil habitantes).

Dez anos mais tarde, em 1831, a doença chegou à Europa pela Inglaterra e atingiu os principais centros industriais e locais de moradia lotados, como cortiços. Durante a epidemia, quase 30 mil pessoas morreram no Reino Unido, a maioria pessoas pobres.

Gripe espanhola
Os soldados que lutavam nas trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial em 1918 enfrentavam não apenas o frio, a chuva, a lama e o inimigo. Nessa época, uma gripe mortal acometeu tropas inteiras e logo se espalhou para a população civil, matando de 40 milhões a 50 milhões de pessoas, primeiro na Europa e nos EUA, depois na Ásia e nas Américas Central e do Sul. Há relatos de pessoas que acordavam bem e, no final da noite, estavam morrendo – tão rápido era o avanço da doença.

No Brasil, a gripe espanhola, como ficou conhecida, apareceu no final do ano, quando marinheiros desembarcaram doentes após uma ida à África. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, 65% da população adoeceu. “Só no Rio de Janeiro, foram registradas 14.348 mortes. Em São Paulo, outras 2.000 pessoas morreram”, diz o site da Fiocruz.

Gripe asiática
A doença atingiu a China nos anos de 1957 e 58 e chegou aos EUA matando mais de 70 mil pessoas. Diferente do tipo de vírus que causou a epidemia de 1918, esse era rapidamente identificado principalmente devido aos avanços da tecnologia médica. A Organização Mundial da Saúde estima que até 50% da população foi afetada, e a taxa de mortalidade era de uma pessoa a cada 4 mil. O numero de mortes no mundo passou de um milhão.

Gripe de Hong Kong
Nos anos de 1968 e 69, um outro tipo de gripe matou de 1 milhão a 3 milhões de pessoas - quase 34 mil só nos EUA e 30 mil na Inglaterra. Transmitida por aves, a doença matou em muito pouco tempo. Meio milhão de casos foram reportados em Hong Kong apenas nas duas primeiras semanas. A doença chegou nos EUA em setembro de 1968, por meio de soldados vindos do Vietnã. A vacina começou a ser fabricada dois meses após o surto.

Sars
A doença respiratória viral Sars (sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave) foi detectada pela primeira vez em fevereiro de 2003, na Ásia. Nos meses seguintes, se espalhou para mais de 12 países na América do Norte, na América do Sul, na Europa e na Ásia. A doença começa com uma febre alta e pode ter dores de cabeça, no corpo e mal-estar. A transmissão ocorre por contato próximo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, um total de 8.098 pessoas ficaram doentes no mundo, das quais 774 morreram. No mesmo ano a epidemia foi controlada.
G1

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Egitto, individuata la tomba di Cleopatra


La presunta tomba di Cleopatra e Marco Antonio (Epa)

CAIRO - Sulla cima di una collina da cui si vede il mare, sotto i resti di un tempio dedicato a Iside: è qui, secondo gli archeologi, che potrebbe riposare il corpo di Cleopatra. La tomba della regina egiziana non è mai stata localizzata, ma gli archeologi hanno raccolto prove che testimonierebbero che i sacerdoti di Cleopatra, dopo il suo suicidio, ne avrebbero trasportato il corpo al tempio, dove potrebbe riposare accanto al suo amante, Marco Antonio. «Questa potrebbe essere la più importante scoperta del 21esimo secolo - ha detto Zahi Hawass, capo archeologo -. Questo è il luogo perfetto dove potrebbero essere sepolti i loro corpi».

AMANTI VICINI - Un gruppo di archeologi egiziani e della Repubblica dominicana hanno deciso di iniziare a scavare alla ricerca della tomba di Cleopatra all'inizio dell'anno. Grazie all'ausilio di un radar, gli studiosi hanno individuato quelle che potrebbero essere tre camere alla profondità di 20 metri sotto le rocce. Gli storici ritengono, sulla base dei testi scritti da Plutarco, che Antonio e Cleopatra siano stati sepolti assieme. Kathleen Martinez, una studiosa della Repubblica dominicana fautrice della teoria secondo cui Cleopatra è sepolta nel tempio, crede che una delle camere possa ospitare i resti dei due amanti. Temendo di poter essere portata come prigioniera a Roma, Cleopatra si suicidò facendosi mordere da un'aspide e si crede che anche Antonio si sia ucciso dopo la sconfitta contro Ottaviano ad Azio.

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Corriere della Sera

terça-feira, 14 de abril de 2009

Arqueólogos descobrem múmias de 4.000 anos


Uma equipe de arqueólogos egípcios descobriu, no sul do Cairo, um cemitério com dezenas de múmias pintadas de turquesa, ocre e dourado, algumas delas de 4.000 anos, anunciou o diretor de antiguidades egípcias, neste domingo."A missão encontrou dezenas de múmias em 53 tumbas cavadas na rocha", disse Zahi Hawass à AFP, acrescentando que "quatro das múmias remontam à 22ª dinastia (931-725 a.C.) e são consideradas das mais belas múmias já descobertas".Segundo ele, outras datam do Médio Império (2061-1786 a.C.).As múmias, cobertas de linho, estão bem conservadas.A necrópole foi descoberta perto da pirâmide de Ilahun, no Fayum, sul do Cairo.De acordo com o chefe da equipe, Abdel Rahme el Ayedi, também foi descoberta uma capela funerária, que serviu, provavelmente, até a época romana (30-337 a.C.).A equipe encontrou ainda 15 máscaras pintadas, além de amuletos e cerâmicas.

AFP

Pesquisadores acham restos de vinho medicinal com 5.000 anos no Egito


Taça usada para o consumo de vinho no Egito há cerca de 1.800 anos (Foto: Reprodução)
Talvez antecipando a mania moderna de aderir ao vinho como bebida saudável, os antigos egípcios costumavam adicionar ervas medicinais à bebida como forma de tratar muitas doenças. Usando técnicas avançadas de análise química, pesquisadores americanos conseguiram flagrar as mais antigas evidências dessa prática médico-etílica. Jarros que foram enterrados com um rei por volta do ano 3150 a.C. trazem indícios da presença de vinho condimentado com vegetais como pinheiro, bálsamo, menta e alecrim, entre outras plantas consideradas curativas no antigo Egito.

As análises foram conduzidas por um trio de pesquisadores coordenado por Patrick McGovern, do Museu de Arqueologia e Antropologia da Universidade da Pensilvânia (EUA). McGovern e companhia analisaram duas amostras de antigos jarros egípcios. Um deles vem de Abidos, no curso médio do Nilo, e foi encontrado no túmulo do soberano conhecido como Escorpião I (um xará mais recente dele, o Escorpião II, inspirou o personagem Escorpião-Rei da série de filmes "A Múmia"). A outra amostra, bem mais recente, foi obtida na Núbia, no extremo sul do Egito, e data do período bizantino, entre os séculos IV e VI da Era Cristã.

Os egípcios antigos levavam um bocado a sério tanto a produção de vinho quanto o uso da bebida para fins medicinais. Jarras da época do faraó Amenófis III (por volta do ano 1350 a.C.), por exemplo, trazem inscrições com data de fabricação, local onde as uvas foram cultivadas, nome do produtor e indicações de qualidade. No lado do uso médico da bebida, uma das prescrições comuns para dores de estômago era a ingestão de vinho misturado com coentro e outros aditivos.

O curioso é que as plantas cuja presença foi provavelmente detectada pelos arqueólogos não são nativas do Egito, mas foram trazidas do vale do rio Jordão, da região de Gaza e de outras áreas da Palestina. Por isso, é possível que os egípcios tenham importado a prática de seus vizinhos do Oriente Próximo.
Globo on line

sábado, 4 de abril de 2009

Cientistas encontram pegadas humanas de 1,5 milhão de anos

Pegada encontrada em Ileret (Foto: Matthew Bennett)

Foram descobertas duas séries de pegadas, que teriam 10 mil anos de diferença.

Cientistas encontraram pegadas humanas de 1, 5 milhão de anos no Quênia, que revelam que os pés e o modo de andar de alguns dos primeiros hominídeos já eram bem parecidos com o do ser humano moderno.

As pegadas apresentam sinais de dedos pronunciadamente arqueados, curtos e alinhados, que diferem de pegadas mais antigas.
O tamanho e o espaçamento entre as pegadas - atribuídas ao Homo erectus - refletem a altura, o peso e o modo de caminhar do ser humano moderno.
A descoberta foi publicada na revista Science.
Poucos registros
As pegadas não são as mais antigas pertencentes a um membro da linhagem humana, já que marcas do Australopithecus afarensis, de 3,7 milhões de anos atrás, foram encontradas em Laetoli, na Tanzânia, em 1978.
Estas pegadas, no entanto, mostram pés chatos e um ângulo bem maior entre o dedão e os demais dedos do pé, que indicam pés que ainda 'agarravam' o chão.
Ainda não se sabe exatamente como um pé mais parecido com o de macacos se desenvolveu para sua versão moderna.
De acordo com o principal autor do estudo, Matthew Bennett, da Universidade de Bournemouth, na Grã-Bretanha, existem relativamente poucos registros fósseis de ossos dos pés e das mãos.
"A razão é que carnívoros gostam de comer mãos e pés", afirmou Bennett à BBC News.
"Uma vez que a carne desaparece, existe uma série de pequenos ossos que não são preservados, então sabemos pouco sobre a evolução das mãos e dos pés nos nossos ancestrais."
Salto de evolução
Pegada em Ileret escaneada a laser (Foto: Matthew Bennett)

As pegadas foram escaneadas a laser para determinar as suas exatas dimensões.

As pegadas foram encontradas nas proximidades de Ileret, no norte do Quênia, em uma pequena colina com vários metros de sedimentos que os pesquisadores limparam cuidadosamente.
Eles encontraram duas séries de pegadas, uma cinco metros mais profunda do que a outra, separadas por areia, lodo e cinzas vulcânicas.
Através de comparações com amostras radioisótopas da região, os cientistas descobriram que as duas camadas de pegadas foram feitas com pelo menos 10 mil anos de diferença.
Outra característica fundamental descoberta com a série de pegadas é como o Homo erectus andava.
Há indícios de um grande peso no calcanhar, transferido em seguida para o canto externo do pé, progredindo para a parte interna e terminando com a elevação dos dedos.
"Isto é muito sintomático do estilo moderno de andar, e as pegadas de Laetoli não mostram estas mesmas características", disse Bennett.
A descoberta é uma importante peça para mapear a evolução dos humanos modernos, tanto em termos de fisiologia como na forma como o Homo erectus se relacionava com seu meio ambiente.
O Homo erectus foi um grande salto na evolução, demonstrando uma maior variedade de dieta e de habitat, e foi a primeira espécie da linhagem humana a sair da África.

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Lucimary Vargas
Presidente
Observatório Monoceros
Além Paraíba-MG-Brasil
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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Cerâmicas de 9 mil anos encontradas no Marrocos

NADOR, Marrocos (AFP) - Recipientes de cerâmica, que seriam os mais antigos fabricados no Marrocos, foram descobertos cerca de 50 km ao sul de Nador (norte) por arqueólogos marroquinos e alemães, informou o governo local nesta quarta-feira. A descoberta aconteceu no sítio de Hassi Ouenzga, em Saka, área em que viveram populações neolíticas há 9.000 anos, informou a delegação provincial da Cultura. Os pesquisadores pertencem ao Instituto Nacional de Ciências da Arqueologia e do Patrimônio (Insap, marroquino) e ao Instituto Alemão de Arqueologia. Segundo esses especialistas, dirigidos por Abdeslam Mikdad e Josef Eiwanger, os recipientes de Hassi Ouenzga são 2.000 anos mais remotos do que os mais antigos até hoje encontrados no Marrocos e no conjunto dos países do Magreb.As populações instaladas nesse local deixaram vestígios de diferentes fases do Neolítico, acrescentou a mesma fonte. O objeto em cerâmica mais recente remontaria a 6.000 anos antes da nossa era.

A decoberta de sinais da fabricação de cerâmica desde essa época pode modificar, profundamente, a percepção que os cientistas têm dessas sociedades do início do Neolítico no Magreb, destacou a nota, lembrando que a cerâmica tinha uma importância social e econômica considerável, porque facilitava o comércio entre as comunidades. A fabricação de cerâmicas também foi testemunha da mudança nos costumes culinários, além de facilitar a conservação de água. Após o desenvolvimento da agricultura e da domesticação de algumas espécies de animais, como bois e cabras, teve papel primordial na evolução socioeconômica das populações prehistóricas.A equipe de cientistas do Programa do Riff Oriental (montanhas do norte do Marrocos) começou seus trabalhos em 1994.

Arqueólogos iraquianos trazem à tona tesouros da Babilônia

Arqueólogos iraquianos descobriram 4 mil artefatos, em sua maioria da antiguidade babilônia, incluindo carimbos reais, talismãs e tabuletas de argila marcadas em escrita cuneiforme sumeriana, a mais antiga forma conhecida de escrita. O Ministério do Turismo e das Antiguidades anunciou na quarta-feira que os tesouros foram encontrados após dois anos de escavações em 20 lugares diferentes nas regiões entre os rios Tigre e Eufrates, a terra descrita pelos gregos da antiguidade como Mesopotâmia.

Além de artefatos babilônios, foram encontrados artefatos do império persa da antiguidade e outros de cidades islâmicas medievais, mais recentes.

- Os resultados destas escavações indicam que as antiguidades iraquianas não vão se esgotar no futuro próximo - disse um porta-voz do Ministério do Turismo e das Antiguidades, Abdul-Zahra al Telagani. - Eles também nos incentivam a continuar o trabalho de reabilitação de nossos sítios antigos, para convertê-los em atrações turísticas.

Os artefatos serão transferidos para o Museu Nacional em Bagdá, que precisa ser reabastecido desde que saqueadores roubaram dele aproximadamente 15 mil artefatos após a invasão de 2003 liderada pelos EUA. Desde então, cerca de 6.000 dos itens roubados foram devolvidos.

Situado no coração de uma região descrita pelos historiadores como berço da civilização, o Iraque espera que a redução da violência para níveis não vistos desde o final de 2003 incentive turistas a visitar seus sítios antigos.

Alguns dos destaques potenciais incluem a cidade bíblica da Babilônia, famosa por seus Jardins Suspensos, a cidade assíria de Nínive, ao norte, relíquias de muitas cidadelas islâmicas medievais e alguns dos santuários e mesquitas mais sagrados do islã xiita.

O Iraque recebeu o primeiro grupo de turistas ocidentais no mês passado, e as autoridades esperam que venham outros.

Abbas Fadhil, chefe da equipe responsável pelas escavações, acha que alguns dos artefatos encontrados podem ter significado enorme.

Dos dois talismãs raros encontrados, um mostra um rosto esculpido em estilo sumeriano, emoldurado por um triângulo. O outro é uma pedra vermelha com um antílope correndo gravado nela.

Qais Hussein Rasheed, diretor interino do comitê de antiguidades e patrimônio histórico, disse a jornalistas que o país ainda tem um problema sério com saqueadores assaltando sítios arqueológicos.

"Esses sítios são vulneráveis a roubos intermináveis cometidos por ladrões, contrabandistas e quadrilhas organizadas, porque não são protegidos", disse ele. "Pedimos aos ministérios relevantes que mandem policiais para vigiá-los, mas não recebemos muitos até agora."
Reuters
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